Autónomos: 3 problemas que a tecnologia tem que resolver

17 Outubro | 2017 | Goodyear

Mais eficazes e económicos, os carros do futuro também trazem consigo alguns problemas. Conheça 3 que a tecnologia precisa ainda de resolver.

A tecnologia transformou os veículos modernos em computadores com rodas, com todas as suas vantagens e desvantagens. Já rodam nas nossas estradas carros com avançadas funcionalidades que se tornarão ainda mais úteis quando estiverem ligados em rede. Se acha que perder o sinal de telemóvel já é um inconveniente hoje em dia, a dependência da tecnologia do seu carro poderá torná-lo até perigoso. Ao mesmo tempo, começam a aparecer relatos de ataques cibernéticos. Felizmente, os construtores estão também conscientes destes problemas e trabalham arduamente para os resolver. Conheça três problemas que os carros do futuro terão que resolver antes de cumprirem a sua promessa de total autonomia.

1. Total integridade dos sistemas

É certo que os carros que iremos conduzir no futuro terão uma integração de tecnologias cada vez maior, e os critérios para a sua escolha sofrerão algumas alterações. Os serviços e funcionalidades que os diversos fabricantes começam a introduzir estão a criar sistemas cada vez mais complexos. Tal como um computador profissional, daqueles que são montados especificamente para edição de vídeo ou computação em tempo real, os sistemas de um carro deverão oferecer fiabilidade total. Mas essa filosofia é contrária a uma outra que obriga à redução dos custos. Voltemos à comparação com um computador: se um portátil entrar em pane (um “crash do sistema”) teremos que o arrancar novamente e perder algum tempo com esse inconveniente. Na estrada o nível de exigência sobe exponencialmente. Estes sistemas críticos já são conhecidos e trabalhados em informática há muitos anos, mas é preciso readaptá-los a esta realidade.

Ao mesmo tempo, numa altura em que vemos empresas como a Google ou a Apple a posicionarem-se também neste mercado, aumentam o número de peças que podem falhar. Ao colocarmos lado a lado sistemas críticos com serviços de entretenimento, por exemplo, será necessário preservar a separação entre eles. Caso contrário, ficarão com a porta aberta a todos os problemas de segurança que nos afligem hoje em dia. Afinal, estamos a falar do “dispositivo móvel” mais exigente que a tecnologia já criou. Tal como os telemóveis modernos, também os carros ficarão sujeitos a vírus e outros ataques que cheguem através da rede ou de uma app maliciosa. E é assim que chegamos ao ponto seguinte…

Autónomos: 3 problemas que a tecnologia tem que resolver

2. Vacinados contra todos os vírus

Em 2016 e 2017 assistimos ao crescimento dos ataques informáticos do tipo “hijacking”. A ideia é bloquear o acesso a funcionalidades de um sistema, pedindo um resgate para resolver o problema. As formas de efetuar estes ataques são variadas e sofrerão uma evolução à medida que aumentam os alvos. Claro que também os veículos autónomos estão na mira dos piratas.

Imagine que faz o download de uma app para o seu carro e afinal acaba por instalar uma porta para os criminosos. O carro recusa-se a andar ou, ainda pior, guina e trava de forma súbita na estrada. De repente, no tablier digital, aparece uma mensagem a exigir um pagamento em bitcoins para resolver o problema. Não é ficção científica nem é o resultado de uma imaginação fértil. Já neste momento, quando ainda estamos tão distantes desse futuro de carros autónomos em rede, é uma possibilidade real.

Uma reportagem da revista Wired que rapidamente viralizou pela rede, mostra isso mesmo. Um white hat hacker, especialista em encontrar “buracos” em sistemas informáticos, conseguiu controlar um Jeep através do seu sistema de entretenimento. A necessidade da total separação dos diferentes sistemas do carro mostra-se assim de forma bem patente. O sistema de áudio e vídeo do veículo atacado estavam ligados à Internet e nem foi preciso tocar nele para o comprometer. O pirata teve acesso à direção, ao acelerador e, nas mãos erradas, poderia ter provocado um acidente. A Chrysler produziu um patch de correção para o problema, mas é só uma questão de tempo até aparecer outro exemplo do género. A porta de entrada foi o sistema de entretenimento, mas poderá ser qualquer outro componente em rede no futuro.

3. Cobertura de rede total

Mesmo que não seja alvo de intenções maléficas, a linha de vida do seu carro passa a ser a rede. Para ativarmos uma série de funcionalidades que se tornarão obrigatórias num mundo de condução autónoma, o veículo precisa de uma forma de comunicar permanentemente. As quebras de cobertura de rede, ainda hoje tão comuns em determinadas regiões, passarão a ser fulcrais. Há tecnologias que diminuem esta dependência, como as redes “mesh” que criam ligações com os pontos de acesso mais próximos, mas não a evitam completamente. Por outro lado, o impacto de uma rede que fique sobrecarregada em momentos de engarrafamentos, por exemplo, será bastante negativo. Os carros semi e 100% autónomos do futuro deverão ter sensores capazes de continuar a operar, mas a sua funcionalidade ficará diminuída nesses casos. Naturalmente, é também uma oportunidade de negócio para novos operadores e espera-se que seja o mercado a resolver essa dificuldade.

Apesar de não serem públicos, há testes intensivos a serem efetuados por construtores e seus parceiros. Não há ainda casos conhecidos de ataques criminais ou acidentes provocados por estes problemas mas é certo que irão aparecer. De uma coisa pode ter a certeza: o condutor do futuro vai ter sistemas anti-virus, firewalls e avançadas tecnologias de rede. Nem dentro de um carro poderemos fugir à força da informática.

Good Year Kilometros que cuentan