Os últimos versos de Camões

17 Novembro | 2016 | Goodyear

Descubra com a Goodyear uma rota para conhecer as pegadas de Camões em Constância e Lisboa!

Luís de Camões é o nome mais importante da lírica portuguesa, e indubitavelmente o pai da nossa literatura. A importância da sua obra, a começar por Os Lusíadas, marcou o rumo das letras portuguesas e fez dele um nome que invariavelmente relacionamos com a nossa cultura em qualquer das suas manifestações. Sendo um personagem que viveu há cinco séculos, é natural pensarmos que resulte difícil seguir a sua pegada material. Quanto terão mudado os rostos das nossas cidades desde aqueles dias? Mas, mesmo que não seja tão fácil quanto ir conhecer as propriedades e espaços de escritores dos últimos cem anos com casa-museu e testemunhos diretos das suas vivências, sim podemos desfrutar de um bom roteiro de Camões quer conhecendo os locais onde morou, quer o rasto que a sua obra deixou em certos pontos do nosso país.

É o caso de Constância, onde decorreu uma breve parte da vida do poeta e onde, porém, fica um rasto muito visível daquela passagem também pela insistência dos vizinhos da vila para resgatar do esquecimento esta estadia. Foi recentemente, no passado mês de Setembro, que com motivo do Dia Mundial do Turismo a câmara apresentou a Rota de Camões como um evento destinado para públicos escolares, desvendando os mistérios da Vila Poema entre o património material e a poesia, o imaterial.

Entre as pegadas materiais da passagem de Camões podemos encontrar a que a tradição identifica como casa dele, numa antiga ruína à beira do Tejo onde Camões cumpriu a pena de desterro. Aquelas ruínas foram transformadas desde 1991 na moderna Casa-Memória de Camões, com um espírito vanguardista de autoria da Faculdade de Arquitetura de Lisboa. Focada na preservação e valorização do património camoniano, a casa irá em breve acolher um centro internacional de estudos sobre o autor.

Tejo Camões

Perto, olhando para o Zêzere prestes a deitar as suas águas no Tejo, podemos encontrar o monumento a Camões, como uma lembrança do tempo que ele passou em Constância, que na altura tinha o nome de Punhete. Ainda hoje os vizinhos deixam flores em homenagem ao literato e não é raro encontrá-las. O monumento enquadra-se no Jardim Horto de Camões, uma homenagem particularmente engenhosa ao poeta: reúne toda a flora que Luís de Camões refere nos seus poemas, juntando no total mais de 50 espécies distintas de plantas. O Jardim-Horto acolhe o Jardim de Macau, um Auditório ao ar livre e o Planetário de Ptolomeu. Ainda, pode visitar o enorme painel de azulejos que mostra ao visitante as partes do mundo que conheceu Camões, entre Lisboa e Macau, a  Índia e África. Poderá conhecer a mais grande esfera armilar de Portugal, que assinala o meio milénio dos Descobrimentos e reflete o caráter universal da cultura portuguesa. Um monumento que Camões teria orgulho em contemplar.

A visita a Constância não ficará completa sem conhecer o Camões com Sabor, na rua do literato, que promove os produtos tradicionais ligados à terra, onde poderemos degustar os mesmos sabores que sem dúvida Camões conheceu na antiga Punhete: os deliciosos vinhos e azeites, e o mel e o queijo do Ribatejo.

É em Lisboa, na capital do país que Camões tanto defendeu nos seus escritos, que podemos descobrir também rastos do poeta. No Largo de Camões há quase 150 anos que uma estátua do poeta, obra de Vítor Bastos, preside a praça e lembra a sua figura a todos os turistas que visitam o nosso país. E, no Mosteiro dos Jerónimos, podemos conhecer o túmulo do poeta, do século XIX.

Não podemos deixar Lisboa sem conhecer o Pátio do Tronco, ao qual pode entrar-se pela rua das Portas de Santo Antão e onde existia durante o século XVI a Cadeia Municipal do Tronco. Foi entre o Rossio e as Portas que em 1552, tendo já lutado na guerra em Ceuta, Luís de Camões se envolveu numa briga a espada que resultou nele preso e levado para este cárcere do Pátio. Nove meses que o poeta iria morar numa cela, talvez com janela para um pátio que ainda hoje parece lembrá-lo, como se não se tivesse passado meio milénio.

Good Year Kilometros que cuentan