O nosso carro não terá sempre o lindo aspecto do primeiro dia. Como todas as coisas da vida, irá sofrer a passagem do tempo e, um dia o estofo mostrará a sua primeira marca e a alavanca de câmbio ficará mais rígida. O seu motor já não bradará como antigamente. Também os carros avelhentam! Mas, felizmente, podemos atrasar o processo com uma manutenção adequada e incidindo naqueles aspectos que estiverem dentro das nossas possibilidades.

A pintura do nosso carro é, do ponto de vista visual, a principal. Quer seja por arranjar os efeitos do tempo, quer pela vontade de simplesmente mudar o “rosto” do nosso veículo com uma cor distinta, é possível enfrentarmos em algum momento a tarefa de pintá-lo. Talvez o mais recomendável seja acudir a um profissional na oficina que deixe o nosso carro como novo. Mas, por vontade de poupar ou por puro interesse artesanal, outra opção é fazermos nós próprios os trabalhos de pintura. E quais são os passos que tem de seguir nessa situação?

• Procure um local sossegado, vazio e limpo. Irá demorar a acabar o trabalho e, nalguns momentos, precisará de um ambiente completamente limpo para não estragar o processo de pintar o carro. A sua garagem pessoal pode servir, mas certifique-se de que esteja limpa, livre de pós, aranheiras e outros tipos de sujidade.

• Retire os elementos de plástico ou cromados da superfície do carro que conseguir com facilidade e saiba colocar a posteriori. Não force aqueles que não consiga facilmente, uma vez que pode derivar numa rotura do material.

• Utilize fita-cola para cobrir todas as partes do carro que não for pintar, como vidros, o estofo próximo daqueles, o puxador, os espelhos… Verifique que não há buracos na fita que possam filtrar a pintura através deles. Quanto à garagem, é conveniente cobrir o chão de plásticos.

• Polir. Pode haver todo o tipo de impurezas e materiais aderidos ao carro e à pintura após um longo período de utilização. É por isso que temos de polir a superfície com uma boa dose de paciência e utilizar depois um diluente que termine o trabalho limpando os últimos vestígios de sujidade e materiais aderidos (lama, pó, etc…).

• Arranjar as mossas. Um carro que viveu já muitas aventuras connosco é um carro que terá rastos visíveis daquelas viagens, estacionamentos e incorporações mal assinaladas. Talvez tenha um cúmulo  de mossas por toda a sua superfície. Se houver danos desse tipo claramente visíveis nalgum ponto do carro, é conveniente empregar algum tipo de betume para os cobrir e depois alisar até a amolgadela desaparecer. É necessário lembrar que não devemos ultrapassar 5 mm de grossura nestes apósitos para não causarmos problemas na aderência do material. Caso sejam mossas mesmo grandes, é melhor mudarmos a peça do carro se for possível enfrentar a substituição.

• Imprimação: A primeira demão sobre a superfície favorecerá a aderência final e preparará o carro para o pintado definitivo. Para correger os nossos erros na aplicação da pintura, quando tivermos acabado este passo teremos de, novamente, polir a superfície.

• Pintura. Seguindo sempre as indicações fornecidas pelo fabricante, que determinam o tipo de pintura, estará na hora de enfrentar esta parte (até que enfim!). Podemos fazer uma mistura de 50% de pintura, quarta de diluente e outra capa de catalizador se tivermos em mente uma monocapa, e 75% de pintura e 25% de diluente se for bicamada. Serão necessárias pelo menos duas demãos, com um intervalo entre ambas de aproximadamente 25 minutos. Um bom secador para dar calor fará com que as camadas de pintura sejam mais fortes e encurtará o tempo de espera entre as camadas.
• Hora de lacar. Um dos passo mais delicados na hora de pintar o carro, uma vez que todo o tipo de pós e sujidades podem ficar aderidas com facilidade. É por isto que avisamos acima: procure que o local em que estiver a trabalhar esteja limpo, de preferência impoluto.

• Secagem. Demorará horas a ficar completamente fixada a pintura e o verniz, de modo que é melhor ir embora e deixar a porta fechada, para evitar a entrada de sujidade. Espere até ao dia seguinte e, quando voltar a ver o seu carro, dificilmente o reconhecerá: sentirá que está a estreá-lo novamente! Mas não se deixe apanhar outra vez: cuide a pintura e mantenha-a perfeita.