Sete regiões vitivinícolas portuguesas

15 Agosto | 2018 | Goodyear

Escolhemos para começar sete das 14 regiões vitivinícolas portuguesas. Uma escapadinha por algumas das regiões mais importantes de produção de vinho português.

Quais são as principais regiões vitivinícolas portuguesas? Uma escapadinha pelas regiões mais importantes de produção de vinho português. Começamos pelas sete mais a norte do país, mas em breve falaremos sobre as restantes sete mais a sul e também nos arquipélagos dos Açores e da Madeira.

O vinho e a vinha estão associados aos primórdios da humanidade e há vestígios dessas atividades um pouco por todo o país. Vestígios pré-histórios, romanos, celtas. Enfim, um peso histórico que nos cabe a nós manter. Espreite connosco as origens e alguns pontos de interesse de cada uma das regiões vitivinícolas.

Vinho Verde

No litoral norte de Portugal fica a região vitivinícola do vinho verde, onde são produzidos estes vinhos, mas também espumantes, aguardentes e vinagres. A gastronomia é um ex-libris da região, famosa pelos seus doces de ovos e, claro, pelo vinho.

Uma das localidades da região é Amarante, onde se situa o empreendimento turístico “Aldeia do Tâmega”, nas margens do rio homónimo. Este empreendimento, com quartos e moradias, é ideal para uma escapada ou umas férias em família ou amigos. A partir daqui poderá explorar o património natural da região através de caminhadas, passeios de bicicleta ou mergulhos nas praias fluviais. Os amantes da natureza são aqueles que mais se irão divertir. Opções mais urbanas como o parque aquático de Amarante ou a piscina de ondas coberta também existem.

Recorde-se que Amarante faz parte do grupo de Cidades Criativas da Música, da rede UNESCO, e que aqui é “obrigatória a visita” ao Museu Amadeo de Sousa-Cardoso ou ao Convento e Igreja de São Gonçalo.

Anteriormente, a Goodyear apresentou-lhe alguns dos melhores restaurantes para apreciar o vinho verde. Reveja-os aqui.

Trás-os-Montes

Ao lado da região dos vinhos verdes, fica a região de Trás-os-Montes, caraterizada por montes e vales pronunciados numa grande área de extensão. Os cenários são por isso variados desde “exuberantes vales verdejantes” a “colinas antigas cobertas por uma colcha de retalhos de bosques, ou olivais verde-cinza, extensas vinhas verdes brilhantes, ou amendoeiras floridas e outras árvores de fruto”.Devido a estes “microclimas”, a região está subdividida em três sub-regiões para a produção de vinhos de qualidade com direito a Denominação de Origem (DO) Trás-os-Montes.

Para tirar partido desta região, pode escolher entre as opções presentes no site Vinhos de Trás-os-Montes. A Casa Grande do Seixo, a Quinta do Ermeiro ou a Quinta das Corriças.

A Casa Grande do Seixo fica a nove quilómetros de Vidago. É um edifício do século XVIII com uma arquitetura tradicional, paredes em granito e vigas de madeira que combinam com quartos com aquecimentos central televisão e Wi-Fi. A vista é para a montanha e para o jardim. A Casa está integrada numa propriedade com vinhas extensas, que dão origem a vinhos brancos e tintos de alta qualidade. É o caso dos vinhos DOC Trás-os-Montes “Erbon Branco e Erbon Tinto”. Os hóspedes podem acompanhar o processo de fabrico e degustar os vinhos. A propriedade fica a 20 quilómetros de Pedras Salgadas e a poucos quilómetros de dois campos de golfe.

Já na Quinta do Ermeiro, o “lazer e a tranquilidade” são as palavras-chave. Uma refeição na companhia dos proprietários Lourdes e Fernando pode ser um bom princípio para planear o que fazer nos dias seguintes.

Outra sugestão dos Vinhos de Trás-os-Montes é a Quinta das Corriças, onde existe uma Wine House onde são realizadas provas comentadas de vinhos com degustação da gastronomia local, incluindo enchidos, carnes e outras especiarias regionais. Há sete suites disponíveis que integram a casa reabilitada. Uma escapada neste local implica também turismo na natureza com a realização de passeios pedestres ou a cavalo, descida do rio Rabaçal em canoas ou visitas comentadas à adega e à quinta.

Trás-os-Montes, o Reino Maravilhoso de Miguel Torga

Porto e Douro

A Região do Douro é reconhecida pela UNESCO como “Património da Humanidade” desde 2001. As suas encostas escarpadas monumentais banhadas pelo rio são de uma beleza única. Aqui fica a mais antiga Demarcação Vinícola do mundo. A Região Demarcada do Douro terá sido criada em 1756 no reinado de D. José I pelo seu ministro Marquês de Pombal.

