Páscoa em Portugal: o que se come depois da Quaresma em Portugal

17 Abril | 2019 | Goodyear

Os pratos tradicionais da Páscoa em Portugal variam de região para região mas não disfarçam uma coisa: os portugueses adoram sentar-se à mesa. Conheça-os!

Não há Páscoa em Portugal sem família e uma mesa farta. Depois das agruras do inverno, é altura de abrir as portas da despensa e convidar todo a família para comer. Comemos enchidos. Bebemos licores. Assamos o borrego e deixamos para trás o jejum e abstinência da Quaresma.

Apesar de a mesa pascal não ter a riqueza do natal, não é por isso que deixamos de fazer festa. E, se a consoada tem um peixe que é presença prometida em todas as casas, a Páscoa faz caminho inverso.

A carne é sempre o prato principal. Do borrego à bola, sem esquecer a doçaria, a Goodyear leva-o num roteiro pelas tradições gastronómicas da Páscoa em Portugal.

Recorde-se que, este ano, a Páscoa celebra-se a 21 de Abril. Mas antes disso, termina a Quaresma. O Domingo de Ramos celebrou-se a 14 de Abril, dando início à semana santa. A 19 de abril tem lugar a sexta-feira Santa, dia da Paixão de Cristo. As celebrações da paixão e ressurreição de Cristo têm o seu auge no, já referido, domingo, 21 de Abril.

A começar pela carne

Em Soutocico, Sesimbra ou Figueira da Foz a despedida da Quaresma faz-se com o ritual do “Enterro do Bacalhau”. No Sábado de Aleluia: o povo está farto de tantas provações e o rei do Natal é deposto para dar lugar a um substituto que, mesmo com variações regionais, é sempre carne. O cabrito e o borrego, o primeiro a norte e o segundo a sul, são as principais presenças. Apesar disso, não é inusitada a visita da galinha ou do lombo de boi (Porto). No Minho assa-se cabrito, enquanto o Alentejo faz ensopado, o sarapatel e até a mioleira do borrego. Os enchidos mergulham nas bolas transmontanas e minhotas e não há qualquer peixe à vista.

A terminar na doçaria

Depois da abstinência quaresmal, o povo habituou-se a receber a primavera também com doçaria à altura. O “folar”  era o que os padrinhos davam aos afilhados ou os fiéis entregavam ao padre durante a visita pascal. Com os anos tornou-se a designação generalista para os bolos que as diversas regiões colocam na mesa por esta altura. A norte é sinónimo das já referidas bolas, enquanto a sul tornou-se doce e apresenta-se em formas diversas.

Os ovos e as amêndoas, nas muitas variantes, sempre foram presença habitual e estão também ligadas ao ritual da renovação. Aparecem nos folares ou dando origem a animadas caçadas ao tesouro por crianças. Em Torre de Moncorvo ainda se enrolam amêndoas torradas em calda de açúcar, num processo que dura uma semana, e Alcobaça tem produtores artesanais que usam recheios de fruta.

10 Destinos para conhecer as iguarias tradicionais da Páscoa em Portugal

Valença: Aqui comem-se fritos de ovos com açúcar, canela e pão ralado a que se dão o nome de Borrachos. Onde? Na Pastelaria Lua de Mel, no centro da cidade.

Braga: Senhora de forte tradição religiosa quando chega a Páscoa, Braga tem doçaria conventual, na forma dos fidalguinhos e pederneiras. Contudo, o almoço do Domingo de Páscoa tem que ser feito à roda do cabrito assado. Onde? No Paulo Padeiro, dono de uma excelente carta de vinhos regionais.

Bragança: Trás-os-Montes tem o folar de carne, também chamado de bola, que junta todo o tipo de carnes num bolo. Apresenta variações locais, conforme a receita usada para a sua massa e a seleção de recheio. Onde? A Padaria Transmontana produz a única bola de origem certificada e pode encontrá-la em várias grandes superfícies da região norte.

Felgueiras: O pão-de-ló de Margaride é presença obrigatória nas mesas de Felgueiras, funcionando como contraponto ao excelente vinho verde da região. Onde? Na Fábrica de Pão de Ló de Margaride, no centro de Felgueiras, onde ainda funcionam os fornos tradicionais.

Vila do Conde: Também chamado de “Pão Doce”, “Rosca” ou “Broinhas”, o folar de Vila de Conde nasceu nos vários mosteiros da região e é ainda hoje produzido em Labruge, Mindelo, Modivas, Vila Chã ou Vilar. Onde? N’O Pasteleiro todos os bolos, incluindo a doçaria regional, são de grande nível.

Covilhã: Além do folar, que aqui pode levar canela e erva-doce, na Covilhã produzem-se uns doces parecidos com as azevias, a que os locais dão o nome de “empanadilhas” e recheiam com nozes e amêndoas. Onde? No Pérola Doce, onde ainda pode experimentar as Pérolas de Requeijão ou de Doce de Ovo.

Coimbra: No distrito de Coimbra há várias localidades que ainda terminam a Quaresma com o “Enterro do Bacalhau” e a carne é mesmo parte importante dos pratos desta época. Aqui, em vez do cabrito e do borrego que são servidos um pouco por todo o país, recebe-se também a visita da chanfana e do leitão assado. Onde? No Trovador, em frente à Sé Velha.

Castelo de Vide: O Alentejo dedica-se com esmero ao borrego, apresentando-o num ensopado e aproveitando os miúdos para o sarapatel. Em Castelo de Vide ainda se conserva a tradição de comprar o borrego diretamente aos pastores no Sábado de Aleluia, depois de benzidos pelo padre local. Onde? No Confraria há também os pratos de caça típicos da região.

Elvas: Bem a propósito de um momento que celebra também a primavera, os folares de Elvas são feitos em forma de animais e as queijadas e bolos fintos tradicionais da região são acompanhados à mesa por bolos em forma de lagartos, pintainhos e ferraduras. Onde? Na Pastelaria Paloma.

Olhão: Com canela, açúcar amarelo, limão e manteiga, o “folar de folhas” de Olhão é humedecido com uma espécie de calda caramelizada que o torna delicioso. Onde? Na Kubidoce.

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