265 anos de Vinho do Porto

29 Outubro | 2021 | Goodyear

A região demarcada do Douro é a mais antiga do mundo e comemora 265 anos. Aproveite para conhecer a história do Vinho do Porto.

É a mais antiga Região Demarcada do Mundo e comemora os 265 anos em 2021. A produção de vinho no Douro é anterior a essa data, mas foi a 10 de Setembro de 1756 que o inescapável Marquês de Pombal concedeu estatuto especial aos vinhos da região. Chegados ao século XXI, o desafio para manter a elevada qualidade dos Vinhos do Porto passa pela expansão e procura de novos mercados mas, acima de tudo, pela sustentabilidade da produção.

Apesar da pandemia, em 2020 o Vinho do Porto registou crescimento, chegando aos 57% das exportações totais de vinho, sendo que a região contribui com 69% do valor final. Os principais mercados são europeus, com França, Grã Bretanha e Países Baixos no topo da lista, mas os EUA e Canadá são também relevantes.

Produção Milenar

Terá pelo menos 3.000 anos a História da produção de vinho nas margens do Douro. Estrabão, sábio grego nascido em I a.C., dava conta desta actividade entre os habitantes do noroeste da Península Ibérica. Há vestígios que, durante o período romano era já uma produção bem estabelecida, e que se manteve até à Fundação de Portugal, tendo conhecido aí novo alento.
Em 1386, o Tratado de Windsor estabelecia uma aliança política, militar e comercial entre Inglaterra e Portugal. Os comerciantes de cada um dos países passaram a poder viver no outro, em condições de igualdade com os seus habitantes. Surgiu assim uma forte relação que, a partir do século XV, criou uma rota comercial de exportação do vinho. Um novo tratado, assinado no séc XVII, concedeu privilégios aduaneiros aos ingleses e os vinhos portugueses tiveram novas oportunidades. Durante este período, a maior parte das exportações era de vinhos do Minho, sendo Viana do Castelo a porta de saída para o mercado britânico.

O nascimento de um Port

O licor que haveria de ser conhecido como “Vinho do Porto”, chegaria mais tarde. Só em 1675 encontramos os primeiros documentos a darem conta da procura internacional do produto. E é esse interesse estrangeiro que nos traz a primeira polémica nesta história: os ingleses, cuja presença é, sem dúvida, fundamental no percurso do Vinho do Porto, afirmam ter sido os primeiros a adicionar brandy às barricas que exportavam, de forma a evitar que azedassem durante a viagem. Em contraponto, há relatos desta técnica ser bastante anterior e terá sido usada também nos barcos portugueses durante a Expansão Marítima. Independentemente da sua origem, o Porto não seria o mesmo sem as famílias inglesas que se estabeleceram nas margens do Douro

O interesse dos ingleses na região tornou-se forte o suficiente para que em 1703 Portugal e o Reino Unido assinassem novo acordo que dava a estes a preferência na compra do vinho do Porto. O resultado é ainda hoje bem visível, ao encontramos uma significativa quantidade de nomes de famílias inglesas ao longo das margens do Douro.

A importância do processo

É com a adição da aguardente ao processo de produção que o Vinho do Porto ganha o seu carácter. Claro que estas uvas encontraram um clima e solo únicos nas margens do Douro, mas é a interrupção do processo de fermentação e a adição da aguardente que lhe dão o carácter doce e mais alcoólico que um vinho comum.

Podemos classificar o Vinho do Porto em quatro categorias principais: Branco, Ruby, Tawny e Rosé. Além destas, há ainda subcategorias como os LBV (Late Bottled Vintage – que ficam até 6 anos em barril antes de engarrafados), os Vintage (atribuídos apenas em anos excepcionais), Colheita (envelhecidos durante 7 anos), Single Vintage (provenientes de apenas uma vinha), e algumas outras variantes.

Seja através de um passeio pelas margens do Douro, de comboio, carro ou barco, ou ficando em casa na companhia de um Vinho do Porto de qualidade, não deixe acabar o ano sem participar nas comemorações dos 265 anos da Região Demarcada do Douro.

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