Museu do Dinheiro: Como terá surgido a primeira mesada?

1 Março | 2017 | Goodyear

O Museu do Dinheiro transforma aquele que podia ser um tema chato numa exposição interessante também para as crianças. A Goodyear esteve lá e recomenda.

A antiga igreja de São Julião, mesmo ao lado da Praça do Município na Baixa de Lisboa, renovou-se e abriu portas ao público em 2016 com nova função. É agora o Museu do Dinheiro e, ao longo de nove núcleos, dá-nos a conhecer muito mais sobre a História e o mundo do “metal precioso”. Os especialistas dizem que é o melhor museu do género na Europa, atributo que não podemos desmentir ou confirmar pois não somos entendidos na matéria. Aquilo que percebemos é do que as nossas crianças gostaram e, depois de uma visita ao jovem museu, podemos garantir que encontrámos um espaço que as divertiu e educou. Traga os seus filhos e venha com a Goodyear à descoberta do Museu do Dinheiro

O museu ocupa o quarteirão de traçado pombalino com a sede do Banco de Portugal e é resultado de uma recuperação coordenada pelos arquitetos Gonçalo Byrne e João Pedro Falcão de Campos, com museologia a cargo do atelier Providência Design. A coleção do Banco de Portugal já existia anteriormente mas a instituição pretendia alargar a sua divulgação a mais gente, para além dos historiadores ou interessados pela numismática. Nasceu assim um museu generalista, dedicado ao grande público, que mais do que apresentar objetos, factos e datas, quer servir de testemunha da relação que, ao longo dos séculos, a sociedade foi estabelecendo com o dinheiro e as relações de troca, dando a conhecer ao mesmo tempo o que faz afinal um banco central.

Um museu que explica a história da mesada

Para as crianças a quem queremos ensinar o real valor de uma mesada, do ordenado que levamos para casa todos os meses ou das notícias que passam na TV à hora de jantar, o Museu do Dinheiro tem uma componente “mão na massa” muito forte e, sempre que possível, recorre a apresentações interativas para atrair miúdos e graúdos. A ideia é que as crianças saiam daqui com uma noção de como nasceu e evoluiu o dinheiro, afinal para que serve, e por que é que o Homem baseou tanta da sua atividade ao longo da História à sua volta.

A visita começa pela receção, pela porta de uma antiga caixa forte onde uma barra de ouro com quase 13 quilos contrasta com a projeção de imagens dos mineiros brasileiros no “garimpo”: o dinheiro é isto, o brilho e o esforço, mas também é muito mais e é por esse conjunto de funções e facetas que o visitante é convidado a penetrar pelos restantes oito núcleos que compõem a exposição. Mas, antes de passar pela porta, desafie os seus filhos a tentar levantar a barra e divirta-se com a sua reação. O Tio Patinhas tinha afinal um segredo qualquer, porque não é qualquer um que a consegue levantar.

Um percurso interativo

O percurso seguinte apresenta-nos as primeiras formas de moeda em raríssimos exemplares gregos, romanos ou chineses, que conseguimos ver em maior detalhe numa projeção tridimensional, e os diversos caminhos que a evolução da economia tomou com base nas convenções previamente definidas para o uso da ferramenta de troca. Oriente e ocidente evoluíram a ritmos diferentes e temos exemplos de tudo isso, mas a forma de apresentação consegue transformar toda esta informação numa experiência emocionante também para os mais pequenos.

Um mapa em vídeo que ocupa toda a parede de uma sala é controlado por uma roldana do tempo, permitindo que o visitante descubra o que se passava pelo mundo em cada época histórica, da primeira moeda cunhada em ouro em Portugal, no tempo de D. Sancho Iº, até à altura em que as nossas divisas eram usadas por toda a Europa. Na Sala do Tesouro, várias dezenas de tubos expõem as peças mais emblemáticas da coleção, mais à frente, qualquer um poderá cunhar e imprimir virtualmente uma moeda com o perfil do visitante e até poderemos descobrir se a nota que levamos no bolso é verdadeira. A visita só acaba em casa, depois do visitante visitar o site do museu e descarregar a sua própria nota personalizada.

Um museu que explica a história da mesada

Atividades para as crianças

Para além dos módulos interativos, a relação do museu com o seu público faz-se também de outras formas e para as crianças há uma série de atividades que introduzem um grande leque de elementos lúdicos naquilo que podia ser, afinal, um tema muito seco e chato. Há filmes por exemplo, com curtas metragens programadas pela Zero em Comportamento para 18 de Março na Macedónia da Filminhos, mas também oficinas para pais e filhos. Destas, no próximo dia 25 de Março, por exemplo, decorre “As Rotas do Comércio” onde as duas gerações vão tentar responder à pergunta “quanto estás disposto a pagar?”, com um ambiente que os irá fazer regressar no tempo até ao tempo dos romanos.

A 8 de Abril será vez de descobrir os motivos por que se coleciona, moedas, selos, obras, qualquer coisa, de forma sistemática, e dia 22 do mesmo mês é altura de descobrir a cativante personalidade de Francisco da Holanda, o humanista e homem da Renascença. Com marcação prévia, e destinado a grupos, há workshops de criação de moedas, onde as crianças são convidadas inventar a sua própria efígie e símbolo, de “desenho à desgarrada”, e uma sessão que explica o impato do terramoto de 1755 e a Baixa Pombalina que daí resultou.

Good Year Kilometros que cuentan