Com o Dia de Reis, festejado a 6 de janeiro, chega ao fim a época natalícia. É altura de desfazer a árvore de Natal (ou não…), de comer o bolo-rei e, nem que seja sozinho, cantar as janeiras. É claro que, se tiver a segunda-feira livre, que o dia da semana a que calham este ano os reis, pode também fazer-se à estrada e viver a tradição fora de casa. 

A norte, a cidade raiana de Valença do Minho tem a sua tradição de Dia de Reis, em conjunto com os vizinhos de Tui, do outro lado da fronteira. Falamos da Cavalgata Internacional de Reis, um desfile anual que liga a cidade portuguesa à cidade espanhola do outro lado do rio Minho. 

Os três Reis Magos e respetivos pajens comandam um cortejo de carros alegóricos que completa um percurso de 5 km que, depois de atravessar a ponte internacional, termina em frente ao Seminário Menor de Tui, onde os Reis Magos fazem a sua oferta e leem a mensagem real. Depois Melchior, Gaspar e Baltasar recebem todas as crianças.

Cantar as Janeiras

Mais para sul, em Castelo de Paiva, no distrito de Aveiro, e integrado no programa Sinais de Natal, há no dia 5, um Concerto de Reis na Igreja Matriz de S. Martinho, com os festejos natalícios paivenses a fecharem na noite de 11 de janeiro, com a realização do XXII Encontro de Cantares das Janeiras, no Auditório Municipal.

No centro de Portugal e nas Beiras, manda a tradição que os fumeiros estejam bem servidos de enchidos e, especialmente nas zonas de produção vinícola, haja jeropiga suficiente para brindar aos Reis Magos. De resto, cantam-se as Janeiras um pouco por todo o lado, como em Castelo Branco, onde a tradição manda que associações e escolas venham cantar as Janeiras à Câmara Municipal para desejar boa sorte para o ano que começa.

Continuando para sul, no Alentejo é o cante alentejano que manda. Para além das tradicionais Janeiras, há o Cante ao Menino, pela voz de vários grupos corais da região.Em Beja, é altura de ver o madeiro a arder e em Moura há o tradicional Cântico aos Reis, acompanhado pelo Mercado dos Reis no recinto do castelo local.

No Algarve, algumas localidades conservam a tradição de cantar as Janeiras, com grupos, as Charolas,  que vão de porta em porta desejando um bom ano e louvando o Menino Jesus. Na região do Barrocal, entre a serra e o litoral, existia o costume deitar três bagos de romã ao fogo para que este se mantivesse aceso durante o ano; três bagos de romã na bolsa do dinheiro para que ele nunca faltasse; três bagos de romã dentro da bolsa do pão ou no saco da farinha, para que nunca faltasse o pão ao longo do ano.

Mas de norte a sul do país, o que não pode mesmo faltar na mesa dos portugueses é o bolo-rei. E já sabe, se lhe calhar a fava, o próximo fica por sua conta!