É o templo das corridas nos EUA, mas o que faz de Daytona um circuito tão especial? A Goodyear explica tudo.
Conhecido como o “World Center of Racing – Centro Mundial da Competição”, a Daytona International Speedway é o templo americano do automobilismo. Um lugar mítico onde todos os tipos de eventos acontecem há mais de meio século e, desde 1959, abriga, entre outras, as famosas 24 horas e 500 milhas de Daytona. A prova rainha do NASCAR regressa a 14 de Fevereiro e nós contamos-lhe tudo o que precisa de saber.
Localizada no estado da Flórida, Daytona Beach é uma pequena cidade de pouco mais de 60.000 habitantes conhecida pelas corridas e também pelas praias banhadas pelo Oceano Atlântico. E é justamente nas praias que começa a história deste autódromo. Aproveitando a areia compactada da área, entre as décadas de 1900 e 1950, Daytona Beach foi usada como circuito temporário.
Até 1930 era usada basicamente para corridas de velocidade e testes de velocidade máxima, atingindo valores vertiginosos para a época. O britânico Henry Segrave atingiu impressionantes 327,97 km/h em março de 1927. A partir de 1935, o sprint mudou-se para Bonneville, Utah, mas Daytona já havia conquistado a reputação de uma catedral da velocidade.
Em 1936 a primeira corrida de stock cars (automóveis não modificados em relação à configuração de fábrica) foi organizada e foi tão bem recebida que só parou de acontecer em 1958. Embora não fosse um desporto novo, o circuito era: misto urbano com estradas e circuito de praia. Um ano depois, em 1937, a primeira corrida de motas seria realizada em Daytona. Após a paragem lógica da Segunda Guerra Mundial, as corridas de automóveis foram retomadas em Daytona Beach em 1946 e as corridas de motas apenas um ano depois.
Um homem fulcral: Bill France
Bill France começou a fazer nome nas competições de stock cars; de fato, na corrida inicial, a de 1936, terminou em quinto lugar. Aos poucos, a sua faceta de empresário impôs-se à de piloto e em 1948 fundou a NASCAR (a sigla da National Association for Stock Car Auto Racing. Standard). Atualmente é o maior regulador do automobilismo nos Estados Unidos.
Em 1953, France entendeu que os dias de corridas na praia e no circuito de estrada estavam contados devido ao enorme crescimento de fãs. Em dezembro de 1953, France propôs a criação de um circuito permanente e, dois anos depois, o sonho começou a tornar-se realidade com a assinatura de um contrato com as autoridades locais após ter garantido o apoio financeiro da General Motors, um milionário do Texas, e uma segunda hipoteca da sua casa. A data de inauguração estava prevista para 1957, mas devido à recessão económica não se tornaria realidade até 1959.
Nasce a Daytona International Speedway
Ninguém poderia imaginar, mas 22 de fevereiro de 1959, a data de abertura do circuito, inaugurou uma nova era no automobilismo americano. Com um design inclinado que permitia velocidades mais altas e melhor visão dos espectadores, a tri-oval de 2,5 milhas (pouco mais de 4 quilómetros) da Flórida com grande estrondo foi o início de uma onda de construção de grandes templos de velocidade pavimentada.
Antes de Daytona, Indianápolis era a única pista oval americana com mais de 1,25 milhas, com a maioria das corridas a ocorrer em formas ovais de terra com uma milha ou menos de comprimento. Mais de 40.000 espectadores testemunharam a primeira Daytona 500, que foi tão emocionante e disputada que levou três dias para confirmar que Lee Petty venceu Johnny Beauchamp por pouco mais de meio metro. As corridas de motas continuaram a ser realizadas no circuito de praia até à mudança para o novo circuito em 1961.
Daytona também foi a primeira instalação multifuncional e hoje hospeda não apenas a Daytona 500, mas também a resistência da Rolex 24, o Daytona 200 da Bike Week, o KartWeek de Daytona entre o Natal e o Ano Novo e um grande número de outros eventos que confirmam o slogan da pista: “The World Racing Center”.
Desde a sua inauguração, inúmeras reformas foram realizadas que melhoraram o desempenho da Daytona International Speedway. Essas melhorias vão desde a adição de luzes até a grande melhoria iniciada em 2013 com o objetivo de transformar a experiência do espectador, particularmente para eventos NASCAR, expandindo as entradas e lobbies para maior conforto e visão do espectador. Com uma capacidade atual de mais de 100.000 pessoas, a edição deste ano será um pouco mais limitada devido à pandemia do coronavírus.
Em qualquer caso, se há algo que não mudou desde 1959, é que nenhum piloto de palmarés mundial pode considerar-se satisfeito sem alcançar uma vitória no lendário circuito de Daytona.
