Segredos que o Algarve ainda guarda…

8 Julho | 2016 | Goodyear

Conheça com a Goodyear um Algarve sem turistas, num fim de semana de encontro com a natureza.

Passar um fim de semana no Algarve durante o verão pode ser uma receita para dores de cabeça. As praias sem areal à vista ou os nossos restaurantes preferidos  a rebentar pelas costuras são motivos para evitar a região para escapadelas curtas, mas aqui há muito mais do que apenas mar e sol. Na Goodyear queríamos conhecer uma série de locais menos frequentados e fomos passar um fim de semana a visitar cinco dos mais belos segredos do Algarve. 

Cinco locais que não pode perder

O nosso leitor já sabe porque não nos cansamos de o repetir: somos apaixonados pelo Algarve Interior, a fronteira do Guadiana é uma das nossas paisagens favoritas  e preferimos fazer esta costa de bicicleta do que assentar toalha numa única praia. Convidados recentemente para uma visita em família, e com vontade de evitar as grandes enchentes, optámos por desenhar um percurso um pouco diferente: cinco destinos apenas, só em locais que nunca antes tínhamos visitado.

A nossa mini tournée por um Algarve desconhecido teve um início óbvio: Odeceixe é o ponto onde a costa vicentina fica confusa e não sabe se ainda estamos no Alentejo ou já no Algarve. Na margem direita da Ribeira de Seixe pisamos o distrito de Beja, passando para o outro lado entramos em terra de gente que usa expressões como “marafado”, “enfusa” ou “fazer meias azuis”… Claro que Odeceixe não é um local pouco conhecido, mas poucos se aventuram para lá da praia e, desta vez, são as margens da Ribeira de Seixe o motivo do nosso destaque. A pé, a partir da língua de areia que se desenha na foz, fomos encontrar toda a várzea organizada em hortas e pomares deliciosamente encavalitados nas encostas, a preencher uma paisagem aberta cada vez menos comum no Algarve litoral. Turistas? Nem vê-los…

algarve-ribeira-seixe

Conta o povo que a partir do Miradouro da Fóia a vista consegue alcançar Sintra. Que ninguém diga que os algarvios não têm uma pequena ponta de exagero… Mas o magnífico panorama que nos aguardava depois de um curto troço na Nacional 266, chega até à costa alentejana e não é menos do que assombroso. Tivemos a sorte de contar com a companhia dos céus limpos algarvios que fizeram desta visita ao topo da Serra de Monchique inolvidável.

É o miradouro mais alto da região, com 900 metros, e é o local privilegiado para apreciar Monchique em todo o seu esplendor. Aqui de cima, a vegetação luxuriante da serra perde relevo e a vista ganha espaço, conseguimos ver uma série de aves nos seus rituais sobre os bosques mais abaixo e ainda tentámos, sem sorte, um encontro com uma Euphydryas desfontainii, borboleta rara que tem aqui o seu habitat. Estivemos aqui no final da primavera e, aproveitando a temperatura bem agradável que já se fazia sentir, realizámos um percurso pedestre em volta do pico. Se tentar a mesma “aventura” no verão, opte pelo princípio da manhã ou final da tarde…

Continuando a calcorrear as serras, seguiu-se a do Caldeirão, um local genuíno, em que o tempo corre com o vagar suficiente para, finalmente, conhecermos a simpatia dos algarvios. Sempre atarefado no litoral, este é um povo que parece abrir-se à medida que conduzimos até ao interior. A mata composta por sobreiros conta-nos porque é que a cortiça tem aqui destaque especial e São Brás de Alportel ainda alberga mestres nesta arte. São aliás as gentes com que nos cruzamos pelo caminho o destaque desta parte do percurso: depois do sobreiral seguem-se os campos cultivados com o trigo e a cevada e os trabalhadores ocupados. Ainda há pastores e moleiros, senhoras a tricotar à porta de casa e, se procurarmos bem, corticeiros na labuta do mato.

Aproveitámos a sombra da Fonte Férrea para descansar e esticámos a toalha para um piquenique neste vale, na companhia do ribeiro que aqui passa. Também teríamos ficado bem servidos numa das casas de petiscos que, na descida para a costa, oferecem a gastronomia local, mas seguimos caminho porque ainda iríamos passar a noite a Vila Real de Santo António.

Entre Vila Real e Monte Gordo, os cerca de 400 hectares da Mata Nacional das Dunas Litorais são um oásis de calma no meio do bulício que ataca esta zona em julho e agosto. Como fenómeno da natureza é uma curiosa união de pinheiros e vegetação rasteira, atrás de dunas marítimas, que cria o ambiente ideal para agradáveis passeios de reflexão e observação. Depois de algum abandono, tem agora a sinalética informativa sobre espécies locais e percursos pedestres e é utilizada como local de estágio para equipas olímpicas internacionais.

Mas, confessamos, o motivo principal que nos trouxe aqui era o relato sobre a importante colónia de camaleões que aqui tem casa. E, agora sim, tivemos sorte: sem nenhuma dificuldade encontramos vários destes curiosos animais a que, com todo o cuidado e silêncio, dedicamos uns belíssimos e divertidos momentos de observação.

O nosso destino final não nos levou muito mais longe: continuámos pela N122, passámos a ponte e, ainda antes de chegarmos a Castro Marim, encontrámos o sapal à nossa esquerda. Separadas pela estrada, do outro lado, estendem-se as salinas que, não fosse o calor, poderíamos confundir com flocos de neve espalhados pela paisagem. Esta zona húmida é habitat natural ou ponto de migração para centenas de espécies de aves, enquanto na água e no lodo pulula uma grande quantidade de peixe, caranguejos e pequenos moluscos. Para se apreciar o local precisámos de encontrar uma sombra que nos protegesse e alguma vegetação que nos ocultasse. Em seguida, sacámos da máquina e, com todo o cuidado para não sermos detetados, passámos um par de horas a fazer um pequeno “safari fotográfico” com alguns bons resultados para amadores como nós. A Barragem do Beliche, a três quilómetros daqui, que conhecemos só de passagem, foi um pequeno bónus com que não contávamos.

Este fim de semana foi um claro sucesso e conseguimos aquilo a que nos tínhamos proposto: evitar a confusão, as filas e as praias cheias de gente, sem deixar de viver um Algarve especial. Ainda há muito para se conhecer a Sul. Só é preciso fazermo-nos à estrada.

Outros destinos que a Goodyear aconselha no Algarve: Ponta da piedade, Lagos; Algar de Benagil, Lagoa; Cabo de São Vicente, Sagres; Ria Formosa, de Faro à Manta Rota; Serra de MonchiqueMargem do Guadiana, de Vila Real de Santo António até Mértola; Rio Arade e Ribeira do Odelouca

Good Year Kilometros que cuentan