De Setúbal à Arrábida pelo caminho das praias

14 Novembro | 2016 | Goodyear

Entre Setúbal e o Portinho da Arrábida ficam 12Km de beira-mar no sopé da Serra. A Goodyear convida-o a vir conhecer onde se casam o verde e o azul.

A estrada que nos leva de Setúbal até ao Portinho da Arrábida é um encontro com um belíssimo trecho da paisagem marítima portuguesa a que dá sempre vontade de regressar. Aproveite esta estação em que o caminho tem menos tráfego e venha com a Goodyear conhecer uma estrada que junta o prazer da condução e a força de um panorama com a serra e o mar num equilíbrio perfeito.

Setúbal é terra antiga que descobriu na pesca o seu desígnio, com a presença do Sado como importante via de comunicação para o interior, e que já foi a segunda maior cidade do país. Mas hoje não nos demoraremos muito por aqui porque vamos à procura de outro tipo de paisagem. É uma cidade que merece uma visita demorada, contudo viemos à procura da linha de costa de cerca de 12 quilómetros que segue a serra da Arrábida até ao mar.

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    À saída de Setúbal

    Saímos da cidade por uma zona industrial e iremos seguir pela N10-4 pela zona de Albarquel, na companhia já do mar ao nosso lado esquerdo. Não a conseguimos ver aqui de baixo, mas no alto do monte que se ergue ao nosso lado está a fortaleza de São Filipe, um dos monumentos que ainda sobrevive da ocupação espanhola. Passamos pelas Praias da Saúde e Albarquel, depois das quais a nossa viagem irá realmente começar.

    Sardinhadas com os amigos

    Entramos numa zona bastante mais arborizada e a paisagem mostra-se indecisa entre o mar que espreita entre as aberturas das árvores e os sinais que estamos a entrar no parque da Serra da Arrábida. Sempre ondulante e convidativa a uma condução relaxada, a estrada acaba por levar-nos pelo cotovelo onde fica o parque da Comenda. No final de um curso de água encaixado num suave vale, as gentes de Setúbal escolhem este lugar protegido pelas árvores para os fins de semana de verão, altura em que aqui se fazem muitas sardinhadas.

    Com vista para o pôr do sol

    Logo a seguir à Comenda a estrada volta aproximar-se da água e, liberta de vegetação do nosso lado esquerdo, proporciona-nos uma belíssima vista sobre o mar. Com o seu alinhamento a correr de oriente para ocidente, esta é uma zona privilegiada para apreciar o pôr-do-sol, espectáculo que iremos poder ver aqui sempre do lado esquerdo, enquanto continuamos o nosso trajecto até ao Portinho.

    Sinais da civilização

    A seguir à Praia do Rasca vamos passar ao lado do Ecoparque do Outão, com espaços recreativos vários, que foi construído como resposta à indústria química e cimentos que se instalaram aqui perto. É, talvez, a zona menos interessante do percurso, mas serve como uma importante lembrança da fragilidade da Serra da Arrábida que necessitará sempre de uma atenção especial.

    Estrada para o Portinho da Arrábida

    Antigo resort da nobreza

    De passagem pelo Forte do Outão, transformado em hospital pela Rainha D. Amélia, recorda-nos a História que foi aqui se centrou um dos mais resistentes bastiões ao domínio Filipino. Além das suas propriedades terapêuticas, as zona era procurada pela nobreza de Quinhentos para a construção de palácios, muitos dos quais ainda marcam presença.

    A fugir ao inferno de Agosto

    Daqui para a frente volta a abrir-se a paisagem e prosseguimos quase sempre a direito até ao nosso destino final. Vamos passar por uma série de óptimas praias que se tornam quase intransitáveis em agosto. É nessa altura que as bermas da estrada se enchem de carros e, muitas vezes, só consegue passar uma viatura de cada vez. É um martírio que, apesar de tudo, é facilmente esquecido quando apreciamos praias como a Figueirinha, Galapos, Galapinhos e Coelhos.

    A frente sul da Serra da Arrábida

    A Serra da Arrábida, que se faz sentir durante todo o caminho, tem aqui uma frente de mar onde mostra, num laboratório vivo e exposto para todos vermos, a imponência da sua corrente sul. Enquanto a vertente oposta é bastante mais sumptuosa, com vegetação que cresceu até tamanhos invulgares, deste lado é o clima marítimo que torna a inclinação mais despida e exposta. Sem quaisquer habitações ou construções para além da estrada e do muro que a rodeia, parece curiosamente distinto de todo o percurso que fizemos até agora, como se alguém se tivesse esquecido de plantar também aqui a presença humana. Vire à direita no fim desta recta.

    Uma aguarela viva

    Chegados ao Portinho da Arrábida, a estrada pode tornar-se ainda mais intransitável a um fim de semana, por isso poderá ser obrigado a deixar o carro na descida à entrada da localidade. Se conseguir (só aos dias de semana), siga ainda até à praceta central para poder passar por toda a localidade. A terra é minúscula, não terá mais do que duas dezenas de casas, mas construiu-se de uma forma muito charmosa na escarpa que desce até ao mar, com uma série de moradias verdadeiramente deliciosas. O forte de Santa Maria é um desses exemplos, e alberga hoje um museu oceanográfico. Numa gruta ao pé da praia, a Capela da Lapa apresenta-se bastante degradada, mas é de visita obrigatória, nem que seja pela sua peculiaridade.

    Detenha-se uns minutos a seguir à curva do Forte. Todo o tempo aqui investido em contemplação irá ser-lhe devolvido com juros: poucas vezes a natureza apresenta-se de forma tão original e singela e, quando o Homem é presença secundária por estas paragens, o silêncio e a calma do Portinho da Arrábida são uma benção oferecida pela Serra e pelo Oceano.

    Portinho da Arrábida

    E ainda…

    Aproveite esta passagem pela região de Setúbal para apreciar uma das magníficas caldeiradas aqui cozinhadas ou, se estiver disposto a meter-se no barco, o Tróia Design Hotel tem uma excelente e sofisticada carta para apreciar de frente para a baía. No regresso, em vez de voltar a meter-se no barco, faça o percurso pela Península de Tróia, onde pode começar já a fazer a prospecção das praias que vai querer experimentar no verão de 2017. A agenda já fica cheia, mas se ainda encontrar tempo para ir até Alcácer, vai descobrir uma perspectiva diferente sobre o Sado.

    Good Year Kilometros que cuentan