Carros autónomos: os últimos desenvolvimentos

22 Outubro | 2019 | Goodyear

O caminho para os carros autónomos parece inevitável, mas ainda há muito para andar para serem uma realidade. A Goodyear faz o ponto da situação.

O caminho para a condução autónoma se tornar uma realidade tem sido feito de avanços e recuos. Ainda não foi em 2019 que vimos automóveis autónomos a circular nas nossas estradas e um futuro que parecia tão perto está, afinal, mais longe do que muitos pensavam. 

Seja como for, as apostas estão altas, a investigação e o desenvolvimento não páram, mesmo com alguns atrasos e desaires, fazendo com que os carros autónomos se assumam como uma inevitabilidade, mais cedo ou mais tarde.

Waymo com licença

Se há empresa que esteja na vanguarda dos automóveis autónomos é a Waymo. A companhia, que pertence à Alphabet e começou por ser um projeto da Google, usou recentemente a rede social Reddit para anunciar, com pompa e circunstância:  “As viagens completamente em carros sem condutor estão a caminho”. A ambição visível no título do email não tem sequência na mensagem restante, já que a Waymo não se compromete com datas concretas, embora prometa que está para breve. Até agora, a empresa que em julho obteve autorização das autoridades da Califórnia para transportar passageiros, tem feito as viagens com um condutor, por razões de segurança.

Quando o serviço estiver disponível, os veículos da Waymo vão poder circular autonomamente  nos bairros de Los Altos, Los Altos Hills, Palo Alto, Sunnyvale e Mountain View. em São Francisco, onde se situa Silicon Valley.

Uber chega ao Texas

Já o caminho da Uber tem sido mais tortuoso. A empresa começou em 2016 a testar os seus veículos sem condutor na via pública mas um acidente fatal em março de 2018 levou ao cancelamento dos testes durante o resto do ano. Os testes voltaram no início deste ano nas cidades norte-americanas de Pittsburgh, Phoenix e São Francisco e na canadiana Toronto. No mês passado, a empresa liderada por Dara Khosrowshahi estendeu os testes à cidade texana de Dallas, prometendo um modelo mais seguro.

Ainda assim, os testes serão feitos com um condutor presente, não vá o diabo tecê-las… Num post publicado no blog da empresa, a Uber explicou a escolha de Dallas para os novos testes: “A infraestrutura moderna da cidade, padrões de tráfego exclusivos, características das estradas e clima oferecerão novas informações que podem informar nossos esforços de engenharia em andamento”.

A concorrente Bolt quer entrar no comboio dos carros autónomos. A empresa sediada na Estónia, antes conhecida como Taxify, anunciou uma parceria com a universidade de Tartu para o desenvolvimento de veículos sem condutor. O objetivo é que a plataforma já possua carros autónomos na sua frota em 2026.

Pesado sem condutor

O frenesi da condução autónoma também já chegou aos pesados. E aqui a Scania está na vanguarda. A marca alemã de camiões, subsidiária da Volkswagen, apresentou no início deste mês o Scania AXL, o primeiro camião verdadeiramente autónomo da Europa.

Na tecnologia sem condutor que vinha a desenvolver até agora, a Scania nunca dispensara a cabina, para que o condutor tivesse oportunidade de intervir em caso de emergência ou necessidade. Com o AXL, desapareceu a cabina e a monitorização será feita remotamente.

“Até agora, os nossos camiões sempre ofereceram a possibilidade de o condutor intervir, se a segurança fosse posta em causa. O AXLnão tem sequer cabina e isso muda tudo”, afirmou no mês passado o responsável pela Pesquisa e Desenvolvimento da Scania, Claes Erixon.

Segurança, a grande questão

Os testes com veículos autónomos não tem sido livres de vítimas. Até 2018, as mortes limitaram-se aos próprios condutores mas, no dia 18 de março do ano passado, um carro da Uber causou a primeira morte por atropelamento na cidade de Tempe, no estado do Arizona.

O problema, admitido por todos os investigadores, são os sensores. “Ainda há deficiências em relação aos sensores”, afirmou recentemente Bobby Hambrick, CEO da AutonomoStuff, ao New York Times. Até agora, o modelo mais utilizado tem usado uma combinação de vários tipos de sensor – câmaras de vídeo, radar, sensores ultrassónicos e LIDAR (Light Detection and Raging, que faz o mapeamento em 3D)  mas demonstrou deficiências em variadas condições, como excesso de trânsito, chuva ou nevoeiro.

A resposta pode estar nas câmaras de infravermelhos. A empresa israelita AdaSky já demonstrou que as suas câmaras de infravermelhos de longo alcance são capazes de detetar comprimentos de onda abaixo do espectro visível, exibindo grande eficácia na deteção de seres vivos em condições de completa escuridão. 

Ainda falta muito para termos carros autónomos a circular alegremente e em quantidade nas nossas cidades e estradas, mas o caminho está traçado.

 

Good Year Kilometros que cuentan