Lisboa desde cima: miradouros de Lisboa

27 Maio | 2016 | Goodyear

Passe com a Goodyear um fim de semana na capital, com as melhores vistas sobre a cidade. Visita aos miradouros e elevadores de Lisboa

Miradouros como São Pedro de Alcântara ou Santa Catarina, estão entre os locais mais visitados de Lisboa. Mas, para superarmos as íngremes subidas que caracterizam a cidade, encontramos pitorescos e centenários elevadores que, mais do que um meio de transporte, são monumentos de que os lisboetas muito se orgulham. Aproveite agora para os visitar e vir passar dois dias à capital, antes que o Verão torne um suplício qualquer esforço de conquista das colinas de Lisboa.

O melhor fim de semana para visitar a cidade

Confie em nós, que vivemos nesta cidade há várias décadas: se o clima não se decidir a cometer alguma tropelia, este fim de semana é, de entre todos os 52 que irão compor 2016, o mais perfeito para a chegada de um forasteiro a Lisboa. Não nos levem a mal, já que tudo faremos para
tornar agradável qualquer visita, mas antes que chegue a confusão da festa do Santo António (na noite de 12 para 13) ou a canícula de Julho e Agosto, o primeiro fim de semana de Junho tem as doses certas de bom tempo, tranquilidade e horas de luz necessárias para apreciar a cidade da melhor forma.

Electrico Lisboa

O nosso roteiro para um fim de semana pelos miradouros de Lisboa tem uma regra simples: só vamos visitar aqueles a que podemos chegar de elevador. “Que regra atroz”, diz o leitor, “então e a Senhora do Monte, a Igreja da Graça, Santa Luzia ou o alto do Parque Eduardo VII?”. Vão ter que ficar para outra oportunidade: Lisboa não se conhece num par de dias e pedir ao visitante que esgote as suas parcas energias na tentativa fútil de tudo ver, é o pior serviço que lhe podemos prestar a ele e à cidade. Assim, restam-nos quatro destinos clássicos e duas novidades que, divididos por dois dias, são a nossa forma de vos convidar a olhar para Lisboa com “olhos de ver”.

Memórias (ainda) vivas

Quando os ascensores chegaram à cidade no final do séc XIX, a intenção não era mais do que utilitária: eram a forma de locomoção mais avançada para a época e eram arautos da velocidade que o século seguinte iria trazer. Hoje em dia, o ritmo dolente e o desenho clássico parecem anacrónicos no bulício da capital. Mas os alfacinhas nunca lhes perderam o respeito e, com algumas exceções, são ainda parte muito digna do sistema de transportes de Lisboa.

Dos Restauradores ao Bairro Alto

São 265 metros a separar a Praça dos Restauradores do Miradouro de São Pedro de Alcântara, um eixo que pouco perdeu da vida e dinamismo de outros tempos. Com a construção do Metro no Chiado, o Elevador da Glória reduziu algum do seu protagonismo para quem aqui vive e trabalha, passageiros que acabaram por ser substituídos por turistas estrangeiros, mas o charme desta viagem é, ainda hoje, inegável.

Lá em cima, São Pedro de Alcântara lava a vista com a Avenida da Liberdade a seus pés. Do lado direito vemos a colina onde se ergue o Castelo de São Jorge e, logo a seguir, uma nesga de Tejo que brilha com a luz desta altura do ano. Curiosamente, e apesar da sua grande dimensão, é um dos miradouros menos frequentados pelos lisboetas, o que é uma clara vantagem para quem quer aproveitar as duas tranquilas esplanadas que aqui se encontram.

Através do bairro dos pescadores

Num edifício do séc XVII da Rua de São Paulo, com uma fachada perfeitamente adequada aos “cavalos eléctricos” que guarda esta cavalariça, arranca aquele que é, de entre todos, o nosso preferido: o Elevador da Bica. Tal como o Bairro Alto ou Alfama o foram antes da Bica, este é o atual bairro boémio da capital: convivem aqui velhos pescadores, estudantes estrangeiros, músicos e “figuras” da noite, numa animação que, apesar de toda a miscigenação, permanece genuína.

