Vamos cruzar a Serra!

9 Dezembro | 2015 | Goodyear

Vamos à Serra da Estrela, onde está o ponto mais alto do Portugal continental e a nossa única estância de esqui: o paraíso da neve portuguesa

Há quem não goste do frio e peça para o inverno transcorrer depressa. Mas, indubitavelmente, há pouca gente que não encontre uma beleza especial nas nossas paisagens quando chega esta época e as montanhas se vestem de branco enquanto as árvores ficam nuas e os caminhos convidam a compridas promenades. Quando avança o mês de Dezembro o outono vai encerrando a sua passagem e Portugal enfeita-se das cores do Natal e o Inverno: a iluminação nas cidades e nas vilas e o branco imaculado nos campos. Estamos na altura certa para desfrutar de um bocadinho de turismo de inverno num país que oferece muitas experiências durante todo o ano.

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    Aonde ir quando as primeiras folhecas caem? O país envolve-se em neve na altura das férias de Natal e Ano Novo, e a oferta é a cada ano que se passa mais alargada. Nós achamos que uma boa escolha está no interior e no norte, onde as neves chegam imediatamente e a paisagem serrana se tinge de branco para os nossos olhos. Não é por caso que os primeiros lugares que vêm à cabeça quando falamos em neve é a Serra da Estrela, que regista temperaturas abaixo de 0ºC nesta época.

    O nosso percurso pode começar por Seia, no sudoeste da Serra da Estrela, um vasto concelho de 29 freguesias repartidas entre mais de 400 km quadrados acima dos 24000 habitantes. Seia é uma cidade lotada de património histórico quinhentista de raiz românica como a capela de São Pedro, e outros atrativos para além como o Museu do Brinquedo, do que já aqui falamos. Também aqui se encontra o Museu do Pão, um dos mais visitados do país.

    O Concelho de Seia tem um alargado espaço rural em volta com aldeias de xistos e granitos que merecem ser visitadas e percorridas devagar. Nas margens do rio Alva encontramos o Santuário da Nossa Senhora do Desterro, ex-líbris do barroco, e formosas casas solarengas como a do Judaicado em Travancinha. O Museu Natural da Electricidade é outro dos locais que uma visita pausada à Senhora do Desterro desvenda. A visita transporta-nos até 1907, quando foi construido um aproveitamento hídrico sobre o rio Alva que fez chegar já em 1909 a luz eléctrica a Seia pela primeira vez.  E, como vestígio das primeiras gentes que povoaram estas terras, achamos o castro de São Romão e um número elevado de gravuras rupestres do Neolítico em Vide e Teixeira.

    Em Torre, o ponto mais elevado do Portugal continental, contemplamos dos 1993 metros de alto do miradouro  uma paisagem de vales encaixados fendidos pelos rios de uma beleza selvagem. Só nos Açores é que podemos conhecer uma altura superior, mas se cingirmos o nosso percurso ao Portugal continental, estamos no topo. Acima, o céu.

    Muito perto de Torre, a menos de dois quilómetros, e para quem gostar dos desportos invernais, encontramos a Estância de Esqui Vodafone, a única do nosso país. Nove pistas balizadas que totalizam quase 8 quilómetros que os esquiadores costumam achar boas para a prática de iniciantes e ainda de desportistas mais avançados. A cota mais baixa está em 1.854 metros de altitude, sendo 1.984 a superior. A pista mais longa das existentes atinge aproximadamente 1 km de longitude. Ainda, existem 10 pistas naturais e um snowpark de três linhas. Na passagem-de-ano a estância acolhe  um reveillon que promete a melhor entrada possível em 2016.

    Perto da Estância encontra-se a localidade de Penhas da Saúde, onde é possível encontrar um bom alojamento após um longo dia nas pistas. O Hotel Serra da Estrela convive com chalés de montanha, a Pousada Serra da Estrela e uma pousada da juventude.

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    Se continuarmos viagem para o sudeste durante 13 km, chegaremos ao concelho de Covilhã, mais um lugar que vale a pena ser conhecido nesta enorme Serra da Estrela. Com uma área de 550 quilómetros quadrados e 50.000 habitantes, é um núcleo muito importante na região. Antigamente centro da indústria da lã na zona, hoje pode visitar-se ainda o conjunto de fornalhas e poços da antiga tinturaria da Real Fábrica de Panos da Covilhã, um Imóvel de Interesse Público integrado no Museu dos Lanifícios da Universidade da Beira Interior.

    A cidade tem aliás um rico passado medieval que fica constatado nas suas muralhas e a sua cisterna. Também conserva ainda um troço de calçada romana perto da estação do caminho de ferro.

    Na freguesia de Unhais da Serra existe, para quem precisar de um bocadinho de calor, uma estância de águas sulfúreas, bicarbonatadas e sódicas que brotam da rocha a 31 ºC. Estão tradicionalmente indicadas para o reumatismo, dermatoses e afeções das vias respiratórias. Hoje as Termas de Unhais, integradas no H2Otel/Aquadome, são um dos melhores centros termais do país, o primeiro SPA português de montanha e um dos maiores complexos na Europa no seu género.

    Em Covilhã não pode perder uma série de pontos de interesse que têm em comum uma paisagem de beleza ímpar. Dois especialmente destacáveis são o Covão do Boi e um outro destino muito invernal: o vale glaciário da Alforfa. O Covão do Boi contém o maior conjunto de blocos pedunculados e colunares da Serra da Estrela, conhecidos como queijeiras. Conformam uma paisagem muito singular que parece obra de gigantes com inquietações esculturais. O vale glaciário de Alforfa testemunha ainda nas suas proporções uma época passada onde 5,5 quilómetros de glaciar (de 200 metros de espessura) o cobria, modelando o característico vale com forma de V.

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    Mas mais um destino a não perder espera em Covilhã. Ao fim e ao cabo, qual é uma das iguarias mais conhecidas da Serra da Estrela? O inimitável queijo da Serra, que tem um dos seus lares nesta povoação. O Museu do Queijo permite aproximar-se do processo de fabrico desta joia da gastronomia portuguesa conhecida mesmo para além das nossas fronteiras. Na freguesia de Peraboa o museu oferece dois trajectos, o museológico e o gastronómico, oferecendo experiências sensoriais diametralmente opostas ao visitante. Um percurso real e multimédia integrado no local vai desvendando o ambiente em torno à arte de fabrico artesanal deste queijo. Também podemos conhecer na visita as técnicas e utensílios empregados historicamente para elaborar um queijo que, como lamentam os entendidos, mudou notavelmente conforme a vida tradicional da Serra da Estrela ia perdendo importância.

    Após a visita, e antes de voltar para casa, é conveniente adquirir um bom queijo nalgum local da cidade para desfrutar de um souvenir muito apetitoso quando estiver de volta. Mas lembre o mais importante: como é que se come um bom queijo serrano? Abra a parte de cima, passando a faca na horizontal, para formar uma “tampa”. Deste modo degustará o queijo como se fosse manteiga, bem acompanhado de um pão da zona. Certifique-se na hora da compra que escolhe um queijo mole. E prepare o paladar…

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