Segundo o Wine Tourism Portugal, é “no Douro que nasce o Vinho do Porto, principal embaixador dos vinhos Portugueses, mas nas últimas décadas os vinhos de mesa do Douro têm sido apreciados e alcançado notoriedade em todo o mundo”.

Chama-se Vinho “do Porto”, porque o vinho era armazenado e comercializado a partir do porto que existe entre a cidade do Porto e Vila Nova de Gaia. “O vinho descia o rio Douro nos característicos barcos rabelo e envelhecia nos armazéns de Vila Nova de Gaia, já que esta zona apresenta poucas variações de temperatura durante o ano”, explica o mesmo site.

Para saber mais sobre esta especialidade, poderá consultar o site do Instituto do vinho do Douro e do Porto onde surgem várias opções de turismo. Não deixe de passar pelo Museu do Douro, onde tomará contacto com a identidade cultural da região demarcada, do Homem que a construiu, sendo ainda um Museu de Vinho.

A rota do Vinho do Porto, que já conta com mais de duas dezenas de anos, inclui 54 locais, situados na região demarcada e nas freguesias limítrofes, com relação direta ou indireta com a cultura vinícola. Nesta rota irá conhecer o pequeno viticultor, o grande produtor de vinhos (Vinho do Porto, DOC Douro, Moscatel e Espumante), tendo ainda a oportunidade de visitar vinhas, adegas, provar ou comprar vinhos. E claro, por que ão aproveitar para visitar o Parque do Côa, onde poderá apreciar as gravuras paleolíticas nas margens do rio Côa, dos afluentes do rio Douro.

Vinho do Porto: conheça a História e os sabores

Távora-Varosa

Esta região, situada no sopé das encostas da Serra da Nave, entre os rios Paiva e Távora, no denominado Vale do Varosa, produz alguns dos melhores vinhos e espumantes nacionais.

O ser humano tem marcado presença na região desde a proto-história. Romanos, Suevos e Visigodos ocuparam esta região e os monges de Cister construíram aqui magníficos edifícios, incluindo o Mosteiro de S. João de Tarouca, no século XII. Foi também aqui que nasceu Aquilino Ribeiro.

São 2100 hectares de vinha distribuídos por oito concelhos entre os 500 e 800 metros de altitude. O clima é clima extremo e de forte influência continental. Tanto os vinhos brancos como os tintos têm características que os distinguem de outros aromas. Destaque ainda para a qualidade dos vinhos espumantes. Esta foi a primeira região vitícola nacional a ser demarcada para a produção de espumante DOC, em 1989.

Para uma escapada na região do Távora-Varosa, poderá optar pela Rota das Vinhas de Cister, onde se produzem ótimos vinhos frutados e espumantes de qualidade. Terão sido os monges de Cister a impulsionar o cultivo das vinhas nesta região profundamente ligada à religião e onde se podem ver numerosos templos religiosos construídos na Idade Média.

O espumante Murganheira é dos mais conhecidos, quer pelo sabor, quer pela particularidade das suas caves, escavadas em rocha granítica, chegando aos 72 metros de profundidade.

A região do Távora-Varosa produz, também, ótimos acompanhamentos para os vinhos frutados como cerejas, castanhas, maçãs, cavacas, o biscoito da Teixeira, o presunto, a bôla e os enchidos de Lamego não podem faltar à mesa.

Bairrada

Bairrada

Entre Águeda e Coimbra, desde as Serras do Caramulo e do Bussaco até ao litoral, na Beira Litoral, fica a região da Bairrada. Esta região caracteriza-se pelas suas terras planas e férteis, clima suave e influencia da proximidade do mar. A história é atribulada na zona, pois foi, no passado, uma terra de passagem e de conquistas, de lutas entre cristãos e árabes no tempo da formação de Portugal, quando a capital do reino era Coimbra e o caminho da afirmação era para sul. Também os exércitos de Napoleão por aqui passaram, como explica o site Wine Tourism Portugal. Entretanto, a mancha de vinha foi-se mantendo e cedo começou a expedição dos vinhos para o estrangeiro.

As vinhas destinadas à produção de produtos com a denominação “Bairrada” devem cumprir com o regulamento que indica que as vinhas “devem estar instaladas em solos “calcários pardos ou vermelhos”, em “solos litólicos húmicos ou não húmicos”, ou em podzóis de materiais arenáceos pouco consolidados”. A área ocupada pelas vinhas não ultrapassa os dez mil hectares, sendo as explorações vinícolas, na sua maioria, de dimensão reduzida. Vinho tinto, branco, espumantes são algumas das variedades da região.

