Braga na Páscoa: fim de semana “Santo”

26 Março | 2018 | Goodyear

Não há igual a Braga na Páscoa. A cidade respeita antigas tradições e criou outras só suas. Saiba o que ver e visitar em Braga no fim de semana de Páscoa.

A tradição religiosa da cidade e o fervor dos seus habitantes confirma. A capital da Páscoa em Portugal é Braga. As tradições da época cumprem-se com especial cuidado na Cidade dos Arcebispos, sendo data obrigatória no calendário. Em nenhum outro sítio do país se presta igual atenção à época e o mundo profano teve que se adaptar. Quer venha com uma vela ou só com vontade de ver, fique a conhecer o que poderá descobrir e viver na Semana Santa de Braga. 

Chegam milhares de turistas, de Portugal e Espanha, mas a cidade tem o seu próprio ritmo. Os bracarenses há muito que incluem a Páscoa nas suas tradições familiares, como em outras zonas se observa o Natal. Os filhos regressam à terra para passar este fim de semana, várias gerações juntam-se para ir à missa. Enquanto isso, o estômago, muito mais profano, aproveita a boleia.

O auge ocorre no Domingo,com a passagem do compasso. Enfeitam-se as janelas com as flores da época, assa-se o cabrito para receber o padre e a mesa fica farta. Depois do jejum quaresmal é altura de festim. Os padrinhos e madrinhas visitam os afilhados para a oferta das amêndoas e folar e dois dedos de conversa.

Braga na Páscoa: fim de semana “Santo”

Das celebrações religiosas…

Além das tradições familiares que são sempre uma desculpa para o convívio à mesa, Braga tem uma componente religiosa fortíssima. A paixão, crucificação, morte e ressurreição de Jesus Cristo são, de forma alegórica, recordadas em variados momentos com grande impacto.

Na quinta-feira, ocorre o Lava-Pés e Missa da Ceia do Senhor. O Arcebispo que preside lava os pés a doze pessoas que representam os doze Apóstolos. Nessa noite dá-se a procissão Ecce Homo, uma tradição muito antiga. Evoca-se o julgamento de Jesus com um cortejo onde estão presentes várias figuras alegóricas. Os farricocos vão à frente, com vestes de penitência, descalços e encapuçados, uns empunhando matracas e outros alçando fogaréus (taças com pinhas a arder).Estes evocam os guardas que, munidos de archotes, foram, de noite, prender Jesus.

A Celebração da Morte do Senhor dá-se na Sexta-feira Santa, com uma impressionante cerimónia em que o Santíssimo Sacramento é levado em procissão pelas naves da catedral. Em seguida, o Enterro do Senhor é precedido por um andor com a cruz despida e seguido pelo da Senhora das Dores. Em sinal de luto, os Capitulares e os membros das Confrarias vão de cabeça coberta. Para mostrar a sua dor, as figuras alegóricas ostentam um véu de luto. As matracas dos farricocos vão silenciosas. As bandeiras e estandartes, com tarja de luto, arrastam-se pelo chão.

Evocando a noite de vigília do povo hebreu no Egipto, a Vigília Pascal e Procissão de Ressurreição de Sábado à noite é outro momento muito forte. O Domingo muda de tom e é momento em que os fiéis “exultam e cantam de alegria” na Missa Solene.

Além de todos estes momentos de devoção, a visita à Sé de Braga é perfeitamente adequada à época. É daqui que partem as procissões e onde o ocorre o Lava-pés, por isso é destino obrigatório. Além disso, é um edifício impressionante, a catedral mais antiga em Portugal, onde estão recolhidas peças milenares.

Braga na Páscoa: fim de semana “Santo”

…aos convites profanos

As mais de 30 igrejas e o apertado calendário religioso não são tudo o que tem para fazer em Braga neste fim de semana. Para lá do Arco da Porta Nova vai encontrar uma agradável cidade para calcorrear. Além disso, depois do jejum da quaresma, não faltam na cidade bons motivos para encher o estômago. Com o conhecimento de quem está no meio da ação, a Braga Cool destaca algumas iguarias. Recomendam o chocolate da Arcádia, o doce sortido da São Vicente e o Pão de Ló da Casa das Natas, para doces, e o cabrito do Arcoense para cumprir a tradição. Da nossa parte, recomendamos que aproveite a viagem para visitar algumas das Tascas e Tabernas do Minho ou andar pela rota do vinho verde.

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