Elevador Santa Justa Lisboa

O Elevador corta o bairro da Bica ao meio e deixa-nos mesmo à porta do Bairro Alto mas, em vez de continuarmos a subir, vamos fazer um pequeno desvio, virar à esquerda e acabar o primeiro dia do nosso roteiro em Santa Catarina, também conhecida pela alcunha de “Adamastor”. Se São Pedro de Alcântara é um local de tranquilidade, o seu homólogo virado a sul é um dos mais concorridos locais para a juventude alfacinha aproveitar os finais de tarde de verão. Lá em baixo fica o rio e, do outro lado, Almada, o Cristo Rei e a ponte sobre o Tejo. Aqui em cima, estamos nós na companhia de uma cerveja, iluminados pelo brilho dourado do pôr do sol.

Subir a partir da Baixa

Dos elevadores que vamos visitar este fim de semana, Santa Justa é o único vertical e merece que cheguemos de manhã cedo. Localizado na Baixa e com uma construção em ferro forjado que traz à memória a engenharia de Eiffel, é o mais famoso de todos e conta sempre com largas filas para entrar. Apesar disso, é preciso chegar mesmo ao fim da viagem para percebermos qual o motivo de tanto interesse.

Lá em cima, e depois de transpormos a apertada escada em caracol que nos leva ao miradouro, temos o Castelo de São Jorge à nossa altura e toda a Baixa a nossos pés. Viramos a nossa atenção à esquerda e vemos o Rossio e o Teatro Nacional. Mas, se sairmos daqui e tomarmos o passadiço em direção ao Largo e Convento do Carmo, perdemos a paisagem mas temos um encontro com a História recente do nosso país. O 25 de Abril teve aqui um dos seus mais importantes e decisivos eventos e, se o cansaço assim o aconselhar, aproveite a sombra das várias árvores aqui presentes enquanto recorda o momento.

O melhor para o fim?

Para o fim deixámos o mais antigo e mais injustiçado de todos os elevadores ainda no activo. O Lavra não tem o charme da subida a Santa Justa ou o pitoresco da Bica, mas há algo no seu ar semi-esquecido que deixa um travo a melancolia sempre que ali passamos. Parte a cerca de uma centena de metros dos Restauradores, na direção oposta ao Elevador da Glória, e deixa-nos perto do Campo dos Mártires da Pátria, mas é no Jardim do Torel que percebemos afinal para que serve.

O bairro em volta do Torel não é, com certeza, o mais típico de Lisboa, com grandes mansões e jardins invulgares nesta cidade. Contudo, no meio deste ambiente nobre, o miradouro do Jardim é local privilegiado para apreciarmos a luz prata que bate no rio. O verde das árvores que servem de moldura a esta vista parece conviver na perfeição com o riso das crianças da escola perto e com o som das gaitas de foles do Instituto da Xuventude da Galícia que soam ao final da tarde. Traga um livro e deixe-se adormecer nos bancos reclinados que aqui foram construídos, enquanto ganha coragem para voltar a casa. Depois desta vista, apostamos que vai ser difícil.

Postfácio:

Não terminamos sem falar das duas novidades que referimos no início deste roteiro. Mais de cem anos depois, claro está que a oferta para se conhecer Lisboa a partir do alto não se resume aos quatro exemplos anteriores. Inaugurou-se há cerca de dois anos o elevador que, a partir do Largo do Caldas, nos deixa no Chão de Loureiro e funciona como uma importante ajuda se quisermos fazer o percurso da Baixa até ao Castelo. E, mais recentemente, as Torres das Amoreiras abriram um dos seus elevadores ao público e permitem-nos subir até ao ponto mais alto da cidade. A 174 metros de altura, temos a vista completamente desimpedida a toda a largura e uma perspetiva única sobre Lisboa.

Good Year Kilometros que cuentan