Rota Transalgarviana: Algarve da Costa Atlântica à fronteira com Espanha

5 Agosto | 2018 | Goodyear

A rota Transalgarviana atravessa o Algarve desde a Costa até à Fronteira, passando por antigas aldeias. Conheça-o connosco!

Começando junto ao Atlântico e seguindo até à fronteira com Espanha, a rota Transalgarviana é uma delícia, uma das estradas mais bonitas do país com passagem por antigas aldeias. Assim, não percamos mais tempo. Conheça-a connosco!

Pode começar por Aljezur e rumar à fronteira ou por Alcoutim e seguir em direção a oeste. Em qualquer dos casos irá percorrer de lés a lés o interior da região mais a Sul de Portugal por uma das mais belas estradas do país. São quase 200 quilómetros entre a costa e a fronteira. Então, durante três dias poderá ziguezaguear pela serra de Monchique e perder-se na Serra do Caldeirão. As paisagens são deslumbrantes, o calor, aperta e, na generalidade do caminho, poderá olhar para o horizonte e ver o mar. Estará longe, mas perto, daquilo que melhor define o Algarve: as suas águas.

Opcionalmente, poderá optar pela Via Algarviana, a pé, ou em BTT, nem que seja como complemento da viagem. É, igualmente, o território do medronho e da sua aguardente suave e gulosa.

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    Aljezur

    No distrito de Faro, Aljezur é o ponto de partida (ou chegada) para esta rota que lhe propomos. A sul de Odeceixe é uma região com menos de 2000 habitantes. Pode começar por um belo mergulho no mar. A praia da Amoreira é agradável com águas límpidas e um areal agradável. Deve depois subir ao castelo. O castelo em si mesmo não tem muito para ver, além dos próprios muros e da cisterna, mas a vista é fantástica, sobre a vila e arredores. Para lá chegar tem de passar por Aljezur com as suas ruas pequenas e íngremes. Se quiser começar a gasta as baterias de imediato pode optar por um passeio de jeep. A recomendação é para a SandyToes.

    Aljezur

    Silves

    Meta-se à estrada novamente, para mais três dezenas de quilómetros rumo a Silves, pelas N266 e N124. Recorde-se que os caminhos são sinuosos e que deverá contar com perto de uma hora para chegar ao novo destino. Esta é a primeira cidade deste percurso. Com cerca de 6300 habitantes.
    Entretanto, de 10 a 19 de agosto, não perca a oportunidade de participar na 15ª Feira Medieval de Silves. São 10 dias de recriação histórica no centro histórico da cidade.

    Aqui poderá ver a ponte Romana de Silves ou Ponte Velha que para uns é da época romana, para outros é da época medieval, talvez até islâmica. Talvez seja melhor ir verificar in loco. Siga para o pelourinho de Silves. A coluna é relativamente recente, foi edificada no século passado. Tem, no entanto, integrados fragmentos originais do século XVI como a coroa com elementos em forma de flor-de-lis e os dois ferros.

    A Igreja da Misericórdia merece também um pouco da sua atenção. Foi construída para servir a Santa Casa de Misericórdia. O exterior é simples e sóbrio, com o portal de linhas neoclássicas. Na lateral, virada para a Catedral, apresenta uma porta Manuelina. E é mesmo para aí que se deverá dirigir em seguida: a Sé Catedral de Silves. A Sé deverá ter sido erigida sobre uma mesquita e data de meados do século XIII. Os terramotos têm afetado o edifício, classificado como Monumento Nacional desde 1922.

    No regresso ao Barrocal

    São Bartolomeu de Messines

    Meta-se novamente à estrada por mais duas dezenas de quilómetros pela nacional 124. Chega então a São Bartolomeu de Messines, uma vila do concelho de Silves. Ao redor da Vila, a paisagem é diversificada, “ora acolhedora nas terras castanhas e férteis do Barrocal, ora agreste na Serra Algarvia”. Visite nos arredores aldeias e sítios como o Monte Boi, Cumeada, Pico Alto, Vale Fuzeiros, Messines de Cima ou Passadeiras.

    Ainda na serra, visite a Albufeira da Barragem do Funcho, onde a paisagem é dominada por sobreiros, medronheiros, azinheiras e estevas. Dificilmente os vai ver. Mas nesta região está o centro de reprodução do lince ibérico, um animal em elevado perigo de extinção. Vale ainda a pena visitar a Necrópole da Amorosa e um conjunto de menires nas imediações. Para apreciar verdadeiramente a paisagem, suba ao Serro da Gralheira, o ponto mais alto da freguesia.