Para desfrutar desta região, pode passar por Aveiro ou pela Figueira da Foz. A cidade universitária de Coimbra é uma boa base para visitar o Bussaco. Em Coimbra deverá visitar a Sé Velha, à Sé Nova, o Museu Nacional Machado de Castro, o Mosteiro de Santa Cruz, o Jardim Botânico, o Mosteiro de Santa Clara-a-Velha e o Convento de Santa Clara-a-Nova. A 25 quilómetros de Coimbra, fica a estação terminal do Luso indissociável da floresta património nacional do Bussaco e poderá ainda deslocar-se às caves da mealhada, ao Convento dos Carmelitas Descalços ou ao Museu Militar do Bussaco.

Rota dos Vinhos do Dão

Dão e Lafões

A região Dão e Lafões está situada num território charneira da Região Beira Alta, no Centro Norte de Portugal, entre o litoral e o interior. Viseu é a capital encantadora da Região da Beira Alta, no caminho para as fortalezas medievais da Guarda e de Trancoso e da fronteira. A Serra da Estrela, a mais alta de Portugal, separa a Beira Alta da Beira Baixa.

Tem recantos maravilhosos, enquadrados por serras como o Caramulo ou a Gralheira/Montemuro e rios como o Dão e o Paiva. Também por aqui os vestígios humanos remontam à pré-história, sendo que, na Idade Média, a vinha foi essencialmente desenvolvida pelo clero. Foi a partir da segunda metade do século XIX, após as pragas do míldio e da filoxera, que a região conheceu um grande desenvolvimento (o vinho do Dão foi muito procurado pelos europeus na altura em que a filoxera dizimava as vinhas europeias). Em 1908, tornou-se na segunda região demarcada portuguesa.

Com uma extensão aproximada de 376 mil hectares, a região do Dão desenvolve-se entre zonas profundamente montanhosas e vales com colinas e declives suaves e arredondados, com um clima frio e chuvoso no inverno e quente e seco no verão, condições únicas para a produção de vinhos sem igual, detalha o site Wine Tourism Portugal. A combinação de castas aqui é muito diversificada quer nas variantes tintas como brancas.

Lafões é uma pequena região de transição, encravada entre as denominações do Dão e Vinho Verde, cortada pelo rio Vouga, com solos maioritariamente graníticos. Em regra, os vinhos de Lafões mostram um pendor acídulo, apresentando um estilo semelhante ao da denominação vizinha do Vinho Verde.
Para uma escapada nesta zona, as recomendações vão para Viseu, com a sua Sé, o Museu de Grão Vasco, o Museu Almeida Moreira e o Solar do Dão. Poderá também subir à Torre, na Serra da Estrela e visitar ainda Linhares, Gouveia e Manteigas.

Beira Interior

Estamos a chegar ao final deste primeiro conjunto de breves descrições das regiões vitivinícolas portuguesas. A Denominação de Origem Beira Interior foi criada a 2 de Novembro de 1999, como resultado da aglutinação das regiões de Castelo Rodrigo, Cova da Beira e Pinhel, que passaram a sub-regiões desde então.

O passado histórico vitivinícola remonta à fundação da nacionalidade e estende-se por 16 mil hectares de vinhas entre os 400 e 700 metros de altitude. Recorde-se que na região das Beiras, a cultura da vinha remonta à época romana, existindo vestígios de lagares talhados nas rochas graníticas que serviam para produzir vinho. Os vinhos foram protegidos durante os reinados de D. João I e de D. João III.
Aqui são produzidos vinhos brancos, tintos, rosados e palhetes, mas também espumantes naturais.

Nesta região poderá visitar Castelo Branco, rodeada por grandes quintas produtoras de azeite e que marca a transição para o norte montanhoso. Uma das maiores atrações de Castelo Branco é o extraordinário Jardim Episcopal, ao lado do antigo palácio do Bispo. Poderá optar pela Guarda, a cidade mais alta de Portugal, localizada na extremidade oriental da Serra da Estrela em frente a Espanha. Em Guarda, cidade fundada em 1197 por D. Sancho I, recomenda-se a visita ao Museu da Guarda, à Igreja da Misericórdia e à Igreja de São Vicente.

em breve, a Goodyear irá visitar as restantes regiões vitivinícolas de Portugal: Lisboa, Tejo. Península de Setúbal, Alentejo, Algarve, Açores e Madeira.

Good Year Kilometros que cuentan