Bolo-Rei: conheça a história e onde está o melhor de 2021

8 Dezembro | 2021 | Goodyear

Fique a saber onde encontrar o melhor bolo-rei de 2021 e como o bolo nascido na Antiga Roma chegou aos nossos dias cheio de energia para muitos mais natais

Apesar de profundamente tradicional e imprescindível no Natal nacional, o bolo-rei não é uma invenção portuguesa. Mesmo assim, aquele que é confeccionado em Portugal é suficientemente diferente do seu antepassado francês, do seu primo italiano ou até do vizinho espanhol. E, sem pertencer a uma região específica do nosso território, a sua receita é mais ou menos homogénea de norte a sul. Assim, enquanto à ceia os transmontanos jantam o polvo e os algarvios o bacalhau, todos se vão encontrar à sobremesa quando chegar o colorido bolo-rei, a fava e o brinde. Saiba mais sobre esta tradição do Natal português e qual é o melhor bolo-rei de 2021.

Tradição milenar

A origem do bolo-rei remonta ao tempo dos festejos romanos de Saturnália. Estes tinham por hábito eleger o “rei da festa” durante os banquetes comemorativos, o que era feito colocando uma fava seca (símbolo da fecundidade) numa torta redonda, que quem achasse se convertia no rei da fava ou rei da festa. A Igreja Católica aproveitou o facto deste ritual ocorrer no mês de Dezembro e decidiu reconvertê-lo e relacioná-lo com o Dia de Natal e Dia de Reis. A receita dessa torta original ficou perdida na História, mas o conceito não ficou esquecido.

O bolo-rei no seu formato atual surge na corte de Luís XIV, em França, para as festas do Ano Novo e do Dia de Reis. Com a Revolução Francesa em 1789 o bolo de reis foi proibido. No entanto os pasteleiros, que não quiseram perder o negócio, em vez de o eliminarem decidiram continuar a confecioná-lo mudando-lhe o nome durante o período revolucionário para Gâteau des Sans-culottes (“Sans-Culottes” era o nome dado pela aristocracia aos trabalhadores e pequenos proprietários que deram corpo à Revolução Francesa).

A tradição incluía ainda a fava seca dos romanos mas adicionava-lhe um brinde, normalmente uma figura do presépio. A quem calhasse a fava era considerado o rei ou rainha da festa, com direito a usar uma coroa de circunstância e poderia pedir um desejo, mas também deveria pagar o bolo do ano seguinte.

Ao paladar português

O bolo-rei populariza-se em Portugal a partir do século XIX, por via de uma receita originária do sul de Loire, trazida para Lisboa pela Confeitaria Nacional. Esta histórica casa da Baixa Lisboeta continua a ter uma pastelaria de grande nível em pleno século XXI e ainda faz parte das tradições da época dos alfacinhas.

O sucesso do bolo fez com que outras confeitarias da cidade passassem também a fabricá-lo. Mais tarde, em 1890, chega ao Porto por iniciativa da Confeitaria Cascais com uma receita que o proprietário também trouxera de Paris. Hoje em dia, será difícil encontrar terra portuguesa onde o nobre bolo não tenha um representante.

Em 1910 o seu nome ficou em risco e, para não hostilizar o espírito republicano da época, surgiu com outras designações: bolo-presidente, bolo republicano ou bolo nacional, foram algumas das tentativas que, mais tarde, cairiam em desuso.

E o melhor em 2021 é…

A produção nacional de bolo-rei está bem e recomenda-se. Não há concorrência à altura a ameaçar o seu estatuto na época do Natal e, num mundo repleto de concursos, galardões e “melhores do ano”, também o bolo-rei tem direito ao seu certame e à escolha do “Rei entre os Reis”. A Associação do Comércio e da Indústria de Panificação Pastelaria e Similares há dez anos que destaca o melhor e, de ano para ano, dá projeção a este ícone da nossa pastelaria. O evento atribui diversos galardões, em categorias que incluem ainda o Bolo-Rainha e o Bolo-Rei Escangalhado, variações suficientemente distintas que merecem análise própria.

Em 2021 a escolha do Melhor Bolo-Rei Português foi para a Pastelaria Moinho Novo – Doçaria Conventual, em Tentúgal, que teve que levar a melhor 240 outros concorrentes. No Bolo-Rainha a medalha de ouro foi para a Casa Padeiro, na Pontinha, enquanto o melhor bolo-rei escangalhado foi o da Padaria Dionísio, da Figueira da Foz. A melhor trança de Natal pode ser encontrada na Confeitaria Rainha em Arouca. Se nenhuma destas casas fica-lhe em caminho, veja a lista de galardoados com medalhas de ouro, prata e bronze, algum deles deverá ficar perto de si e, todos eles, são de qualidade reconhecida.

O seu Natal também vai contar com o tradicional bolo na consoada com toda a certeza. Diga-nos: onde é que o costuma comprar?, qual é para si o melhor bolo-rei português?

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