O que é o diferencial autoblocante?

5 Dezembro | 2019 | Goodyear

Se ainda não sabe o que é um diferencial autoblocante e qual é sua função, na Goodyear dizemos tudo o que precisa saber

O diferencial autoblocante é a parte do nosso motor que impede que uma roda gire livremente em relação à outra. Ou seja, é a parte mecânica que limita a rotação máxima da direção, definindo um grau fixo de resistência. É possivelmente uma das partes mais complexas do carro e, ao mesmo tempo, essencial para a operação do veículo. 

Como funciona o diferencial autoblocante?

A principal função desta peça é anular o efeito do diferencial, que permite ao veículo seguir a trajetória nas curvas, pois há uma diferença na rotação entre a roda externa e a interna. O diferencial recebe a força da saída quando, na caixa de velocidades, engatamos uma mudança, que faz girar uma roda dentada que possui um conjunto de pinos aparafusados. São estas as peças que tornam possível a diferença de rotação.

Dão pelo nome de satélites e planetários: os planetários são ligados a cada eixo, de modo que o seu movimento faça as rodas girarem; por outro lado, os satélites são aqueles que giram em torno dos planetários e que permitem a diferença de rotação.

Por outras palavras: quando o carro viaja em linha reta, os satélites estão parados e os planetários giram a igual velocidade. Quando o carro faz uma curva, os satélites começam a girar e fazem os planetários rodar a outra velocidade. O resultado do diferencial autoblocante é cancelar a rotação dos satélites conforme for necessário.

Mas nem tudo é tão simples. Muitas vezes uma roda oferece menos resistência do que a outra na marcha e isso pode acontecer porque estamos a passar por um buraco, por um pouco de terra, por uma placa de gelo … Nesse caso, o diferencial envia toda a força à roda que gira livremente e a que tem aderência fica sem força. Se nosso veículo não tivesse um diferencial autoblocante que eliminasse a ação do diferencial entre as duas rodas, bastaria que uma única roda não tivesse aderência para que o carro não se movesse.

Tipos de diferencial autoblocante

Existem diferentes tipos de diferencial autoblocante:

Tipo mecânico: uma mola faz com que um mecanismo aumente o atrito interno, limitando a rotação quando for detetada uma diferença na rotação entre os eixos.

Tipo mecânico com engrenagens especiais: com o sistema Torsen (contração do inglês ‘sensível ao torque’).

Tipo mecânico com visco  acoplador tipo Ferguson.

Tipo eletrónico: uiliza sensores do sistema de travagem ABS e EPS. Isso evita que as rodas fiquem sem aderência e a tração não se perca. São os mais versáteis e estão a ser instalados nos novos veículos.

Os diferenciais eletrónicos

Os sensores ABS e ESP têm grande destaque para decidir como o diferencial de força deve ser distribuído. Os componentes eletrónicos fazem a interpretação rapidamente e a unidade de controlo bloqueia convenientemente o diferencial graças às embraiagens embutidas no próprio diferencial. Essas embraiagens são ativadas sob pressão hidráulica.

Estes diferenciais têm a função de decidir num curto espaço de tempo  quanto, como e quando bloquear a distribuição do diferencial. Tecnologicamente, muitos carros de alto desempenho e competição podem selecionar diferentes programas nos quais o comportamento do diferencial varia de acordo com o tipo de condução ou do terreno.

Com estes avanços, conseguiu-se que, em vez de remover o torque da roda interna, se aumente o da roda externa. Isso facilita muito quando se fazem curvas e são chamados de diferenciais vetoriais. São os que vêm instalados, por exemplo, num clássico como o Porsche 911, no seu eixo traseiro.

A importância do autoblocante em veículos de competição

A coisa mais importante para um carro de corrida é a tração e aqui o diferencial autoblocante é vital porque deve ser de alto desempenho. Graças a este componente, os carros podem ter desempenho máximo em curvas ou estradas em más condições ou esburacadas.

Se nosso veículo tivesse um diferencial 100/100, seria como soldar uma roda na outra, ou seja, não haveria diferença de rodagem entre as duas rodas. Como referência, um diferencial de 25/40 é aquele em que se a roda de um lado desse 100 voltas, a outra daria 25 (e na retenção, 40). Em carros de alta performance, ralis e competições várias, os pilotos normalmente atingem bloqueios acima de 40%, acrescentando muita brusquidão à condução.

Por outro lado, os veículos normais geralmente não excedem um diferencial de 25%. Tal limitação pode variar, mas estão sempre equipados com diferenciais de controle eletrónico ativo, em que a configuração varia de acordo com a condução e as condições da estrada.

Além disso, deve-se ter em mente que os carros com tração dianteira geralmente não usam diferenciais autoblocantes por razões de segurança, pois, se o fizessem, exigiriam uma reação imediata do motorista às exigências da condução. Apenas os carros desportivos, com alto desempenho e de competição, podem possuir um diferencial autoblocante no eixo dianteiro.

O diferencial autoblocante  é uma peça fundamental para o desempenho do nosso carro, qualquer que seja o modelo, embora a maioria dos condutores não saiba qual é a sua importante função na condução do dia a dia.

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