Às voltas com o peixe: a Caldeirada de Setúbal

28 Abril | 2016 | Goodyear

Pela Península de Setúbal, em busca do melhor Peixe dos sadinos. Venha com a Goodyear!

Setúbal é destino por excelência quando o tema é comer bom peixe. O porto desta cidade a Sul do Tejo tem a boa fama de receber sempre os melhores “frutos do mar” e, entre a maresia e a tradição, é entre os próprios pescadores que nascem alguns dos mais exímios mestres da cozinha. Poucos sabem cozinhar peixe como os sadinos e não nos faltam aqui boas opções para apreciarmos uma boa caldeirada.

 Caldeirada, uma ideia, muitas variantes

Apesar da simplicidade na confeção, é entre Portugal e Galiza que descobrimos as diversas formas que assume a caldeirada: mais ou menos líquida, com os produtos mais acessíveis conforme a altura do ano, com ou sem pão, mas com algumas características que não mudam: peixe, batata, cebola, tomate e pimentão são cozidos numa panela fechada, de modo a que o vapor se condense na tampa e volte a cair. Primeiro coze-se a base de legumes, depois entra o peixe e, só perto do fim, entra o marisco. Parece simples, mas a experiência faz toda a diferença.

Caldeirada Setubal

A Caldeirada de Setúbal é eclética quanto baste e é uma festa a que não faltam participantes: salmonete, safio, tamboril, charroco ou pata roxa, são alguns dos peixes que poderá encontrar na panela e, na companhia de um dos excelentes vinhos brancos desta península, continuam a chamar muito forasteiro para conhecer este monumento regional. De acordo com aquilo que faziam os antigos pescadores, a caldeirada setubalense não levava pimento ou tomate e era feita com “peixes de pele”, em vez de escamosos. A tradição local diz-nos ainda que a caldeirada deve ser comida com uma colher de pau, mas nós não dispensamos mesmo é o babete que alguns dos restaurantes da zona colocam à nossa disposição.

Um alerta: em qualquer um dos casos que iremos referir de seguida, marque a sua refeição antecipadamente. Como é um prato feito de acordo com a época, a caldeirada não faz sempre parte do menu diário destas casas.

O Baía do Sado não esconde as origens e fica mesmo nas docas dos pescadores, com vista para a baía, como se nos quisessem fazer recordar de onde é que chega a grande variedade de peixe aqui servida. Como em todos os restaurantes a que nos iremos referir, os ingredientes da caldeirada em si dependem da altura do ano e das condições do mar, mas a nossa preferência vai para a raia. Os grelhados, o choco frito e a cataplana são outros bons motivos que justificam a visita, mas aconselhamos a evitar os dias de maior enchente, como o fim de semana, pois este é um dos estabelecimentos mais concorridos da zona.

Com um ar moderno e discreto, o Casa do Mar também está em frente à doca, à espera do peixe fresco diário que merece ser tratado exatamente como manda a tradição. À entrada somos recebidos pelas vitrinas repletas de produtos frescos, entre os quais podemos escolher o que queremos levar à grelha ou comer ao natural. A caldeirada, essa, pode ser À Setubalense, de bacalhau e ameijoa ou de camarão tigre e mexilhão. Na altura certa do ano, de maio até ao pino do Verão, o Casa do Mar torna-se também reconhecido pelos pratinhos de caracóis.

O Miguel é um daqueles espaços a que podemos levar toda a família pois, da carne grelhada ao marisco, todos podem encontrar algo que lhes agrade. Mas o tema desta conversa é o peixe e  a especialidade é a cataplana que aqui se faz com tamboril, cherne, lagosta ou camarão. É um desafio para duas pessoas pelo menos, e tem que ser realizado com tempo e estômago. O arroz de ligueirão aqui servido também fica na lista como imperdível.

A Dona Laura trata da cozinha do Ribeira do Sado com todo o carinho. Telefone antes e reserve a sua mesa porque a caldeirada é “extra-menu” e o espaço não é muito grande. Mas o resultado vale a pena, a escolha e quantidade do peixe que entra nesta panela é motivo para regressarmos, e as migas de beterraba foram uma surpresa que tão depressa não esquecemos. No final, peça a massinha da caldeirada e desaperte o botão das calças: vai ser complicado levantar-se outra vez.

Na Tasca da Fatinha é melhor agendar com antecedência, para que o mestre pescador consiga arranjar todos os ingredientes. É óbvio que também ficaríamos satisfeitos com o choco frito que aqui se serve, mas a seleção de peixe que entra nesta caldeirada já é motivo qb para justificar a visita. Bem apaladada (e picante!), deixa-se engolir na perfeita companhia do branco à pressão da casa. Haja estômago e a refeição termina com uma tradicional sericaia, capaz de nos deixar derreados para o resto da tarde.

Good Year Kilometros que cuentan