Madalena do Pico, capital do vinho

26 Janeiro | 2017 | Goodyear

Madalena do Pico ganhou o título “Capital do Vinho 2017” e quer marcar bem a sua presença no mundo do Enoturismo nacional. A Goodyear foi investigar.

Madalena do Pico foi eleita a “Cidade do Vinho 2017” e, a juntar-se aos tantos e bons motivos para visitar uma das mais belas paisagens portuguesas, dá-nos mais uma excelente razão para rumarmos aos Açores. Na ilha onde se ergue a mais alta montanha do nosso território, nasce também um vinho excepcional que merecia mais destaque nas nossas mesas mas que é feito como se fosse o néctar mais precioso deste mundo. Este ano a Madalena abre as portas e convida-nos a sentar à mesa e conhecer o excelente vinho do pico.

É sobretudo no concelho da Madalena que, entre as pedras negras, brota a vinha que viemos conhecer. A paisagem vulcânica é marcada pelas “canadas” e “currais” de pedra que limitam as explorações enquanto a brisa nos traz o ar marítimo. É nestes pequenos retalhos de terra, desde a Madalena a São Roque, que trabalham os homens e se protege a uva, numa luta centenária com o mar.

A Madalena é o mais populoso concelho da Ilha e tem beneficiado do crescimento turístico que a ilha tem conhecido nos últimos anos, mas mantém vivas as tradições e a arte que também aplica ao vinho. A maior agitação ocorre por altura das festas de Junho, mas qualquer altura é boa para se visitar o Pico e, com mais esta desculpa, não faltam destinos e pontos de interesse para uma visita de Janeiro a Dezembro.

Mini-roteiro para descobrir o Vinho na Madalena

Um vinho que se mantém desconhecido

A ilha é uma das “7 Maravilhas de Portugal” e Património da Humanidade pela UNESCO desde 2004, e a sua fama vai muito longe, . Contudo, o mesmo não acontece ao seu vinho, que perde destaque depois de falarmos da pesca, da caça à baleia e das suas belezas naturais. Mas o rendilhado destes solos basálticos não cria só gente dura, e faz parte de um terroir de eleição para a produção vitivinícola e um dos sistemas com maior biodiversidade da Europa. Aqui a riqueza nasce literalmente do chão.

Vamos então ao que nos trouxe aqui: o vinho acompanha a História do Concelho desde sempre e é responsável também pelo desenvolvimento económico dos últimos anos. Desde o século XIX que esta produção chega às mais abastadas casas reais europeias e até à mesa do Vaticano, chegando a ser referenciado em “Guerra e Paz” de Tolstoy. Os habitantes do Pico transformam pedra em vinho e, no meio da lava solidificada e cinzas vulcânicas, tiram o seu sustento com um resultado que é um elixir para o palato e para a visão. As vinhas que se estendem ao longo da parte baixa da Ilha criam uma paisagem que mistura o árduo labor dos homens com a incansável acção da natureza e merecem uma visita, tenha ou não interesse no vinho.

A melhor forma de apreciar o vinho do Pico é nas suas adegas rústicas e restaurantes locais. Desses, felizmente não faltam exemplos de boa qualidade, que sabem transformar os produtos da região em maná dos deuses. Os produtores locais estão também com um novo e redescoberto fulgor, apostando cada vez mais tanto no desenvolvimento da produção como na comunicação e imagem. Reforça-se assim a frescura dos brancos e rosés do pico e os resultados das misturas das castas Verdelho, Arinto dos Açores e Terrantez do Pico.

Mini-roteiro para descobrir o Vinho na Madalena

Museu do Vinho do Pico: instalado no antigo convento das Carmelitas, é um exemplo arquitectónico curioso do auge do “Ciclo do Vinho Verdelho”. Tem lagares, alambiques e uma vinha centenária que podem ser visitadas, assim como uma loja com os vinhos regionais.

Cooperativa Vitivinícola da Ilha do Pico: responsável pelo Lajido Reserva Doce, Angelica ou pelo Terras de Lava, assim como as aguardentes e brandys Picarota, é possível encontrar uma loja bem recheada na sua sede e conhecer um dos mais importantes agentes da produção regional.

Ancoradouro: Com vista para a Ilha do Faial, através do Canal, é um dos locais que não pode perder para entender o vinho local, na companhia dos produtos que aqui nascem. Sopa de peixe, polvo dourado, bife de atum, espetada de peixe… e tem aqui quem o pode aconselhar a escolher o melhor dos vinhos locais para cada prato.

Centro de Interpretação da Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico: no Lajido de Santa Luzia, este centro é o ponto de partida para visitas aos currais, aos armazéns, alambiques e demais estruturas que fazem parte do processo de produção local. Tem visitas guiadas e um mini-auditório onde se projecta um documentário.

Adega “A Buraca”: Neste espaço de enoturismo há antigas oficinas de tanoaria e ferro e edifícios antigamente ligados à agricultura, mas há também demonstrações de actividades da vinha, já que se produzem aqui vinho verdelho e aguardentes. É possível assistir ao processo da vindima entre Agosto e Setembro e, através de marcação, reservar provas de queijos, enchidos e vinho.

E ainda…

Claro que é difícil a um continental ir aos Açores e não aproveitar a oportunidade para dar um salto a outras ilhas. Conforme a altura do ano, o canal que separa o Pico de São Miguel pode ser o seu destino se quiser ver baleias ao vivo. Santa Maria é um destino menos usual, mas é um dos mais belos miradouros sobre o Oceano Atlântico que alguma vez vimos. Finalmente, a Ilha do Corvo é um local único, que tem que ser vivido para ser entendido, a força da Terra nem sempre se explica bem por palavras.

Good Year Kilometros que cuentan