Porque é Coimbra Cidade Património Mundial pela UNESCO

2 Novembro | 2018 | Goodyear

Conheça alguns pontos de interesse que contribuíram para que Coimbra fosse classificada Cidade Património Mundial pela UNESCO

O conjunto histórico-cultural da Universidade de Coimbra – Alta e Sofia foi classificada como Cidade Património Mundial pela Unesco em 2013. São sete séculos de história e conhecimento acumulado por onde passaram reis, nobres e artistas, escritores arquitetos e, naturalmente, estudantes.

A zona classificada abrange quatro freguesias – São Bartolomeu, Sé Nova, Sé Velha e Santa Cruz. Os locais emblemáticos desta cidade fantástica são muitos, variados e de diversas épocas. Para começar, a Universidade de Coimbra, uma das mais antigas do mundo em funcionamento e a mais antiga do Universo dos países e regiões de língua portuguesa, incluindo naturalmente Portugal.

Coimbra, Ponte de Santa Clara

A Alta e a Baixa, a Igreja de Santa Cruz, a Portagem, a Ponte Pedo e Inês, a Ponte se Santa Clara, a Rua da Sofia e a Rua do Brasil e, claro, o Portugal dos Pequeninos, são pontos de passagem e observação da cidade do conhecimento. Nem todos estes pontos integram o conjunto classificado como Património Mundial, mas já que estamos na cidade, não podemos deixar de os ver.

A lista de Património Mundial da Unesco ficou mais rica a 22 de junho de 2013, com a integração da Universidade de Coimbra. A classificação inclui o edificado, mas também uma dimensão imaterial: o papel que a Universidade teve como construtora, agregadora e difusora da cultura portuguesas.

Mas com grande poder – neste caso reconhecimento – vem grande responsabilidade, já dizia o tio Ben. Por isso, para reparar, construir e continuar a merecer a distinção da UNESCO é preciso trabalhar muito, o que tem sido feito, pela edilidade local, embora sejam necessários mais fundos para assegurar a manutenção da distinção.

Coimbra

Um património riquíssimo

A área classificada estende-se por 35,5 hectares, além de 81,5 hectares de zona de proteção. E em cada pedra há história. Afinal, foi nesta cidade que nasceram a maioria dos reis da primeira dinastia, estando por isso ligada à fundação da nacionalidade. A Universidade foi fundada nessa época, pelo rei D. Dinis, em 1290.

É difícil escolher por onde começar, mas é importante referir que este percurso é meramente indicativo, podendo o leitor começar, porque qualquer dos pontos escolhidos, em qualquer direção.

Comecemos então pelo Paço ou Pátio das escolas, no topo de uma colina com vista privilegiada para a cidade, especialmente se subir à icónica torre setecentista, a partir da qual se tem uma vista de 360º sobre a cidade.

 Motivos pelos quais Coimbra foi classificada Cidade Património Mundial pela UNESCO

É neste pátio, carregado de história, incluindo vestígios romanos e a Alcáçova moura, onde nasceram a maioria dos reis da primeira dinastia, e que abriga a Universidade desde 1537. A Universidade cresceu e evoluiu ao longo do tempo dentro da cidade velha (Almedina), onde se encontram edifícios universitários do século XII , o Mosteiro de Santa Cruz e as faculdades do século XVI.

Um dos ex libris é sem dúvida a biblioteca Joanina, com uma decoração barroca que integra elementos oriundos de todos os pontos do mundo a que os portugueses chegaram no tempo dos Descobrimentos desde o Brasil a terras do Oriente. Segundo o vídeo promocional da candidatura, entre os mais de 53 mil livros, está uma primeira edição dos Lusíadas e também uma bíblia hebraica de 1004.

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Alta e Baixa de Coimbra

Incluída na área classificada fica a Alta de Coimbra. Aí vivia a nobreza, o clero e, mais tarde, os estudantes. Hoje, a zona combina espaços de serviços, história, habitação, culta e espaços verdes.

A Rua Sofia (de Shopia, ou conhecimento), fica na Baixa da cidade, começando na Ladeira de Santa Justa e terminando na Praça 8 de Maio. Esta grande rua – 460 metros de comprimento por 13 de largura – concentra atualmente muito comércio. Também a rua é histórica ao ter sido construída na primeira metade do século XVI, apresentando por isso características do Renascimento. Chegou a ter 20 colégios universitários, resistindo sete ainda hoje.

Uma visita à cidade dos estudantes não fica completa sem uma passagem pelo magnífico jardim botânico e pela grande cidade Universitária, construída nas décadas de 1940 a 1960, resultado de uma reorganização urbanística onde nasceu o atual campus universitário.

A Universidade é de tal modo imponente que se tornou numa referência para o desenvolvimento de outras instituições de ensino superior nos países que eram, na altura, colónias de Portugal, com enfoque na aprendizagem e na literatura.

Por Coimbra, e incluído na rota do património, não deixe de visitar a igreja de Santa Cruz e o Café de Santa Cruz, onde poderá deliciar-se com os fantásticos Cruzios, pastéis conventuais tradicionais da região. A Porta Férrea, a Sala dos Atos ou dos Capelos, onde foi firmada a paz após a crise de 1383/85 são outros pontos de interesse que não pode deixar escapar.

Onde ficar e o que comer

Em Coimbra, o que não faltam são locais para ficar. Referimos apenas quatro que poderá facilmente encontrar nos principais sites de viagens: Casas da Alta de Coimbra (apartamentos); Casa Morais (alojamento local); Serenata Hostel Coimbra (hostel) e Hotel Vitória (hotel) e ainda o Vila Galé Coimbra (hotel) ou o Hotel Quinta das Lágrimas (Small Luxury Hotels of the World)

Para comer, poderá optar pelo Zé Manel dos Ossos, na Baixa, em que a especialidade são os ossos de suã. Dizem que Miguel Torga, que viveu quase toda a sua vida em Coimbra se sentava aqui para escrever. As paredes estão cheias de papéis de mesa com mensagens de quem por ali já passou.

No Cordel, combinam-se pratos tradicionais com a modernidade de uma cozinha mais conceptual. Aqui a sugestão é arroz carqueja beirão, o arroz de polvo e, até, a doçaria conventual.

Se prefere francesinhas, a Compostu Tavern pode ser uma opção. A iguaria deve ser acompanhada por sangria feita no local com fruta fresta da época.

A par de tudo isto, a imaterialidade das tradições universitárias, cerimoniais e culturais que têm sido mantidas vivas ao longo do tempo, sem as quais, Coimbra não teria tudo o que é necessário para ser selecionada pela UNESCO como Cidade Património Mundial.

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