Viseu, encruzilhada dos sabor e vinhos do Dão

4 Setembro | 2019 | Goodyear

A Goodyear viaja até Viseu e conta-lhe as coisas boas que comeu e bebeu.

Os Vinhos do Dão continuam a passar por uma das melhores fases da sua História, ganhando notoriedade internacional, pelo que não admira que Viseu seja cada vez mais um belíssimo destino gastronómico ou até não fosse este ano a Capital Nacional da Gastronomia. Há uma nova geração de gente jovem que acredita que também é possível fazer coisas modernas e de qualidade sem renegar a tradição local, há público e oferta mas, acima de tudo, há vinho e pratos de qualidade excepcional para justificar uma visita gastronómica à região do Dão. Estamos na altura das colheitas e dá vontade de pegar no carro para cheirar os odores da terra, por isso a Goodyear rumou a Viseu e conta-lhe as coisas boas que comeu e bebeu.

Viseu - Quilometrosquecontam

A região do Dão é a mais antiga zona demarcada de vinhos não licorosos e tem muito do que, de uma forma ou outra, caracteriza os vinhos portugueses. O relevo acidentado, o solo granítico e a grande amplitude térmica, criam terrenos onde a Touriga Nacional, a Encruzado ou a Alfrocheiro Preto resultam em vinhos encorpados e complexos, capazes de envelhecer para néctares ainda mais interessantes. O Douro terá sempre o seu lugar especial, o Alentejo continua a fascinar, mas depois de uma fase de alguma decadência, com uma concorrência tão forte e um excesso de produção a que não correspondia a qualidade exigida, o Dão volta a conseguir afirmar-se.

Sítios onde um enófilo descobre o céu

Começamos a nossa visita pela porta oficial: o próprio Solar do Vinho do Dão, onde está sediada a Comissão Vitivinícola Regional, na Mata do Fontelo. Além de ser um bom, e muito bem conservado, exemplo das casas senhoriais agrícolas da nossa História, serve o duplo propósito de posto de apoio para os turistas enófilos que, como nós, estão a fazer a Rota dos Vinhos do Dão, e de expositor dos produtos locais, com uma belíssima montra dos melhores vinhos da região. Já agora, aproveite para visitar a Sé de Viseu e o Museu Grão Vasco, que ficam a apenas 500 metros.

Se vem com tempo, dinheiro e vontade de encher a bagageira do carro, a sua próxima paragem tem que ser na Cave Lusa, uma garrafeira verdadeiramente impressionante. Num espaço moderno mas que não desvirtua em nada a tradição do vinho, encontramos milhares de marcas diferentes e não deve haver outro sítio com tão completo leque de vinhos do Dão. Aproveite para levar para casa um Condessa de Santar de 2012 branco ou um Villa Oliveira Touriga-Nacional tinto de 2010, dois dos melhores vinhos que provámos nos últimos anos.

Como acontece todos os anos, a Gala Melhores Vinhos do Dão fez a sua escolha de 2019 e o prémio mais desejado foi para o tinto Tesouro da Sé 2015, produzido pela UDACA (União das Adegas Cooperativas do Dão) . Outro local que não nos cansaremos de recomendar é a Casa da Ínsua, que continua a ter o experiente José Matias a receber prémios à conta de excelentes vinhos como o Reserva Branco de 2009.

E a melhor companhia para os vinhos do Dão é…

O forasteiro desatento fica surpreendido quando descobre aquilo que as gentes da região escolheram para ser o acompanhamento de tão magníficos vinhos. É verdade que nunca houve polvos no Dão, mas a mestria com que os cozinheiros de Viseu o fazem seria capaz de nos fazer acreditar no contrário. Historicamente, chegava aqui vindo da Figueira da Foz para ser seco em Tondela e foi primeiro um prato de dias de festa, até hoje ser uma tradição de todo o ano. Faz-se à lagareiro ou em pataniscas fritas, e é acompanhado por arroz ou migas de broa. Apesar da presença do rio, só o bacalhau tem igual destaque aqui na zona (ou não fosse um ícone nacional), mas não é complicado descobrir os melhores representantes.

O nosso destaque para o polvo é no 3 Pipos, em Tonda, onde é feito tanto à lagareiro como frito e leva as obrigatórias migas. A garrafeira deste restaurante merece também a sua atenção, com natural preponderância para os vinhos locais e uma selecção que poderá adquirir na Lojinha dos Pipos, no mesmo local. Em Nelas, o Bem-Haja dá-nos jazz como acompanhamento de uns filetes de polvo deliciosos e, aquando da nossa visita, bebemos aqui um Vinha Paz de excepção. Já que anda por aqui, visite a Cooperativa Agrícola local onde pode participar em provas de vinhos.

Viseu

Ao mesmo tempo que continua a sobreviver a restauração mais tradicional, Viseu tem já uma clientela mais jovem e urbana que motivou a criação de novos espaços que, mesmo assim, continuam a viver dos sabores tradicionais. O Dux veio de Coimbra para Viseu e tem uma ementa mais sofisticada, do tipo tapas & petiscos, mas que mete o vinho do Dão como principal destaque. Jantares vínicos, produtores do mês e visitas a quintas são algumas das actividades que nos dizem onde está o coração da gerência. Com espírito semelhante, o Tasquinha da Sé assume-se como verdadeiro Winebar, com uma carta de meter respeito e uma cozinha deliciosamente caseira.

Outro local onde se alia a tradição gastronómica à modernidade é o Palace, junto ao parque Aquilino Ribeiro, onde a ementa é essencialmente feita de petiscos como os croquetes de alheira com molho de mostarda ou as tiras da vazia com molho de queijo da serra. Entre os clássicos, vale a pena entrar no Retiro da Manhosa, onde o prato forte é o cabrito grelhado na brasa.

Mistos de juventude e tradição, Viseu e o Dão estão cheios de saúde e recomendam-se. A terra do velho Viriato não vive só das glórias passadas e tem oferta para um tipo de enófilo mais jovem, mas não menos informado.

E ainda…

Já que anda pela região de Viseu, aproveite o passeio para dar um salto à lindíssima Serra do Caramulo, e visitar o Museu do Automóvel.E, se depois seguir para sul, vai ter que cruzar a Bairrada, por isso aproveite para visitar o velho amigo leitão.

Good Year Kilometros que cuentan