Fim de semana na Covilhã, entre queijo, serra e lã

19 Maio | 2017 | Goodyear

A Covilhã é uma deliciosa cidade para uma escapadela urbana, mas também para visitas à serra e grandes delírios gastronómicos. Destacamos o que tem que ver.

A Covilhã não é só a porta de acesso à Serra da Estrela. Apesar da força inegável do grande monstro rochoso que vive a seu lado, a velha cidade tem muito mais para oferecer ao visitante do que apenas uma entrada para a neve ou a estrada para a Torre. Com uma universidade jovem, novos residentes e espaços de qualidade a abrirem, a Covilhã torna-se um destino cada vez mais atrativo para curtas escapadelas de fim de semana, em que a qualidade do que se vê, sente e come-se são igualmente importantes.

A relação da Covilhã com a Estrela é, mesmo neste tempo de centros tecnológicos e desenvolvimento regional, inultrapassável. Foram as encostas da serra que lhe deram a riqueza e a energia para se transformar na histórica cidade dos lanifícios. Dos animais vieram os têxteis e, da neve que derrete, a água para mover moinhos e produzir eletricidade. A Universidade da Beira Interior, um dos mais importantes agentes do rejuvenescimento local é, ela própria filha desta tradição e instalou-se em antigos edifícios da indústria dos lanifícios, hoje em relativo declínio, longe da pujança da primeira metade do séc. XX.

O que ver na cidade

Chegados aqui após uma viagem de carro relativamente comprida, o nosso conselho é que aproveite para esticar as pernas e passear um pouco pelas calçadas da cidade. Como muitos outros exemplos nacionais, apesar das suas subidas e descidas, é pequena o suficiente para que visitemos o seu centro histórico e a maioria dos pontos de interesse depois de alguns minutos a pé.

O património edificado da Covilhã surpreende a cada esquina, com muitos dos armazéns e velhas fábricas em bom estado e recuperadas para outros usos. Vale a pena uma visita ao Museu dos Lanifícios, que divulga o papel importantíssimo que a atividade teve na região, uma passagem pelos edifícios da Universidade para apreciar o cuidado que se mantém com a sua preservação, mas também uma visita às Igrejas da Misericórdia e de Santa Maria, tendo esta última um conjunto admirável de azulejos a ornamentar a sua fachada.

O ar da serra faz verdadeira diferença para quem chega de locais como Lisboa ou Porto e a visita é imediatamente recompensada com saúde a entrar-nos nos pulmões. Para apreciar essa benesse já tão rara, a Covilhã criou uma série de espaços verdes e de contemplação que, tal como o ar puro, são gratuitos e abertos a todos. O maior espaço verde da cidade é o Jardim do Lago, com restaurantes, bares e espaços de água para andar de barco ou mergulhar no verão, a Ponte da Carpinteira é o ponto de vista preferencial para perdermos o olhar nas paisagens circundantes, e o centenário Jardim Público é ainda um local de eleição para passeios relaxados.

Fim de semana na Covilhã, entre queijo, serra e lã

Ataque ao monstro serrano

Se começamos este texto a defender que a Covilhã é cidade suficiente para prender a atenção de qualquer um, a verdade é que a serra está aqui tão presente que qualquer passeio fora da malha urbana, tem a Estrela como companhia. Se pegar no carro para passeios mais longos, não poderá perder pontos de interesse como o Covão do Boi ou o vale da Alforfa. O Covão do Boi contém o maior conjunto de blocos pedunculados e colunares da Serra da Estrela, conhecidos como queijeiras, e Alforfa é o que resta de um glaciar que modelou o vale com a forma de um V. A caminho da Torre, vai encontrar ainda o cenário que se segue às Penhas da Saúde, com a Nave da Santo António a marcar a paisagem enquanto as flores silvestres na berma da estrada libertam os seus odores.

No sentido oposto à serra, em Peraboa, o Museu do Queijo é uma oportunidade única de conhecer todo o processo de produção deste monumento da gastronomia nacional e ainda visitar um fantástico restaurante. O Casa dos Mestres está associado ao museu e é daqueles locais aonde se fazem romarias, tal é a sua qualidade. Se quiser experimentar as costeletas de borrego com calda de cerejas telefone antes para reservar, porque o espaço é pequeno e concorrido. Se não tiver sorte aqui, tente novamente em qualquer uma das capelinhas da boa comida serrana, porque será difícil falhar.

Após a visita, e antes de voltar para casa, é conveniente adquirir um bom queijo nalgum local da cidade para desfrutar de um souvenir muito apetitoso quando estiver de volta. Mas recorde o mais importante: como é que se come um bom queijo serrano? Abra a parte de cima, passando a faca na horizontal, para formar uma “tampa”. Deste modo degustará o queijo como se fosse manteiga, bem acompanhado de um pão da zona. Certifique-se na hora da compra que escolhe um queijo mole. E prepare o paladar…

Good Year Kilometros que cuentan