Carregar carros elétricos: uma tarefa difícil para os condutores nacionais

6 Agosto | 2019 | Goodyear

A Goodyear diz-lhe como carregar o seu carro elétrico em Portugal, os preços e os problemas que afetam os condutores nacionais

A venda de automóveis elétricos continua a crescer em Portugal e, só no primeiro semestre de 2019, foram vendidas 3905 unidades, com o novo Tesla Model 3 à frente das preferências dos portugueses, com 1143 carros comercializados. Segundo dados da UVE – Utilizadores de Veículos Elétricos, o número de automóveis 100% elétricos a circular nas estradas nacionais rondava, em Abril, os 12 mil.

O aumento dos veículos elétricos no parque automóvel nacional obriga, naturalmente, a que cresça também o número de postos de carregamento disponíveis. E é neste capítulo essencial que os proprietários de carros elétricos enfrentam maiores dificuldades. No mês passado, a UVE insurgiu-se contra o que classifica como “situação insustentável” da rede de abastecimento de veículos elétricos, exigindo respostas rápidas das entidades com responsabilidade na situação, ou seja, o Governo, a EDP Distribuição, do gestor de rede Mobi.E e das entidades que aprovação e certificação, sem esquecer os operadores dos postos de carregamento, dos comercializadores de energia e o gestor tecnológico CeiiA.

Face aos recentes acontecimentos na Rede Pública de Carregamento, que para além de recorrentes, prejudicam seriamente a evolução da Mobilidade Elétrica em Portugal, a UVE elaborou um manifesto que fará chegar à tutela e às entidades responsáveis pela instalação e manutenção da rede”, afirmou, em comunicado, a associação dos utilizadores de carros elétricos, para quem “o crescimento exponencial das vendas tem imposto um ritmo de crescimento que a rede pública, até à data, não conseguiu acompanhar – tanto em termos de quantidade de postos como de qualidade de serviço”.

Postos sem ligação

Toda a rede piloto de carregamento normal continua por concessionar e a sua recuperação tem sido morosa. Nalguns casos revela-se um investimento a fundo perdido, face à depreciação tecnológica”, denuncia a associação, acrescentando: “Muitos dos postos, após recuperados, voltam ao mesmo estado de inoperacionalidade”. As queixas da UVE estendem-se à rede de Postos de Carregamento Rápido de Portugal, cujo primeiro corredor foi inaugurado há três anos, a 8 de agosto de 2016: “Os postos de carregamento rápido (PCR) já instalados continuam há anos à espera de serem ligados e outros de serem instalados.”

Em abril último, o site de economia Dinheiro Vivo dava conta do calvário que pode ser o carregamento de um carro elétrico em Portugal: uma em cada seis estações de carregamento da rede Mobi.E encontrava-se fora de serviço. Ou seja, dos 550 postos de carregamento normal e 61 postos de carregamento rápido, 17% estava sem comunicação com o sistema, indicando a existência de alguma anomalia, admitiu o presidente da Mobi.E, Alexandre Videira, que justificou os problemas com a “intervenção tecnológica que tem vindo a ser realizada nos últimos meses em 400 postos de carregamento em 25 cidades do país”.

Para além dos problemas de comunicação, a gestora de rede justifica ainda a situação com os atos de vandalismo que “obrigam à sua inoperacionalidade durante algum tempo”.

Carregamentos pagos

Problemas à parte, a rede de carregamento de automóveis elétricos em Portugal tem vindo a expandir-se nos últimos anos. O serviço nos postos de carregamento rápido começou a ser pago a 1 de Novembro do ano passado e, desde 1 de Abril último, começaram também a ser cobrados os carregamentos efetuados em espaços privados de acesso público, como centros comerciais e parques de estacionamento. Neste caso, é o operador que decide se e quando começa a cobrar pelos carregamentos, sendo que o utilizador tem de possuir um cartão de um CEME, sigla para comercializador de eletricidade para mobilidade elétrica.

No caso da rede pública Mobi.E, o pagamento começou por ser feito apenas nos postos de carregamento rápido, aqueles que garantem 80% da carga das baterias em 30 minutos, estendendo-se durante este ano aos restantes postos de carga.

Preços e postos

O mercado de comercializadores de eletricidade para mobilidade elétrica (CEME) tem, para já, quatro empresas a funcionar – Galp, EDP, Prio e eVaz – as mesmas Operadoras de Postos de Carregamento, sendo que, neste caso, se acrescenta a Mobiletric e a KLC.

Quanto a custos, verifica-se uma variação de operador para operador. Eis um exemplo: se tivermos em conta carregamentos de meia hora para consumo médio de 15kWh e numa tarifa bi-horária, os preços são os seguintes, do mais caro para o mais barato (com a Galp como CEME):

Cepsa – 8,97 euros

KLC – 7,13 euros

Galp – 7,03 euros

Mobiletric – 5,39 euros

EDP – 5,28 euros

Prio – 3,44 euros

A UVE oferece, na sua página, uma simulação mais completa, com os preços de todos os CEME.

Quanto aos postos que existem em Portugal para carregar o seu automóvel elétrico, aconselhamos a consulta do mapa da Mobi.E, que está sempre a ser atualizado com os novos postos que vão, entretanto, entrando em funcionamento.

Good Year Kilometros que cuentan