Viana do Castelo abraça-nos entre o mar e o rio

30 Setembro | 2016 | Goodyear

Viana do Castelo tem um centro histórico delicioso e uma gastronomia com o melhor do Minho. A Goodyear conta-lhe como foi o nosso fim de semana na cidade.

Terra de poetas, pintores e pescadores, Viana do Castelo é a cidade amena que une o verde Minho ao Atlântico e um delicioso pouso para um fim de semana a norte. A vila medieval que se entregou aos Descobrimentos, engalanou-se com o ouro do Brasil e deixou um museu a céu aberto. A cidade moderna recebe-nos agora com essa História, mas também com as delícias da gastronomia minhota e o bom gosto de uma população que nos acolhe sempre de braços abertos. Aceite o convite da Goodyear, veja as nossas sugestões e guarde tempo para uma escapadela em Viana do Castelo.

Cidade plana, com apenas o Monte de Santa Luzia a quebrar a regra, Viana do Castelo estende as suas ruas, planeadas de forma mais ou menos geométrica, entre o oceano e o rio Lima. As vias principais são cortadas por ruelas estreitas e interrompidas por largos e praças, quase todos num belíssimo estado de conservação que convida ao passeio e a um reencontro com uma longa História que vai da Idade Média à República, passando pela Expansão e pela pesca do bacalhau.

Dormir com a História

Com a intenção de calcorrear todas as pedras destas calçadas, seguimos o conselho de quem já aqui tinha estado e escolhemos a Casa Melo Alvim como local de repouso, mesmo no centro. O rio e a zona mais antiga ficam a menos de dez minutos a pé e podemos alugar aqui bicicletas para passeios mais compridos, como ir até à Praia do Norte e ao Forte da Areosa. Este hotel resulta de um bom trabalho de recuperação de um solar do princípio do Séc. XVI e é um belíssimo exemplo dos traços medievais, manuelinos e barrocos que vamos encontrar misturados um pouco por toda a cidade.

Da Idade Média aos estaleiros de Viana do Castelo

Apesar da pressão da deslocação do comércio para outras zonas, foi no antigo Campo do Forno, depois Praça da Rainha e, hoje, Praça da República, que fomos encontrar o nosso ponto de partida a poucos minutos do hotel. Foi aqui sentados numa destas esplanadas que ganhámos energia para um assalto à cidade, na companhia da antiga casa da Câmara, da Misericórdia e do fontanário central. A fiada de casas de apenas dois andares, com as suas lojas de rés-do-chão, é comum em outras cidades do Minho, como Guimarães ou Ponte de Lima, e estas não são menos belas ou pitorescas. O forasteiro que passa aqui em Agosto, no auge das Festas de Nossa Senhora da Agonia, não tem outra possibilidade que não apaixonar-se.

Nas ruas em redor abundam ainda construções do período medieval: a Sé Catedral, os Paços do Concelho e a Casa de João Velho. Seguindo para dentro do bairro que se estende daqui até à Marina, entramos na zona quinhentista. A Casa dos Lunas e, na esquina oposta da Rua do Poço, a Casa das Janelas são dignos representantes das novas tendências e arquiteturas trazidas com os descobrimentos e enriquecimento das famílias da terra. Com o século XVII a cidade ganhou o Castelo da Barra e a Casa de Vedoria, em estilo barroco, mas cresce substancialmente a partir dos 1700. É nesta altura que são construídos muitos dos palacetes ocupados hoje por serviços governamentais, como os Palácios de Rego Barreto ou o Palacete dos Barbosas Maciéis, convertido posteriormente em museu municipal. Quem vier em busca de património monumental e religioso tem em Viana um manancial de motivos para o entreter durante uma vida.

Viana do Castelo

Repastos à moda do Minho

Nunca nos fartamos da gastronomia minhota e o Camelo é clássico que visitámos tantas vezes ao longo das últimas décadas que já lhe perdemos a conta. Os rojões e os arrozes de galinha de cabidela são os ex-libris que justificam pegar no carro para ir até Santa Marta de Portuzelo, mas prepare-se para uma multidão e, em dias de maior afluxo, esperar um pouco pela sua mesa. É slow food, mas é um esforço que será recompensado.

Se preferir ficar só pelo centro de Viana não irá sofrer por falta de opções para comer. Uma que aconselhamos vivamente fica no fim da Marginal (no sentido da Praia do Norte), ao lado da Fortaleza de Santiago com vista para o cais. A localização não engana e o marisco que se serve na Tasca da Linda é fresco como a brisa do mar. Uma recomendação recente levou-nos também ao Tabernão e ficámos deliciados com a oferta de pequenos pratos, “à espanhola”, de petinga, chouriço assado, pataniscas e presunto, com uma sangria doce q.b. a acompanhar. É outro local para visitar com tempo e paciência: o serviço é informal e familiar e a casa é muito concorrida.

Gulosos como somos, revisitámos as ultra-famosas bolas de berlim do Natário e confirmamos que continuam a justificar as filas que se formam todos os domingos por volta da hora do lanche: são, muito provavelmente, as melhores do país. Há vianenses que as comem todos os dias ao pequeno-almoço com a ajuda de uma taça de verde tinto para empurrar e, se não temos estômago para tanto, a verdade é que até entendemos que se juntem dois manjares desta qualidade.

E o verde que rodeia a cidade

A pouca distância do mar depois de um curto percurso de carro, o Monte de Santa Luzia foi o nosso destino para apanhar um pouco de ar puro. A reputação que o precedia revelou-se justa e encontrámos aqui um dos mais deslumbrantes miradouros sobre o Alto Minho, na companhia do Sagrado Coração de Jesus, padroeiro do santuário aqui erigido. Do lado oposto ao mar, vemos as ruínas da Citânia de Santa Luzia (castro anterior à romanização) e, ao fundo, uma importante porção do Vale do Lima enquadrada com a paisagem costeira.

E, se Viana não lhe bastar e estiver com vontade de se meter nas estradas da região, suba o rio até Ponte de Lima, ou visite as margens do Rio Minho em Caminha e Vila Nova de Cerveira, passando por Paredes de Coura. Hábito comum para as gentes de Viana do Castelo, um salto até à Galiza, Vigo por exemplo, pode ser dado em cerca de uma hora para uma visita à vida nocturna espanhola ou apreciar o marisco do Grove.

Viana do Castelo não sofre de falta de motivos que justifiquem a visita: come-se, bebe-se e vê-se do melhor que o país tem. Dois dias nunca serão suficientes mas esta é uma cidade intemporal, que nunca se esgota, e que poderemos sempre revisitar ao contento do coração.

Good Year Kilometros que cuentan