As atividades para as famílias nos Parques de Sintra

23 Agosto | 2018 | Goodyear

Os Parques de Sintra ensinam a comer: workshops, atividades para famílias e não só. Ensinam tradições da região e apresentam os monumentos da Serra.

Sintra. A terra portuguesa onde se poderiam passar as histórias das mil e uma noites europeias, tal é o ambiente e a magia que se sente na pele. Escolhemos alguns programas para aproveitar os Parques de Sintra, em família, durante o resto do verão e mais além. Com a certeza de que será tranquilo, ou não fosse Sintra apelidada de romântica e um testemunho de quase todas as épocas da história nacional. 

Em destaque ainda o programa À descoberta do património gastronómico das cortes que, não sendo organizado pelos Parques de Sintra, também por aqui passa.

Esta cidade, a poucos quilómetros da capital, Lisboa, foi durante muito tempo um santuário para a família real, estando pontilhada de palácios, quintas e casas senhoriais em tons de pastel. Em torno destas, terrenos arborizados. Dois dos mais emblemáticos palácios da região são o Palácio Nacional de Sintra e o Palácio Nacional da Pena. O primeiro combina estilos mourisco e manuelino e tem um perfil único que se pauta por duas grandes chaminés. O segundo, do século XIX fica no topo da colina de onde se pode tirar partido de vistas deslumbrantes. Assim a neblina o permita, naturalmente.

As atividades para as famílias nos Parques de Sintra

Sintra: Paisagem Cultural da Europa

Sintra foi classificada, em 1995, como a primeira Paisagem Cultural da Europa, uma subcategoria da classificação de Património Mundial atribuída pela UNESCO. Para a proteger, foi criada, em 2000, a “Parques de Sintra – Monte da Lua” que tem como objetivo a “salvaguarda e valorização dos principais bens culturais e naturais públicos situados na zona da Paisagem Cultural de Sintra-Património Mundial”.

Além de ter sido considerada uma paisagem cultural, o Comité do Património Mundial reconheceu ainda Sintra como “um exemplo único de local que preservou a sua integridade fundamental, isto é, no qual se conservaram evidências significativas das sucessivas culturas que o ocuparam”.

Na prática, em Sintra é possível encontrar testemunhos de 7000 anos de história, desde as comunidades neolíticas, à civilização romana que chamavam a serra de “Mons lunae” (Monte da Lua), passando pelos vestígios do domínio muçulmano ou da reconquista cristã.

A contemplação é outro sentimento despertado pela serra, onde, por mais de 300 anos, os frades Franciscanos viveram, no Convento de Santa Cruz da Serra. Fascinados pela beleza da zona, D. Fernando II construiu o Palácio da Pena e Francis Cook criou os jardins de Monserrate.

A Parques de Sintra gere o Castelo dos Mouros, o Convento dos Capuchos, o Parque e o Palácio Nacional da Pena e o Parque e o Palácio de Monserrate desde a sua fundação. Em 2012, a sociedade passou a gerir igualmente o Palácio Nacional de Sintra.

Programas para famílias

Para as famílias, a Parques de Sintra promove uma miríade de iniciativas pensadas para bebés, crianças e jovens dos três meses aos 18 anos, em que os adultos são bem-vindos.

Os monitores especializados acompanham as famílias num contato direto com o património, aliando conhecimento e diversão. As atividades desenrolam-se todo o ano, em particular aos fins de semana, feriado, datas e épocas especiais do ano.

Para os bebés, a oferta inclui o Concerto um dia na Floresta, no qual se recria o ambiente de festa que se vive na Natureza. Os trechos de música clássica foram arranjados especialmente para bebés para os envolver nos ritmos e jogos de rimas.

O dia nasce, as flores cantam, o cuco assobia, a formiga corre. O caracol que põe os pauzinhos ao sol, o lagarto é pintado, a fada desaparece e a lua chega quando o sol se põe. No Palácio Monserrate para crianças dos três meses aos três anos.

A próxima atividade tem lugar na Tapada de D. Fernando II, com ponto de encontro no Convento dos Capuchos . Aqui Há Burro destina-se a famílias com crianças dos três aos 12 anos. Os burros são os cúmplices das famílias nesta viagem que serve de mote à explicação da história destes animais ao longo dos séculos. Os burros são meigos e, em geral, não dão coices nem mordem. São calmos, comilões, fortes e… espertos. Depois de saber tudo sobre os animais, segue-se um passeio pela floresta: as crianças montam e os adultos conduzem os animais à mão.

