À “caça” da baleia nos Açores
18 Setembro | 2015 | Goodyear
A uma distância de viagem tão curta, com tão fantásticos segredos e uma oferta hoteleira ao nível do melhor da Europa, continua a ser um mistério porque é que os Açores são um “ilustre desconhecido” para a maioria dos portugueses. Contudo, há quem conheça muito bem estas águas e faça aqui a sua morada ou o local onde escolhe dar à luz: cachalotes, golfinhos, baleias azuis… todos fazem parte desta “vizinhança” de visita obrigatória.
Se é daqueles que, como nós, foi atrasando a sua visita aos Açores com a desculpa de que “são muitas ilhas para se conhecer em pouco tempo”, asseguramos-lhe que, sendo verdade, esse é um desafio inglório. Nem os próprios ilhéus conhecem a totalidade do seu arquipélago, por isso optámos por saltitar pelas várias ilhas, passando um fim de semana aqui, outro ali.
Açores rural
Desta vez vamos até São Miguel, para um encontro marcado com o mar. Ponta Delgada é uma cidade muito acolhedora, onde poderemos encontrar motivos de interesse para entreter qualquer visitante, mas em toda a ilha há uma oferta de turismo rural bastante forte e optámos por ficar perto de Vila Franca do Campo, local de onde iríamos partir para a observação de baleias.
Esta vila perdeu destaque desde os tempos em que a caça aos grandes cetáceos era uma das mais importantes actividades da ilha, mas guarda um charme muito especial e sabe bem receber o visitante. Tivemos a sorte de experimentar as lapas e a morcela com ananás do “Atlântico” (Avenida Vasco Silveira 10), restaurante mesmo em frente ao porto, com uma óptima vista e um atendimento de grande simpatia. Ficou registado na agenda como de “regresso obrigatório”.
Baleias, os gigantes do mar
Em toda a ilha existem diversos operadores especializados na observação de baleias e golfinhos, a Terraazul foi a nossa escolhida, mas na Ribeira Grande e em Ponta Delgada poderá encontrar outras ofertas como a Azores Adventures ou a Living Tours.
Qualquer altura do ano é boa para esta actividade, sendo que poderemos encontrar sempre as espécies que aqui vivem e, conforme as épocas, as que por aqui passam em migração. A baleia azul, o maior de todos os mamíferos por exemplo, é vista aqui por alturas da primavera, acompanhada pelas baleias sardinheiras e de barbas. No verão passam as baleias piloto e os golfinhos pintados. É um desfile que assegura que, durante todo o ano, há sempre motivo para nos fazermos ao mar.
O passeio começa com uma mensagem do vigia que, em terra, observa a costa e comunica aos barcos por rádio a informação da localização dos grandes cetáceos. Em seguida, os barcos dirigem-se para o ponto determinado e começa o deslumbramento. Ainda ao longe, avistamos o famoso repuxo que assinala que ali, mesmo para onde vamos, está um daqueles “monstros” que só conhecemos dos documentários de vida selvagem.
Quando um cachalote decide subir à tona e deixar-se admirar, a visão é estrondosa e deixa-nos um misto de receio e euforia. Faltarão sempre palavras para descrevermos a sensação. Afinal, é um habitante de um mundo alienígena que ali vemos, um sinal que nos recorda o pouco que conhecemos do nosso próprio planeta. Tente imaginar uma uma recordação mais perfeita para guardar do seu fim de semana…