Circular com pneus usados é tentador, mas nem tudo se resume ao preço. Valem realmente a pena? Analisamos prós e contras dos pneus em segunda mão.
Na lógica do mercado, é comum que o consumidor seja tentado a economizar o máximo possível nas suas compras. É compreensível em certos aspectos, mas a segurança não deve ser um deles. Nos últimos tempos, tem proliferado a tendência entre os condutores de comprar pneus usados em vez de novos, com a percepção de que economizam dinheiro e não terão consequências em termos de segurança. Mas será realmente assim?
Em termos de segurança, os pneus normalmente usados podem ter defeitos ocultos. Embora a inspeção visual e o desenho possam ser satisfatórios, a estrutura interna pode esconder vários problemas. São necessárias máquinas especiais para “ver” dentro de cada roda e verificar, por exemplo, se recebeu um golpe forte que afeta seu desempenho. Além disso, deve ficar claro que os anos fazem com que a borracha se deteriore, perca flexibilidade e eficácia e não funcione corretamente.
Por que é mais sensato comprar pneus novos
Os fabricantes de pneus são claros: aposte num pneu novo. Ao conduzir um usado, você enfrenta uma série de perigos, como perda de aderência, pior resposta em situações delicadas ou aumento do consumo. Mas não são os únicos que apostam na compra de um pneu novo em vez de um usado. A Organização de Consumidores e Utilizadores (OCU) de Espanha não recomenda a aquisição de pneu em segunda mão.
Além de sua menor segurança, a organização de consumidores realizou um estudo no qual mostra que a economia em comparação com um pneu novo também não vale a pena. Para verificar isso, a OCU realizou uma busca online por pneus em segunda mão e calculou seu preço real com base em uma fórmula. Assim, dividiram o preço de venda entre os milímetros de banda de rodagem utilizável, que por sua vez resulta da subtração da profundidade da banda de rodagem anunciada a cifra de 1,6 mm, limite legal de borracha com a qual pode circular.
Desta forma, tomando como referência três pneus usados de marcas populares com as dimensões 205/55 R 16 V, 185/65 R 15 H e 245/45 R 17 W, mostra que as variantes usadas são mais caras ou que a poupança é mínima.
A essa economia mínima (ou muito pelo contrário), devemos somar os custos adicionais de ir à oficina com mais frequência para trocar os pneus. Assim, se, por exemplo, com pneus novos você tem que ir a cada 50.000 km, com uma banda de 5 mm você teria que ir a cada 26.500 km. As conclusões são que nem sempre vale a pena economizar na aquisição, e que a segurança desse tipo de pneu nem sempre é clara.
Precauções e dicas para escolher um pneu usado
No entanto, se acabar por decidir comprar um pneu usado (algo que desaconselhamos para a sua tranquilidade), deve ter em consideração uma série de precauções.
Profundidade de piso apropriada
Deverá verificar se a profundidade do desenho é, no mínimo, maior que o mínimo legal, que é 1,6 mm. Lembre-se de que quanto mais profundo for, mais tempo o pneu durará no seu veículo.
Verificação minuciosa: cuidado com o desgaste desigual
Inspecione cuidadosamente o pneu quanto a áreas de desgaste irregular ou mais pronunciado. Se não for um especialista, recorra a alguém que o seja (pelo menos, quatro olhos veem melhor do que dois). Este tipo de irregularidade nos pneus pode comprometer a sua segurança ao volante ou mesmo fazer com que seja reprovado na Inspeção e você seja obrigado a trocá-los para a passar.
Antiguidade
Verifique a data de produção do pneu, que é anunciada no flanco com um número de 4 dígitos. Os dois primeiros dígitos indicam a semana do ano em que foram fabricados e os dois últimos referem-se ao ano. Assim, se virmos “1020”, significa que foi fabricado na semana 10 (final de fevereiro) de 2020. Certamente, quanto mais novo for, mais hipóteses terá de que o estado do material seja melhor e reduz-se o risco de que tenha sofrido algum tipo de contratempo.
As medidas e tipo correctas
Assim como na compra de um pneu novo, você deve verificar se as medidas são adequadas para o seu veículo, com um código de velocidade igual ou superior ao correspondente ao carro. Da mesma forma, coloque os mesmos pneus no mesmo eixo do carro.
Em suma, somos todos tentados a poupar alguns euros: o conceito de “pechincha” chama sempre a atenção. De acordo com a OCU, economizar muitas vezes não é assim. Além disso, dinheiro à parte, quando se trata de segurança, barato pode ser muito caro e comprar pneus usados pode não ser uma boa ideia. Se estiver interessado, pode consultar o nosso catálogo de pneus, verificar as especificações das diferentes gamas concebidas para melhorar a aderência e a segurança na estrada em diferentes condições climatéricas.
