Palmela e Azeitão, romarias para o vinho e queijo

5 Janeiro | 2017 | Goodyear

O vinho e queijo da Península de Setúbal são pérolas da nossa gastronomia e Palmela e Azeitão são locais chave. A Goodyear apresenta-lhe este par.

Há uma combinação que ao longo dos séculos parece resultar sempre na perfeição: queijo e vinho sobre uma mesa. Na companhia deste par, que vive num feliz casamento desde o princípio dos tempos, qualquer mesa fica mais rica. Já no sul da Península de Setúbal, entre Palmela e Azeitão, encontramos um sítio onde qualquer um destes convivas se apresenta na melhor forma, verdadeiras pérolas da gastronomia portuguesa. A zona é plena de motivos de visita, mas a desculpa de aqui vir provar os bons vinhos de Palmela e o queijo de Azeitão, é suficiente para metermos o carro na estrada e rumar a sul.

Enquanto Moita, Seixal ou Barreiro funcionavam como as portas para o sul do país, o Castelo de Palmela montava guarda ao comércio que vinha do Alentejo para a capital. Ao mesmo tempo, as charnecas que aqui existiam foram desbravadas e transformadas nos terrenos onde se plantaram as vinhas que deram depois fama à terra. A região que se estende para norte do Sado apresenta algumas das características da paisagem alentejana, com o sobreiro e a azinheira a surgir, que lhe empresta mais um toque para que o vinho seja realmente característico e único.

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Os vinhos produzidos na região de Palmela usam a tradicional Periquita e Fernão Pires, para os tintos e brancos respectivamente, mas incluem ainda uma série de outras castas regionais que lhe dão uma vasta paleta de sabores: Arinto, Moscatel, Tamarez, Monteúdo, Rompeiro, entre muitas outras. A uva é o ouro da região e marca grande parte da sua tradição, sinais que qualquer forasteiro pode perceber por altura de Setembro, quando se dá a Festa das Vindimas. Nessa altura realiza-se o cortejo dos camponeses, em que se transportam as uvas em cabazes até à lagariça da Igreja de São Pedro, onde se dá depois a pisa e a benção do mosto.

Sinais da vinha no centro de Palmela

No centro histórico da vila, um bom ponto de partida é a Casa Mãe da Rota dos Vinhos de Setúbal, onde poderá efectuar reservas para visitas guiadas às adegas e a outros locais como os centros de artesanato, queijarias, património edificado ou mesmo observação de golfinhos ou passeios de barco pelo Sado. Além disso, tem uma belíssima selecão dos produtos regionais, dos frutados vinhos brancos, os jovens rosés, os encorpados tintos castelão e os afamados Moscatéis de Setúbal, passando pelos espumantes, aguardentes ou licorosos, mas também o delicioso resultado do leite das ovelhas da zona, o genial queijo de Azeitão. Se o tempo estiver de feição, aproveite a esplanada lounge com vista para o Parque Natural da Arrábida.

Na Adega Cooperativa de Palmela pode ver as grandes cubas brancas e visitar a sala de estágio para uma prova de vinhos, aproveitando para experimentar o Moscatel. Por altura das vindimas, conheça o destino das uvas, desde a sua avaliação na receção, pela medição do grau provável, passando pelo esmagamento até à entrada nos depósitos para posterior fermentação. Outro espaço que está aberto a visitas e reúne a realidade da exploração moderna da zona com a tradição de uma família com quatro gerações à volta do vinho, a Casa Ermelinda Freitas permite-nos conhecer a adega, a sala de estágios, a vinha pedagógica e o núcleo museológico Casa de Memórias e Afetos de Família. O lanche com prova de 5 vinhos, queijo e chouriço, custa 10€ e é a melhor forma de terminar a tarde.

Na companhia das ovelhas

Grande parte da produção do Queijo de Azeitão DOP (Denominação de Origem Protegida) fica na Quinta do Anjo, que tem sinais da prática da pastorícia desde há pelo menos 5.000 anos por isso não surpreende que seja das ovelhas que venha a riqueza da freguesia. O Museu do Ovelheiro e a Queijaria Simões estão abertos a visitas guiadas para conhecermos de perto a produção do famoso queijo regional. Nesta última queijaria, o Mestre Rui Simões já teve direito a variadíssimas medalhas de ouro e prata em concursos internacionais, e além do “Simões Azeitão”, o queijo chave da casa, tem ainda manteiga, requeijão, queijo fresco e chocolate com queijo, com base sempre na mesma matéria prima.

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Ainda na Quinta do Anjo, quase a entrar na malha urbana de Azeitão através de N379, a Quinta Velha tem o Museu do Queijo de Azeitão. Ambos os espaços têm tours guiadas e sessões de degustação. Na clássica Nacional 10, a Quinta de Camarate faz parte do universo José Maria da Fonseca mas tem também forte tradição na criação de ovelhas e produção de queijo, sendo uma das marcas que podemos encontrar um pouco por todo o país quando procuramos Queijo de Azeitão em superfícies comerciais.

No Vale de Alcube, a Quinta de Alcube reúne as tradições da região: ao lado da vinha, os produtores locais têm também pomares famosos pela qualidade da fruta e a laranja que sai daqui é de grande qualidade. Na exploração de Alcube repete-se esse hábito e produz-se queijo e vinho e há um espaço para o turismo rural, por isso a visita é obrigatória.

Não é a primeira nem será a última vez que andamos pela Baía de Setúbal a descobrir como a riqueza desta região se mostra na gastronomia e na beleza da paisagem, mas que nos perdoe a caldeirada, o choco frito ou os mariscos deste mar: basta-nos os frutos que nascem nestes campos, queijo e vinho, para termos uma mesa farta.

Good Year Kilometros que cuentan