Mais belos cafés de Lisboa: 7 testemunhos ainda vivos

5 Outubro | 2017 | Goodyear

Vamos conhecer 7 dos mais belos e clássicos cafés de Lisboa. Agora que o outono está bem instalado, o inverno não tarda muito e o céu prepara-se para ficar cinzento, apetece mesmo o conforto de um café ou de um chá quente. Não gostamos de hibernar e Lisboa tem espaços históricos e convidativos para longos minutos de conversa com os amigos.

Mais belos cafés de Lisboa: 7 testemunhos ainda vivos

É uma velha tradição lisboeta: horas passadas em discussões à mesa do café que dão depois origem a revoluções e movimentos artísticos. Mas, na maioria das vezes, são apenas discussões fúteis que esquecemos poucas horas depois. É um hábito centenário que a capital continua a respeitar e os mais clássicos cafés de Lisboa continuam aqui para o provar. Conheça a nossa lista de 7 dos mais bonitos.

Confeitaria Nacional

Apesar do “Nacional” no nome, o traço da fachada e decoração desta casa com dois séculos, são tipicamente parisienses. O interior já foi por várias vezes remodelado, mas mantém uma patina da qual não se consegue livrar. A Confeitaria Nacional ainda exibe um dos primeiros telefones a chegar a Lisboa. Os acabamentos em madeira e vidro são uma delícia que nos transporta no tempo. Os clássicos Bolo Rei e Bolo Rainha obrigam a filas intermináveis por altura do Natal, mas o pastel de nata não é menos icónico.

Versailles

A Pastelaria Versailles ainda não é centenária mas pouco falta. Fundada em 1922, ostenta o tipo de elegância luxuosa que o nome indicia. A decoração é do tipo art noveau, evocando o espírito cosmopolita europeu do princípio do séc. XX. Espelhos, vitrais, pequenas esculturas e colunas continuam em excelente estado de conservação e deliciam os sentidos. O paladar também é aqui muito bem tratado e é uma das melhores pastelarias da cidade.

A Brasileira

Com a famosa estátua de Fernando Pessoa na esplanada, este é o mais conhecido café de Lisboa. Visitado por milhares de turistas acabou por perder grande parte da clientela nacional que só vem aqui agora para um café ao balcão. Apesar disso, mantém a sua decoração em excelente estado e é possível apreciar um belo exemplo de Art Deco. Os apontamentos em madeira avermelhada, os quadros modernistas ao lado dos espelhos, o dourado e o mármore, criam um ambiente único.

Pasteis de Belém

A fábrica foi inaugurada por monges do Mosteiro por volta de 1830, tendo a confeitaria aberto portas ao público em 1837. A receita é guardada com cuidado, mas é todo o conjunto que faz a diferença. Sente-se numa das salas do fundo, peça um café, um par de pastéis, canela e açúcar e não se esqueça de levar uma caixa para casa. Enquanto se delicia, olhe em volta. Aprecie os azulejos, a vista da fábrica em funcionamento e todos os pequenos pormenores.

Café Martinho da Arcada

A tradição dos cafés chegou a Lisboa no séc. XVIII através de imigrantes italianos e o Martinho da Arcada foi dos primeiros. Era o ponto de passagem de intelectuais como escritores, jornalistas, pintores e outros artistas e, mais tarde, da elite política. Ainda existe uma mesa reservada para Fernando Pessoa e os retratos pendurados evocam toda essa era de ouro. No outono de 1935 terá sido aqui que Almada Negreiros e Pessoa beberam um último café, poucos dias antes da morte de Pessoa. Hoje em dia é restaurante, por isso terá que o visitar durante a hora das refeições.

Pastelaria São Roque

No Príncipe Real, mesmo colado ao Bairro Alto, o espírito “local” é ainda forte na Pastelaria de São Roque. O serviço é descontraidamente alfacinha e está mais próximo de uma padaria do que propriamente um café como outros desta lista. O espaço é relativamente pequeno mas está repleto de pormenores interessantes. Azulejos pintados, colunas, o teto trabalhado, um candelabro fin de siècle, entretém a vista enquanto apreciamos um pão acabado de sair do forno.

Café Nicola

Tal como o Martinho, o Nicola foi fundado por imigrantes italianos no séc. XVIII. Tornou-se rapidamente um ponto de encontro dos intelectuais da época como Bocage e seria remodelado em 1929. As pinturas de Fernando Santos e o traço do arquiteto Raul Tojal modernizaram o espaço para a estética art déco em 1935. Do original sobrevive a fachada e a escultura de Bocage. Recomenda-se o Bife à Nicola, clássico do género lisboeta, e entre quintas e sábados há noites de fado.

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