Reserva da Faia Brava: à descoberta do desconhecido

23 Novembro | 2018 | Goodyear

Dentro do Parque de Coa, fica a reserva da Faia Brava, um local ainda praticamente desconhecido, mas com uma paisagem riquíssima.

No Parque Arqueológico do Vale do Côa existem mais que pinturas rupestres para conhecer. A Reserva da Faia Brava, praticamente desconhecida dos portugueses, combina uma paisagem riquíssima, com o acesso às pinturas rupestres, com a vantagens de se poder ficar num hotel de luxo.

Antes de entrarmos na Reserva da Faia Brava, recordemos o que é o Parque Arqueológico do Vale do Côa, um espaço de interesse patrimonial e cultural, criado em 1996. Dois anos depois, os núcleos de gravuras rupestres foram classificados como Património Mundial, pela Unesco.

É um local único no mundo onde se encontram manifestações artísticas ao ar livre inscritas na pedra em diversos momentos da pré-história, proto-história e história, incluindo as famosas figurações paleolíticas. As mais de mil rochas com manifestações rupestres estão dispersas por mais de 70 sítios diferentes ao longo do rio Côa e também do rio Douro. A maior quantidade foi desenhada no paleolítico, seguindo-se as manifestações da Idade do Ferro, da época histórica e pré-história recente.

Reserva da Faia Brava

Dentro deste parque, nasceu a Reserva da Faia Brava, perto de Figueira de Castelo Rodrigo, na Guarda. É uma área protegida privada onde os animais habitam em liberdade e as pessoas podem pernoitar sob as estrelas, em contacto com a natureza, mas com as comodidades e qualidade de vida de outro tipo de alojamento. Campismo com glamour: glamping.

São, atualmente, entre 800 e 1000 hectares de área protegida a 14 quilómetros de Figueira de Castelo Rodrigo, entre a cordilheira da serra da Marofa e o manto de vinhas do Douro, no coração do canhão fluvial do rio Côa A classificação foi conquistada em 2010 pelo então Instituto de Conservação da Natureza. É gerida pela Associação Transumância e Natureza (ATN) e é uma área-piloto do projeto europeu Rewilding Europe para a criação de áreas naturais silvestres e desenvolvimento de turismo de natureza na Europa.

O objetivo inicial da criação da reserva era a conservação do britango ou abutre-do-egito (Neophron percnopterus) e da águia de Bonelli (Aquila fasciata), uma ave em riscos de extinção, no vale do Coa. Este objetivo levou a Associação Transumância e Natureza a adquirir propriedades na região que, com o tempo se foram interligando, sendo gerida, exclusivamente, para efeitos de conservação da natureza e da biodiversidade.

O território caracteriza-se pelas profundas escarpas graníticas que estão na origem do nome da reserva – faia significa escarpa – sendo locais tranquilos e seguros para a nidificação de grandes aves rupícolas.

Os animais que por aqui vivem, incluindo garranos selvagens e vacas maronesas, têm como função ajudar a limpar a vegetação e fertilizar o solo, contribuindo para que, dentro de 50 anos, o local volte a ser uma floresta como foi noutras épocas. E, com pouca ou nenhuma intervenção humana.

Além destas espécies, têm voltado para a região outros animais selvagens como o corso, o gato-bravo e há registo de um cada vez maior número de britangos e também grifos. A natureza vai-se reabilitando e muitas outras espécies recuperaram a qualidade de vida de outros tempos como anfíbios, fungos, répteis, borboletas.

A Reserva da Faia Brava desenvolve ações nos domínios do restauro ecológico, através da valorização de habitats, do aumento da disponibilidade alimentar das espécies mais ameaçadas e da gestão florestal.

 Reserva da Faia Brava: à descoberta do desconhecido

Visitas de preferência guiadas

As visitas à Reserva podem ser feitas livremente mas os promotores aconselham vivamente o acompanhamento por guias, devido às caraterísticas do terreno e do projeto de conservação da natureza.

Há passeios sugeridos para cada época do ano, incluindo visitas guiadas e observação de aves, opções de estadia em tendas móveis ou em casas com teto de abrir. O local promove passeios pedestres, guiados, com duração mínima de quatro horas, safari de carro de três horas e meia, observação de abutres a partir de um abrigo fotográfico, birdwatching.

No Outono, as propostas da organização incluem descobrir as aves do Vale do Côa, a visita a um sobreiro com mais de 500 anos, a visita a um abrigo com pinturas rupestres ou plantar árvores na reserva. No inverno, poderá ainda cruzar-se com manadas de garranos ou vacas maronesas.

Casas com teto de abrir

Para ficar, poderá optar pelas casas-tendas do Star Camp Portugal, projeto nascido a partir de uma parceria com o movimento Rewilding Europe.

São três casas feitas em madeira e materiais sustentáveis com água aquecida por painéis solares. Os nomes das casas remetem quer para as constelações que pode ver ao olhar para cima, mas também aos animais representados nas rochas do Vale do Côa e aos próprios animais que ainda hoje por ali circulam: Aquila, Taurus e Equuleus – águia, touro e cavalo.

E para que a proximidade com as estrelas seja ainda maior, é possível abrir o teto das casas, para observar as constelações durante a noite. As refeições são tomadas no exterior das casas.

Além das pinturas rupestres

O património cultural é extremamente rico, incluindo pão, bolas toscas, biscoitos, figos, vinhos, azeite, mel de rosmaninho e amêndoa, bem como doces com ela confecionados. Além dos sítios com gravuras rupestres abertos ao público, pode visitar as ruínas do castelo medieval www.cm-fozcoa.pt, ou Museu de Sítio da Quinta de Ervamoira em Chãs/Muxagata (Vila Nova de Foz Côa), que inclui uma exposição sobre a estação arqueológica romana e medieval, que foi intervencionada na quinta Ramos Pinto.

Visite ainda as imponentes ruínas do templo romano em Almofala ou a aldeia medieval integrada no roteiro das Aldeias Históricas de Portugal.Visite ainda o centro histórico de Pinhel, onde sobressai o antigo castelo com as suas duas torres. Na proximidade do Parque Arqueológico situa-se o Parque Natural do Douro Internacional.

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