    Alte

    Decerto, seguindo mais uma vez pela EN 124, bastará percorrer pouco mais de 12 quilómetros para chegar a Alte. Já estamos agora no concelho de Loulé, numa freguesia considerada como uma área de baixa densidade com menos de 2000 habitantes. É, segundo alguns a “aldeia mais pitoresca do Algarve. Fica entre o fértil Barrocal e a serra do Caldeirão. É, principalmente, um destino muito popular para excursões

    A parte mais antiga da aldeia está no topo da colina com uma vista para o vale do riacho. Está agrupada em torno da Igreja da Nossa Senhora da Assunção, com uma entrada ao Estilo Manuelino. Os edifícios têm a traça típica algarvia, com casas de muros brancos decorados com decorativos e coloridos azulejos, chaminés tradicionais e ruas pavimentadas com a típica calçada Portuguesa, explica o município. Além disso, a localidade tem duas fontes – a Fonte Pequena e a Fonte Grande – e vários restaurantes, árvores antigas, entre outros atrativos. Uma vez por ano, Alte é o palco de um evento muito popular para os ciclistas todo o terreno, a Maratona BTT Alte, tendo nas colinas circundantes o desafio deste tão esperado percurso.

    Salir

    Dirija-se agora para Salir, terra que terá sido, em tempos, habitada por celtas e romanos e que os árabes desenvolveram no séc. XII. Esta é uma freguesia no concelho de Loulé elevada a vila em 1993. Visite as ruínas do castelo de Salir construído para defender Salir. Com efeito, junto ao castelo foi edificado um Espaço Museológico, como forma de preservação e divulgação dos estudos arqueológicos que se têm desenvolvido no local.

    A produção agrícola desta região inclui cortiça, alfarrobas, figos e amêndoas. A aguardente de medronho destilada dos medronheiros é um digestivo muito popular. A caça é uma atividade importante e para comer a opção acertada são os ensopados.

    Cachopo

    E volte para a 124 e siga para Cachopo. Esta freguesia, do concelho de Tavira, tem apenas sete centenas de habitantes que vivem essencialmente da agricultura de sequeiro, pecuária, apicultura e produção de mel, artesanato e extração da cortiça. É também uma área de baixa densidade. Mas, riqueza paisagística e cultural à parte, a localidade é rica em património histórico e arqueológico. Aqui a identidade serrana expressa-se nas diversas tradições e festividades anuais. Também aqui há opções de passeios pedestres, sendo indispensável visitar o Núcleo Museológico de Cachopo, e o rico património arqueológico. Visite a Igreja Matriz de Santo Estêvão, no centro da aldeia. É um local de peregrinação datado de 1535, reabilitado em Agosto de 2007.

    Procure conhecer os Moinhos de Vento, atualmente em ruínas ou reconvertidos em habitações, nos montes da Azinhosa, Graínho, Casas Baixas e o Monte de Alcarias de Baixo. Além disso irá vislumbrar Nalguns destes montes descobrirá a arquitetura serrana: casas em xisto ou caiadas, fornos comunitários, eiras, fornalhas e chaminés rendilhadas. Junto ao monte da Mealha situa-se a necrópole, a Anta das Pedras Altas (monumento funerário do neolítico) e em Alcaria Pedro Guerreiro é possível ver a Anta da Masmorra.

    As serras Algarvias, uma rota por miradouros e cascatas

    Martim Longo

    Estamos cada vez mais perto de Espanha. Volte a apanhar a 124. Siga então para norte e irá chegar a Martim Longo, já no concelho de Alcoutim. São pouco mais de 1000 habitantes. Outra área de baixa densidade.

    Por aqui, as visitas incontornáveis são edifícios religiosos: a Igreja Paroquial de Martim Longo; a Capela do Espírito Santo, a Ermida de Santa Justa, a Ermida de São Sebastião, a Igreja de Barrada e a Igreja de Pessegueiro. Por fim, a freguesia é rica em produtos endógenos como o figo-da-índia, o mel, a amêndoa, a bolota, e a alfarroba, entre outros.

    Serra do Caldeirão, depois do barrocal, Algarve genuíno

    Alcoutim

    Eventualmente, 30 quilómetros depois pela N124, continuando pela N122-1 e vai chegar a Alcoutim, a escassos quilómetros de Espanha. Fica a Alcoutim, uma vila raiana, com cerca de 900 habitantes. A autarquia promove alguns passeios interessantes: “Passeando pela Vila de Alcoutim”; “O Silêncio das Marés” e “Modos, gentes e lugares”. Destacando, por exemplo, a primeira opção, “uma das primeiras impressões com que o visitante se depara” quando chega ao local é a “tranquilidade que lhe é conferida pelo serpentear do Rio Guadiana, que aqui serve de fronteira natural com Espanha.

    Na outra margem, avistamos a aldeia espanhola de Sanlúcar de Guadiana. Poderá passear pelas ruas da vila, “descobrindo em cada recanto a riqueza histórica e cultural herdada de povos e civilizações que passaram por esta região e nos deixaram marcas e influências ainda hoje visíveis no nosso património”. Afinal, são séculos de história para contar, confirmados pela navegabilidade do Guadiana, a riqueza arqueo-metalúrgica da região e as lutas da reconquista cristã e de defesa da fronteira, explica o site oficial da localidade”.

    A rota Transalgarviana é uma delícia, uma das estradas mais bonitas do país com passagem por antigas aldeias. Começámos junto ao Atlântico e seguindo até à fronteira com Espanha. Sabe a pouco!

    Good Year Kilometros que cuentan