Circuito de Mugello: detalhes e história do mítico circuito italiano

21 Dezembro | 2021 | Goodyear

Não perca os detalhes do mítico circuito de Mugello, um clássico das competições motorizadas como o MotoGP ou a Fórmula 1. Contamos-lhe a sua história e detalhes.

Perto da cidade de Borgo San Lorenzo, na Toscana, ergue-se um dos templos do mundo automóvel. O circuito de Mugello, um dos considerados clássicos italianos, fica escondido entre as colinas e é aclamado pelos fãs do motociclismo. No nosso percurso pelos circuitos de competição, hoje fazemos uma paragem por Itália para conhecer todos os detalhes de Mugello.

Sob o lema “Al Mugello non si dorme”, milhares de fãs aplaudem Valentino Rossi em cada uma de suas façanhas. Ambiente e infraestrutura (pensada para o gozo dos adeptos da velocidade e da competição) são as características deste circuito, um clássico entre os clássicos.

O Autódromo Internacional de Mugello, também conhecido como Circuito de Mugello, foi inaugurado em 1974 e a sua longa pista tem 5.245 quilómetros. Sabia que a Ferrari, dona da pista, costuma usar Mugello para testar o comportamento de seus carros nas curvas velozes?

 

Características do circuito de Mugello

Ficha técnica do circuito

Comprimento: 5245 metros
Curvas: 15 (9 à direita, 6 à esquerda)
Inauguração: 23 de junho de 1974
Capacidade: 84000 espectadores
Volta mais rápida: 1:15.144 (Lewis Hamilton, 2020)

Com mais de 5.000 metros de comprimento e 15 curvas, Mugello é o local de teste e ensaio habitual na F1. Escolhido pelos principais fabricantes dos campeonatos mundiais de MotoGP e Mundial de Superbikes, hospedou ainda a Fórmula 5.000, a Fórmula 3.000, a Fórmula 2, Fia-Gt…

Desenhado na década de 1970 e posteriormente renovado, o circuito de Mugello é um dos mais modernos e seguros da cena internacional. Apesar das renovações, o traçado permanece inalterado, já que não sofreu alterações desde a sua inauguração.

Com uma reta inclinada de mais de um quilómetro, mudanças de elevação e curvas muito rápidas como a “Arrabbiata 1” e a “Arrabbiata 2”, o circuito oferece um espetáculo garantido para a competição. Descidas impressionantes e longas retas são a chave para desfrutar da paixão pela velocidade.

História do circuito de Mugello

A história de Mugello tem mais de um século. Figuras como Campari, Brilli Peri, Enzo Ferrari (vencedor da classe 4500 em Alfa Romeo em 1921), Antonio Ascari, Borzacchini ou Emilio Materassi passaram pelas curvas deste traçado mítico que, durante a primeira etapa de sua vida, viveu na sombra da Mille Miglia. O atual Mugello é o segundo circuito com o mesmo nome. O original era um circuito de rua de 60 quilómetros (de 1914 a 1970) onde Giuseppe Campari, Enzo Ferrari e Emilio Materassi correram por Scarperia, Firenzuola, Paso Futa e San Piero. A estrada era fechada durante a corrida e qualificação, mas durante os treinos estava aberta ao público.

Ficam para a história nomes como Stommelen, Elford, Toivonen, Van Lennep ou momentos como a emocionante corrida de 1968 em que o Alfa Romeo de Luciano Bianchi, Galli e Nino Vaccarella prevaleceram após uma incrível ascensão do Porsche de Jo Siffert e de Rico Steinemann, ou as façanhas da Casa del Cavallino no layout toscano.

Tudo mudou na década de 70, após um desastroso e trágico acidente, quando se começou a procurar novos locais para estabelecer um circuito mais seguro e eficiente, onde fosse possível encontrar suportes tecnológicos para diferentes eventos. O terreno de Barberino di Mugello foi escolhido devido às suas mudanças de elevação. Vários projetos foram considerados antes da versão final ser aprovada e a construção começar em 1973.

O novo Mugello foi inaugurado em junho de 1974 com uma ronda da série F5000 e logo se tornou popular entre os concorrentes. Uma longa reta principal terminava numa curva ascendente à direita, antes de descer novamente por uma série de curvas rápidas. O World Sportscar Championship escolheu-o durante a década de 1970 e a série original de Fórmula 2 transformou-o em uma das suas sedes. Mas o salto, se é que se pode chamar assim, ocorre com o Campeonato do Mundo de Motociclismo, que escolheu o circuito que acabou por ser a casa de Valentino Rossi.

Só em 1988 a Ferrari comprou o circuito, com a intenção de usá-lo como pista de teste para os seus carros de Fórmula 1. Várias melhorias foram feitas em 1991, como o alargamento de algumas áreas de fuga e de cascalho e a eliminação do circuito curto que foi convertido na via de acesso direto ao pit lane. Mugello nunca esteve melhor e as mudanças garantiram o regresso do Campeonato do Mundo de Motos (MotoGP) e a estreia das Superbikes.

Que competições podemos ver em Mugello?

Mugello é a sede do Grande Prémio da Itália de Motociclismo do Campeonato Mundial de Motociclismo desde 1994. O Campeonato Mundial de Endurance (EWC), o Campeonato Mundial de Superbikes, como vimos, também correram em Mugello, que hoje recebe as etapas do campeonato nacional italiano de GT e Turismos, bem como o Ferrari Challenge Europe.

Nos últimos anos, o circuito recebeu outras categorias internacionais: o Campeonato FIA GT (em 1997 e 2006), o Deutsche Tourenwagen Masters e a Fórmula 3 Euroseries, a Fórmula 3000 Europeia ou a Fórmula Regional Europeia. A Fórmula 1, devido à pandemia do coronavírus, escolheu Mugello para substituir outros circuitos e passou a fazer parte do calendário da temporada da F1 como o Grande Prémio da Toscana.

Em 2021, Fábio Quartararo quebrou o recorde do circuito de motos, marcando 1:45,187. O recorde da volta em carros é 1:15,144 e foi estabelecido por Lewis Hamilton (Mercedes, 2020).

Em Mugello, como em nenhum outro lugar, história, tradição, velocidade e segurança se unem para dar espaço para algumas das grandes paixões do mundo: desporto, competição e automobilismo.

Good Year Kilometros que cuentan