Páscoa em Portugal: vamos vivê-la com as crianças

27 Março | 2018 | Goodyear

Vamos explicar às crianças como se vive a Páscoa em Portugal. Venha connosco num mini-roteiro pela tradições da época no nosso país.

A Páscoa em Portugal é uma festa que, a partir de um momento solene, tornou-se motivo para reunir a família. As tradições vivem-se à volta da mesa ou nas celebrações religiosas e, naturalmente, os mais pequenos são elemento muito activo e participativo. Mas afinal o que se celebra na Páscoa? E como é que a época é comemorada de forma diferente pelo país? Vamos explicar às crianças como se vive a Páscoa em Portugal.

A religião, ainda mais quando trata um tema sombrio como a morte de Jesus, é uma questão difícil de abordar. Apesar disso, as crianças gozam as suas férias, observam tradições familiares e como estas são diferentes pelo país. Portugal celebra esta época de forma especial e, mesmo que a religião não lhes interesse, é uma altura em que as tradições do nosso país vêm ao de cima. Há procissões nas ruas, caças aos ovos e até recordações pagãs.

Dos ovos e coelhos à Queima do Judas

A Páscoa portuguesa é celebrada de acordo com a tradição Católica mas não é possível esconder as suas raízes. Por esta altura do Solstício já os povos pré-cristãos celebravam a nova estação e os ciclos da natureza. Os dias começavam a ficar maiores, as colheitas a crescer e comemorava-se a fertilidade. Os ovos e os coelhos chegam dessa forma, para evocar a vida e o renascimento da terra.

Por outra via, essa tradição pagã ainda está bem viva em algumas localidades portuguesas. Em Montalegre dá-se a Queima do Judas, em que se representa a luta do bem contra o mal. Cerca de uma dúzia de figuras de palha são queimadas, afastando-se assim os Judas e o Inverno. A Serração da Velha é uma cerimónia com alguns semelhanças. Figuras de palha, as “velhas” são postas à porta das casas de Tourém e recolhidas para serem queimadas na praça. Em ambos os casos, são os maus espíritos que se expulsam, confiando que a nova estação trará fartura e alegria.

Quando assaltar não é pecado…

Entre Torrão e Entre-os-Rios dá-se uma “quezília” curiosa. Na noite de quarta-feira, a imagem do Senhor dos Passos é roubada pelos fiéis do Torrão e levada depois de regresso. Originalmente incluía ainda uma viagem de barco, mas mantém-se o hábito de enfeitar ambas as margens com milhares de velas. É um espetáculo que inclui ainda um “apagão” de todas as luzes da localidade, criando um ambiente único.

Em Cristelo-Covo, perto de Valença, o rio serve também de cenário para uma curiosa tradição que, desta vez, aproxima dois países. Na segunda-feira, os padres das freguesias de Cristelo-Covo e Sobredo-Torron levam a cruz a passear nas paróquias dos dois lados da fronteira. No rio Minho são largadas redes e os frutos da pescaria são ofertados à igreja. Os compassos de ambos os lados atravessam as águas e são beijados pelos fiéis do outro lado da fronteira.

Cor e alegria

Em Idanha-a-Nova, a ressurreição é recebida da forma mais ruidosa possível. Toda a população sai para a rua com apitos e chocalhos, anunciando a boa nova durante uma hora. Os sinos tocam ininterruptamente e o som é ensurdecedor. Durante esta alegre cacofonia o padre oferece amêndoas a toda a população que, ordeiramente aguarda à sua janela.

Depois da Quaresma, que para os cristãos está associada a uma época de jejum e reflexão, o Domingo de Páscoa quer-se luminoso. A tradição religiosa marca para este dia procissões e outros eventos mas, ao contrário do espírito solene das cerimónias da Quaresma, agora vive-se uma festa. São Brás de Alportel enfeita as ruas com milhões de flores em tapetes para acolher Jesus ressuscitado. A romaria segue o percurso colorido entre milhares de visitantes e tornou-se um dos eventos mais concorridos do Algarve.

Good Year Kilometros que cuentan