Road movies: as duplas mais famosas

22 Outubro | 2015 | Goodyear

Alguns dos pares mais famosos da história do cinema e dos road movies

Ao contrário das histórias que acompanham tantos dos pares famosos de Hollywood, quando a “Meca do cinema” se dedica à estrada nem tudo é romance. Entre as duplas que já vimos preencher o grande ecrãn, agarradas ao volante ou deixando-se levar, já assistimos ao amor, à loucura, à obsessão ou à simples necessidade de fugir. O cinema é uma forma de escape e nada mais natural do que levar-nos em viagens, mas tal como ir ao cinema é mais agradável com “aquela” companhia especial, é também a par que se desenham algumas das viagens mais famosas da “sétima arte”.
Deixamos-lhe de seguida sete pares que se (re)conheceram na estrada, e que nos recordam o quanto é importante empreendermos jornadas “a dois”. Spoiler: são muito raros os casos de “road movies” que acabem bem, o género tem uma especial predileção por finais trágicos.

 

Bonnie & Clyde

Se a literatura usou muitas vezes antes as grandes viagens como auxiliar narrativo para nos relatar a progressão de uma personagem, os “road movies” teriam o seu primeiro exemplo no cinema com “Bonnie e Clyde” (1967). Transformados em mito por uma América sedenta de risco e transgressão, Faye Dunaway e Warren Beaty foram as escolhas perfeitas para inaugurar um tipo de cinema mais cru e violento, com carga sexual, mas com a fuga a servir de linha condutora até ao trágico, mas apaixonado, final da dupla.

 

Wyatt & Billy
Vamos cometer uma batota: dizer que “Easy Rider” (1969) é a história de um par de bikers (interpretados por Peter Fonda e Dennis Hopper) a caminho de Nova Orleães é esquecer a terceira personagem principal deste filme: o asfalto. Enquanto “procuram por aventura e o que mais se lhes cruzar no caminho”, é durante os quilómetros feitos em cima da mota que, sem falarem, as duas personagens ganham a intimidade que os tornará inseparáveis, mesmo no momento da morte.


Travis & Hunter

A banda sonora inesquecível de Ry Cooder e as paisagens captadas em genial momento de forma por Wim Wenders, colocam “Paris, Texas” (1984) no panteão dos momentos históricos do cinema, mas é o reencontro e a busca de um pai (Harry Dean Stanton) e do filho (Hunter Carson) que lhe dão linha narrativa. Profundo e complexo, é de uma beleza fotográfica raras vezes repetida na sétima arte.

Lula & Sailor

“Um Coração Selvagem” (1990) é, talvez, o filme mais acessível de David Lynch, o que permite que a relação de Lula e Sailor se torne tão mais memorável. A “fuga para frente” é a única solução para o casal perseguido por uma mãe obcecada, mas Nicolas Cage fá-lo com o charme de um Elvis Presley desesperado ou um Wyatt Earp apaixonado. Se alguma vez tiver sonhado em vestir um casaco de pele de cobra e conduzir um descapotável pelas estradas do Sul da Califórnia, este é o seu filme.

 


Thelma & Louise
Não podemos passar em revista os pares mais famosos dos road movies sem falar no clássico de 1991 de Riddley Scott, onde encontramos os sinais mais importantes do género: personagens desesperadas em fuga, a vontade de viver a vida ao máximo e um final trágico, como se diz em Hollywood, “over-the-top”, porque esta história só pode acabar com uma explosão. Susan Sarandon e Geena Davis deixam aqui um dos primeiros testemunhos de um cinema que começava a tratar personagens femininas de forma bastante mais madura e respeitosa.

 

Kikujiro & Masao

Mas os “road movies” não usam só a adrenalina, o asfalto e o desespero como combustível narrativo. Em “O Verão de Kikujiro” (1999), Takeshi Kitano traz-nos um dos mais ternurentos pares do cinema quando a sua cínica personagem encontra um rapaz capaz de caminhar até ao fim do mundo em busca da mãe que nunca conheceu. A ingenuidade de Masao contagia Kikujiro, que irá ficar para sempre transformado.

 

Miles & Jack

Ao definirmos “Sideways” (2004) como um road movie temos que alertar que aqui a velocidade desce até níveis compatíveis com o consumo vitivinícola. Paul Giamatti e Thomas Haden Church são dois amigos que nunca alcançaram real sucesso e querem agora encerrar ciclos das suas vidas. A solução passa por uma semana de passeios em charret pelas vinhas, durante a qual, na intimidade e nos efeitos do álcool, procuram por si próprios. O filme acaba antes de sabermos se esse reencontro é possível, mas deixamos as personagens com a certeza que esse é um desafio que podem facilmente ultrapassar. Basta quererem.

E você? Quem é que imagina ser, quando inicia uma longa viagem?

Good Year Kilometros que cuentan