O que é o blistering e o graining?

30 Setembro | 2020 | Goodyear

Blistering e graining são fenómenos que ocorrem em pneus, especialmente em competição. Sabe por que isso acontece? Continue a ler para saber mais…

Na Fórmula 1, a competição por excelência do automobilismo, fala-se muito da potência dos monolugares e da perícia dos pilotos para conduzir estes autênticos foguetes. No entanto, os pneus desempenham um papel importante no sucesso ou no fracasso. Os pneus e a capacidade do piloto de usá-los bem na F1 e em qualquer outra categoria de corrida podem fazer a diferença entre o sucesso e o fracasso. E aí é essencial saber o que são o blistering e o graning.

Pneus e competição

Usar os pneus com sabedoria e não forçá-los com uma condução excessivamente agressiva pode significar a diferença entre subir ao pódio ou sofrer um acidente. Isso não é, claro, algo que diz respeito apenas ao piloto, mas a toda a equipa. Os pneus tendem a ter uma janela relativamente curta de operação ideal, portanto, cargas, pressões de operação e temperaturas devem ser controladas e monitorizadas da melhor forma possível para garantir resultados ideais.

Assim, por exemplo, optar pelo pneu mais rápido, que normalmente é um composto macio, no início da corrida permitirá aos pilotos uma fuga rápida e obter uma vantagem antecipada. No entanto, isso pode levar à ultrapassagem dos pilotos com o pneu mais rápido durante as fases intermédia e final da competição.

As equipas usam programas de computador complexos para simular as suas velocidades de corrida usando estratégias diferentes, mas uma coisa que esses sistemas não podem levar em consideração são as estratégias que outras equipas adoptam, e a probabilidade de sermos bloqueados, seja por concorrentes mais lentos, pela natureza do circuito ou por incidentes de corrida, como acidentes e safety cars.

As equipas estudam cuidadosamente a probabilidade de tais ocorrências e têm uma grande influência na estratégia. O clima também é um grande fator, já que a chegada da chuva muitas vezes atira a estratégia para o lixo. Mas um dos fatores mais importantes a levar-se em consideração em qualquer competição é a degradação sofrida pelos pneus durante a corrida e é aí que entram em jogo dois termos que todo fã deve conhecer, graining e blistering, já que afetam muito os pneus dos carros da Fórmula 1.

O que é o graining?

Graining é um tipo de degradação que afeta a parte externa dos pneus, principalmente os dianteiros. Ocorre quando a superfície do pneu adquire uma textura granulada, pois a superfície macia e adesiva da banda de rodagem, em contato com o asfalto da pista, deforma-se e perde pedaços de borracha.

A lógica é que essas peças aderem ao asfalto, fazendo com que o pneu seja “lixado” e obtenha um melhor desempenho, já que há menos atrito entre o pneu e a pista. No entanto, o efeito oposto pode ocorrer. Ou seja, a borracha que sai do pneu e deveria permanecer na pista para de fazê-lo e adere à banda de rodagem. Com isso, essas lascas e pedaços de borracha colam-se à banda de rodagem e causam a sensação de flutuação e falta de aderência, o que gera maiores possibilidades de derrapagem e mais dificuldade no controle do carro.

Normalmente, o efeito é mais perceptível nas rodas do eixo dianteiro e no pneu mais quente. E a principal razão para esse fenómeno está na diferença de temperatura entre o asfalto e o pneu.

Isso pode ser causado por uma má escolha do composto do pneu, uma temperatura de asfalto mais fria ou derrapagem ou travagem excessiva do carro. Por sorte, o mais comum é que acaba por eliminar-se através do atrito da pista e pela gestão dos pneus pelo piloto, embora, isso sim, possa fazer com que o carro perca tempo valioso contra os rivais enquanto essa degradação dura.

O que é o blistering?

Outra forma de degradação é o blistering, que ocorre quando a temperatura interna do pneu atinge um ponto crítico e acaba por causar a deformação da banda de rodagem externa, surgindo uma espécie de bolhas na borracha que podem causar rotura da banda de rodagem e perda de aderência.

Ao contrário do graining, o eixo traseiro é aquele que sofre mais com esta degradação por bolhas, devido à alta aceleração e pressão sobre os pneus. E é que as causas que provocam o excesso de temperatura no interior do pneu podem ser diversas, embora a mais comum esteja associada à condução muito agressiva do piloto.

Outras razões para a formação de bolhas são a pressão indevida dos pneus, a má escolha do composto do pneu, que causa sobreaquecimento, ou certas partes da pista, principalmente curvas em baixa ou média velocidade, que devido à sua configuração fazem com que a temperatura suba nos pneus exteriores.

Para resolver este problema na corrida existem duas opções principais: passar pelas boxes e trocar o jogo dos pneus ou esperar que as “bolhas” desapareçam com o passar das voltas, esperando que se desgastem para recuperar a aderência. Ambas as opções representam uma perda de tempo significativa, por isso a decisão final deve ser muito bem pensada pelo piloto e pela equipa.

O blistering e o graining são dois dos principais tipos de degradação de pneus e mostram como é importante cuidar desse elemento para obter sucesso na competição, especialmente em uma tão exigente como a Fórmula 1.

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