Em Nisa, nas margens do Tejo, o trilho da Barca D’Amieira é um percurso cheio de beleza entre passadiços e pontes suspensas. Conheça-o com a Goodyear
No distrito de Portalegre, concelho de Nisa, o Trilho da Barca D’Amieira é um dos trilhos mais recentes do país. Já ganhou élan nas redes sociais com os seus baloiços lilás, e tem um grau de facilidade (Nível 1) que o coloca ao alcance de todos. Conta com passadiços, pontes suspensas e postos de observação, todos conquistáveis no período de 1h30m feito na companhia do Tejo. A Goodyear passou por lá e conta-lhe o que viu.
A linha entre o norte alentejano e a beira baixa tem ganho novos fãs numa altura em que o mercado do turismo procura opções de paisagens menos marcadas pela presença do homem e mais genuínas. No QuilometrosQueContam já vos falámos do Gavião, da praia do Alamal ou de Vila Velha de Rodão, mas continua a haver muito que explorar no Alto Tejo. Desta vez, regressamos a Nisa, para um reencontro com a natureza. Inaugurou-se recentemente na zona norte do concelho o Trilho da Barca D’Amieira e, com todas as imagens que começaram a surgir nas redes sociais, a nossa curiosidade estava aguçada.
A flutuar sobre o Fratel
Embora possa ser feito nos dois sentidos, é aconselhável iniciar o percurso ao pé da Barragem do Fratel, no Miradouro Transparente do Tejo (skywalk). O chão do miradouro é, como indica o nome, transparente e, aqui, “flutuamos” sobre as águas da barragem. Seguindo o percurso pelo passadiço de madeira, caminhamos na direção do Tejo, acompanhando o trajeto final da ribeira de Figueiró até à foz, sendo possível contemplar os “Meandros” a partir de um módulo de observação.
Encontramos ainda “esculturas” que representam os elementos pictóricos como “Javalis”, “Sol”, “Jardim do Éden”, “Joaninha”, “Borboleta” e os “Baloiços Instagramáveis da Árvore Lilás”. Mais à frente, depois de transpor o Figueiró pela Ponte Pedonal Suspensa, observamos a avifauna a partir do módulo Birdwatching e entramos no Muro de Sirga onde podemos contemplar os elementos pictóricos “Raposa”, “Formiga”, “Garça Real”, “Alpinista”, “Covil do Ginete”, “Cascata Cromática” e o “Índio”.
O passadiço faz a ligação ao Muro de Sirga, a partir do qual, no passado, se conduziam os barcos através de cordas pelas margens. Aqui é possível a partir do módulo “Casa da Árvore” ter uma vista única sobre a foz do rio Ocreza.
“A Barca é a passagem”
Concluímos a caminhada na Barca D’Amieira, onde encontramos uma Plataforma Flutuante que faz a travessia do rio Tejo e um espaço verde onde repousamos e retemperamos energias. O nome do trilho recorda aliás o tempo em que uma embarcação fazia aqui ligação entre o apeadeiro ferroviário da Barca D’Amieira, na margem norte do rio, ainda no distrito de Santarém, e a estrada que conduz à localidade de Amieira do Tejo, já no Alentejo. Se passar para a outra margem, recomendamos a visita ao velho apeadeiro que foi recuperado com carinho e cuidado, em perfeito estado de conservação. A travessia é possível também de carro, na mesma plataforma, o que torna a experiência ainda mais curiosa.
O percurso, com um total de 3.6km, não apresenta grandes dificuldades e poderá ser feito em qualquer altura do ano. Se tiver apenas uma viatura, poderá voltar para trás, pelo mesmo trilho, para um total de cerca de 7km. Contudo, como é comum no interior alentejano, deverão ser acauteladas, as altas temperaturas no verão e o piso escorregadio no inverno.
O Tejo é-nos tão familiar que, por vezes, nos esquecemos dos segredos que ainda guarda. Mas, com toda a certeza, que há segredos que ainda não descobriu no Trilho da Barca D’Amieira, no concelho de Nisa. Venha antes que cheguem as multidões!
