As serras Algarvias, uma rota por miradouros e cascatas

16 Abril | 2018 | Goodyear

Nada falta a sul do país. Para lá da praia e do barrocal, as serras algarvias são o último reduto de um Algarve genuíno e convidativo. Conheça-o connosco!

Depois da costa e do barrocal, há um “terceiro Algarve”. As serras algarvias representam a fronteira com o Alentejo mas trazem já paisagens e experiências bem diferentes. Longe dos extremos da vida serrana nas beiras, não deixam de ser uma visita a um Algarve genuíno e honesto. Não precisamos de subir muito para encontrar vistas que o comum veraneante nunca espreita. Por isso, agarre no carro e venha fazer esta rota entre saberes e sabores, pelos montes e vales das serras algarvias.

    37.213894-8.778671

    No Espinhaço do Cão

    Ponto mais alto da Serra de Espinhaço de cão, o marco geodésico da Poldra fica a 248 metros. Encontra-o perto da estrada que liga Lagos a Aljezur, parando no primeiro entroncamento que faz a ligação à costa. Um breve passeio a pé, entre eucaliptos e acácias, vai levá-lo até aqui mas não tenha grandes expectativas. Viemos até aqui para apreciar a viagem e não o destino. Chegados da Costa Vicentina, a subida é suave por entre os cerros engalanados com medronheiros e entramos em zona rural.

    Uma barragem na serra

    Nas encostas e vales suaves da serra de Espinhaço de Cão habita caça de pequeno porte, como a perdiz, o pombo e o coelho. Aproveitam também a riqueza que traz a ribeira de Odiáxere que pára aqui por força de uma barragem. Também conhecida como Bravura, chegamos à albufeira pela estrada que vem da vila de Odiáxere, através dos campos cultivados. Desportos náuticos, passeios e descontração, numa das mais bonitas massas de água da região.

    As serras Algarvias, uma rota por miradouros e cascatas

    Fóia

    Conta o povo que a partir do Miradouro da Fóia a vista consegue alcançar Sintra. Que ninguém diga que os algarvios não têm uma pequena ponta de exagero. Apesar disso, o magnífico panorama que nos aguardava depois de um curto troço na Nacional 266, chega até à costa alentejana e não é menos do que assombroso. É o miradouro mais alto da região, com 900 metros, e é o local privilegiado para apreciar Monchique. Aqui de cima, a vegetação luxuriante da serra perde relevo e a vista ganha espaço, e conseguimos ver uma série de aves nos seus rituais sobre os bosques mais abaixo.

    Caldas de Monchique

    Já no século I a.C. os moradores da terra conheciam as propriedades das águas da serra para combater o cansaço. Os romanos consideravam-as sagradas e construiram instalações cujos vestígios arqueológicos surgem por toda a parte. É o único balneário termal a sul do País e tem à disposição uma variedade de equipamentos para diversos tratamentos. Praticam-se nebulizações, aerossol sónico, irrigações nasais, há uma piscina de hidromassagem, hidromassagem em banheira, aerobanho, duches de jacto e de Vichy, aplicação de lamas e diversas massagens, sauna e banho turco.

    Picota

    O segundo ponto mais alto de Monchique fica na Picota, aos 750 metros. Apesar de mais íngreme do que o miradouro da Fóia, pode ser acedido por estrada, com uma curta caminhada no final. A torre de vigia e o marco geodésico indicam o nosso destino. O ondulado dos vales, pintalgado de cores vivas e do branco do casario algarvio encarregam-se de montar o cenário.

    Cascatas na serra

    Depois de sairmos da estrada nacional 266-2, a vegetação luxuriante da serra é cortada pela Cascata do Barbelote. Podemos chegar partir da estrada de Vale de Largo-Barbelote ou através de um acesso pedonal. A cascata do Penedo do Buraco pode ser encontrada na estrada entre Casais e Marmelete e, a partir daí, seguindo para Chilrão, encontramos uma terceira queda de água. Qualquer uma delas ajuda a explicar o nome de “Serra das Águas” pela qual a região também é conhecida.

    Barranco do Velho

    Quando antigamente se fazia o caminho para Lisboa ou Beja pela Serra do Caldeirão, tinha-se que passar obrigatoriamente por Barranco do Velho. Do alto do seu morro, a velha igreja local continua a ser um primeiro ponto de vista para a serra que se perfila. Na pequena loja de artesanato aproveite para provar o medronho, poção mágica que torna os “serrenhos” irredutíveis. Cure depois o excesso alcoólico com um passeio pedestre pelos vários trilhos que começam aqui na aldeia ou pelo parque da Serra do Caldeirão, onde é possível encontrar um moinho, uma casa do forno e um alambique requalificados.

    As serras Algarvias, uma rota por miradouros e cascatas

    Aldeia do Cachopo

    Aqui produz-se aguardente regional, licores, enchidos, mel e inclusive tecelagem, mas a atenção do visitante vai imediatamente para as casas em xisto caiado de piso térreo, tão características. Se tiver tempo e vagar, como também se diz por aqui, visite o polo museológico local, subordinado ao tema Vida na Serra, ou a Quinta do Cachopo, para entender um pouco melhor como se vive aqui, longe da beira-mar.

    Alcaria do Cume

    É aos 535 metros que a Serra do Caldeirão atinge o seu ponto mais alto o Algarve. O acesso é fácil, na estrada entre Tavira e Cachopo sempre em asfalto, e o destino recompensador. Na verdade, a altitude não é muita, mas sentimo-nos no cume do mundo. Lá em baixo ficam os sobreiros, carvalhos e medronheiros, salpicados pelos terrenos agrícolas que dão ordem à paisagem. Já não há aqui linces ou lobos como antigamente, mas ainda se encontram veados, javalis, coelho ou águias.

    Quinta do Marco

    Está na altura de descansar. Os 18 hectares da Quinta do Marco ficam no meio da serra do Caldeirão, em verdadeiro contacto com a natureza. A filosofia aqui é recuperar energias, relaxar o corpo, a mente e o espírito. Para isso há massagens relaxantes e sessões de reflexologia plantar no spa, mas também muito espaço para explorar. A quinta pode ser percorrida a pé ou de bicicleta, onde iremos conhecer as plantas e árvores de fruto espalhadas pela propriedade, aprender como se apanham laranjas, medronhos ou azeitonas, tudo de cultura biológica. Para curiosos pelos sabores regionais, vale a pena visitar a destilaria de medronho ou participar nas sessões de “show cooking”. Finalmente, passeios a cavalo e o golfe completam um conjunto de prestígio.

    Good Year Kilometros que cuentan