Com o Burro e a Galinha descobrimos a Quintinha de Monserrate. A atividade é particularmente interessante para as crianças da cidade, aquelas que acham que os frangos nascem em cuvetes no supermercado. Para começar, todos aprendem a fazer pão. Põem as mãos na massa e aprendem a fazer o pão no forno que irão saborear no final. Enquanto o pão coze, os participantes respondem a enigmas, fazem jogos tradicionais e vão descobrindo os recantos da Quintinha de Monserrate e os segredos da vida no campo.

As atividades para as famílias nos Parques de Sintra

Batalhas de conhecimento

Para as famílias com crianças dos seis aos 10 anos, a opção pode ser a Caça ao Tesouro, também no Parque de Monserrate. As crianças são desafiadas a explorar o parque em busca de pistas escondidas que conduzem a um tesouro. A observação do meio envolvente permite aos participantes decifrar enigmas e charadas. Aprendem, divertindo-se.

As famílias com crianças dos seis aos 12 anos poderão ir À Conquista do Castelo dos Mouros. São constituídas duas equipas – mouros e cristão – que são convidados, desde modo a conhecer a história do local e dos seus protagonistas. E já agora conquistar o castelo e o seu tesouro. O vencedor é quem sabe mais. E esse conhecimento sobre a história do local e dos seus protagonistas é conseguido, por cada equipa, ao longo do percurso.

Se as suas crianças têm entre 10 e 14 anos, a opção poderá ser a Caça ao Tesouro Real. Os participantes, explica a organização, são levados a descobrir os recantos misteriosos do Parque da Pena e a questionarem-se sobre temas relacionados com a natureza e a história do local. As respostas estão escondidas na interpretação de enigmas e na observação do meio envolvente. É uma forma interativa e divertida de conhecer o Jardim Histórico da Pena que culmina com a descoberta do tesouro.

À descoberta do património gastronómico das cortes

Não é um programa da Parques de Sintra, mas também passa por aqui. A Associação das Residências Reais Europeias (ARRE) assinala em 2018 o Ano Europeu do Património Cultural com o projeto Um lugar à Mesa Real (A Place at the Royal Table).

Até outubro, em Sintra e em muitos outros pontos da Europa, estão a ser organizados eventos para celebrar este património. Estão incluídas exposições, percursos temáticos, ateliês pedagógicos, eventos para o grande público, workshops, seminários, reconstituições históricas e espetáculos com o objetivo de refletir sobre a história da Europa e a sua identidade do ponto de vista do património culinário.

Nos Parques de Sintra há atividades previstas para os Palácios Nacionais da Pena, de Sintra e Queluz e no Chalet da Condessa d’Edla. A título de exemplo, porque o programa é vasto, no Palácio Nacional da Pena, até 8 de outubro, estará patente na Sala de Jantar o projeto expositivo Design, uma inovação à Mesa Real, que procura transmitir a atmosfera do local, recriando a mesa posta tal como estaria no séc. XIX.

Gastronomia com história

No Chalet da Condessa d’Edla, o projeto expositivo Um Lugar Longe da Mesa Real – O Cesto de Piquenique da Condessa D’ Edla, que pode ser visto até 8 de outubro, realça um objeto em particular: o cesto de piquenique da segunda mulher de D. Fernando II e as peças que o compõem.

O Jardim Botânico, em Queluz, é protagonista da exposição didática sobre a importância e o exotismo do ananás, numa mostra intitulada Ananás, a fruta real. É abordado, em particular, o caso de Queluz e o seu jardim botânico, recentemente reabilitado, onde a família real costumava cultivar este fruto.

Entre outras iniciativas, no Palácio Nacional de Sintra, está patente, na Sala das Pegas, a exposição A Royal Lunch. A visita a Sintra da Rainha Alexandra do Reino Unido. 24 de março de 1905, em colaboração com o Palácio Nacional da Ajuda. Esta é uma oportunidade única para ver reunidos no palácio de recreio de D. Maria Pia os requintados objetos e serviços de mesa (prata, porcelana e cristal) pertencentes a esta rainha.

Foi também lançado um concurso de fotografia no Instagram para envolver o público mais jovens (#EuropeanRoyalPalaces).

Para que não deixe escapar nada, o programa completo desta iniciativa pode ser consultado aqui e toda a informação sobre o Ano Europeu do Património Cultural aqui. europa.eu/cultural-heritage

Alerta da organização

Atenção que algumas atividades, em particular ao ar livre, estão dependentes das condições meteorológicas e muitas só se realizam com um número mínimo de participantes.

Analise sempre os programas, pois em alguns casos poderá haver indumentárias adequadas – como calçado confortável ou capacete de bicicleta para andar de burro.

Alguns espaços estão atualmente em processo de restauro, com acesso limitado, alterado ou incompleto. Quando fizer as reservas ou pedir informações sobre as atividades que pretende fazer, não se esqueça de perguntar se o seu espaço favorito está fechado neste momento. As intervenções são transversais aos monumentos e parques.

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