Histórias em ruínas: 9 locais abandonados em Portugal

15 Dezembro | 2019 | Goodyear

Abandonados mas não esquecidos: damos a conhecer 9 locais abandonados cheios de magia e mistério. Uma aventura por hotéis e palácios inesquecíveis.

Cheios do romantismo que a ruína e a decadência lhes emprestam, Portugal tem a sua boa dose de locais abandonados. Há velhos hotéis, fábricas e palacetes em ruínas escondidos no meio de bosques e serras, parados no tempo. Todos eles têm uma história melancólica e triste para contar, a única real justificação para não tenham hoje outra vida. Se gosta de histórias de fantasmas ou de exercitar a imaginação com o passado, este roteiro é para si. Escolhemos 7 dos mais belos edifícios e locais abandonados do nosso país, cada um deles com o seu charme próprio.

Atenção! São locais em ruína, de estruturas instáveis e inseguros para o visitante. Não tome riscos desnecessários. Contudo, mesmo de fora, as suas arruinadas fachadas e jardins são motivo suficiente para os explorarmos.

Mosteiro de Santa Maria de Seiça

A 20 quilómetros da Figueira da Foz, foi construído no século XII e passou pelos beneditinos e ordem de Císter. Usado primeiro com finalidade religiosa e depois como fábrica de descasque de arroz, há aqui uma curiosa mistura de arquiteturas. Com 5 séculos de habitação por monges, não faltam relatos de “presenças estranhas” e recebe visitas dos estudiosos do “paranormal”. Esteve abandonado durante mais de 40 anos mas em abril deste ano foi reclassificado como Monumento Nacional e vai receber obras de restauro e ampliação.

Palácio das Águias

No coração de Lisboa, em plena Rua da Junqueira, fica o Palácio das Águias. Construído em 1713 pelo advogado Manuel Lopes Bicudo, teve vários proprietários nos seus mais de 300 anos de existência. Classificado como imóvel de Interesse Público, o palácio e quinta adjacente pertencem por estes dias a um fundo de um banco e chegou a estar à venda há dois anos por 17,5 milhões de euros. Encontra-se completamente degradado e o seu interior foi sendo saqueado.

Hotel Termal Serra da Pena

A 5 quilómetros de Sortelha este hotel abandonado é um testemunho de como avança a ciência. Quando foi criado acreditava-se que a radiação tinha características terapêuticas como se fosse água termal. Foi conhecido como Hotel Águas de Radium e, depois de se conhecer a verdade sobre o urânio, acabou por falir na década de 50. Já houve planos para o transformar de novo em hotel mas há quase 70 anos que permanece desocupado.

Monte Palace

Esteve aberto apenas durante um ano antes de encerrar por razões financeiras. Agora o Monte Palace é uma espécie de cicatriz que a natureza quer engolir em São Miguel. Nunca chegou a garantir a quantidade suficiente de hóspedes para garantir a viabilidade, mesmo que a ilha tenha encantos suficientes. A aposta era num turismo de luxo, ligado ao casino que nunca abriu, que acabou por não funcionar na região. Foi recentemente adquirido por investidores asiáticos e deverá abrir em 2021 como hotel de cinco estrelas.

Hotel Foz da Sertã

Em Cernache de Bonjardim, o Foz da Sertã foi construído na margem do Zêzere. Haveria aqui uma estação de engarrafar águas medicinais entretanto desativada. Terá recebido hóspedes entre as décadas de 50 e 70 e depois ocupado por regressados das ex-colónias, em 1974. Hoje já só restam as paredes e não se lhe conhece nenhum projeto de recuperação. Resta o silêncio do interior, quebrado pelo som da vida que cresce ao redor do rio.

Torre do Inferno ou Palácio do Rei do Lixo

Em Coina, perto da EN 10, este edifício foi construído numa antiga quinta adquirida por um comerciante de lixo. Diz-se que a torre foi edificada para que o proprietário conseguisse avistar a sua quinta de Alcácer do Sal. Contudo, acabou por nunca ser habitado e as suas obras foram interrompidas em 1914. Passou por diversas mãos ao longo do século XX mas um incêndio nos anos 80 ditaria o seu abandono.

Grande Hotel do Vidago

Foi o primeiro hotel do Vidago, localidade conhecida pelas suas termas. Era, na altura em que foi construído e entrou ao serviço, em 1874, um dos maiores hotéis de Portugal, com mais de 50 quartos e que dava trabalho a 40 pessoas. Hoje, encontra-se em adiantado estado de degradação, vítima habitual de vandalismo e certas partes do edifício já nem sequer têm telhado. O encerramento da estância termal, em 1990, acabou por selar o destino do Grande Hotel do Vidago, assim como de outros estabelecimentos hoteleiros da região.

Mosteiro de S. Pedro das Águias

Está integrado numa das mais antigas quintas da região do Douro e a sua construção remonta ao século XII. Implantado na margem direita do rio Távora, um afluente do Douro, foi habitado pelos monges da Ordem de Cister. A sua nova vida pode estar para breve, já que foi adquirido por um enófilo alemão que pretende implantar uma unidade hoteleira dedicada ao enoturismo.

Casa do Passal

Situada em Cabanas de Viriato, no concelho de Carregal do Sal, a Casa do Passal pertenceu à família de Aristides de Sousa Mendes, o diplomata português que salvou a vida a dezenas de milhares de judeus na II Guerra Mundial. Foi a seguir à guerra que a família ficou sem posses para manter a casa, que foi perdida. O edifício encontra-se em reabilitação para poder receber o museu dedicado ao famoso consul. 

Good Year Kilometros que cuentan