Rota do Sal do Algarve: Castro Marim, Olhão e Tavira

30 Agosto | 2021 | Goodyear

O sal é parte fundamental do Algarve. Hoje em dia, além de gourmands, atrai também o turismo de saúde e natureza. Conheça a Rota do Sal do Algarve.

Desde os tempos dos fenícios que a exploração do sal é parte importante da economia da região do Algarve. Usado na conservação do peixe, como “salarium” pelos romanos, ou a presença da flor de sal na cozinha gourmet moderna, fizeram das salinas uma parte muito importante da cultura e vivência algarvias. As mais importantes, ainda activas, podem ser encontradas em Olhão, Tavira ou Castro Marim.

Apesar de baseada em processos artesanais e bastantes empresas familiares, a exploração do sal no Algarve tem-se adaptado às novas tendências do mercado. Na cozinha, a crescente preocupação com a alimentação saudável, obrigou à criação de novas linhas de produto, com menos sódio e introdução de outros minerais bons para o organismo. Por outro lado, os gourmands têm descoberto a leveza da flor de sal, tendo transformado esta forma de apresentação do sal num essencial da cozinha moderna.

A localização habitual das salinas, perto do mar e em zonas que regularmente inundam, torna-as também um centro de biodiversidade. Os apreciadores da natureza vão encontrar muito que ver nestes locais em que homem e natureza estão obrigados a conviver há milhares de anos. Finalmente, a quantidade de sais minerais e argilas que aqui encontramos, têm-se revelado também um atrativo para atividades de bem-estar e, assim, apareceram também curiosos Spas que vale a pena saborear. Conheça de seguida os nossos destaques para um Rota do Sal no Algarve, entre Castro Marim, Olhão e Tavira.

Castro Marim

Entre Castro Marim e a margem do Guadiana, estende-se o Sapal, zona na qual encontramos várias salinas. Se vier de Vila Real, pela N122, irá rapidamente encontrá-las. Esta zona húmida é habitat natural ou ponto de migração para centenas de espécies de aves, enquanto na água e no lodo pulula uma grande quantidade de peixe, caranguejos e pequenos moluscos. A Salmarim promove degustações com produtos locais, demonstrando os diversos tipos de sal que é possível extrair na região. Outro produtor local, a Água Mãe oferece ainda um Spa Salino com banho flutuante de sais minerais, aplicação de argila da salina, esfoliação com flor de sal, massagem e yoga. Por seu lado, a Salina do Félix, é explorada pelo próprio município de Castro Marim e está associada à Casa do Sal, um espaço de interpretação e onde podemos adquirir também diversos sais dos produtores locais.

Olhão

Entre Faro e Olhão, nas Salinas do Grelha faz-se a extração do sal mas há também passeios guiados e um “Mar Morto” onde nadar. A visita guiada, com duração de cerca de 1h, oferece explicação de todo o processo produção e extração do sal marinho tradicional e da famosa flor de sal. Poderá ainda observar as aves marinhas no habitat das salinas, inserido no Parque Natural da Ria Formosa. Por seu lado, o “Mar Morto” é um lago com cerca de 2.000 m2 e uma concentração de sal equivalente à do Mar Morto (em Israel). Para além de poder ter a experiência de flutuar nesta água, oferece ainda o relaxamento dos músculos, redução de stress, ativação da circulação sanguínea e diminuição de dores musculares.​

Tavira

Em frente à cidade de Tavira estende-se um vasto complexo de salinas. Podemos observar aqui diversas espécies de aves aquáticas que escolheram o Rio Gilão como casa ou ponto de passagem em migrações. Existem vestígios do século IV A.C. que atestam já então se produzia sal em Tavira, D. Afonso III reservou para a Coroa Portuguesa, no Foral de 1266, “todas as salinas cheias e por encher em Tavira e seu termo”, acabando estas por desempenhar um papel importantíssimo na expansão Portuguesa. Apesar do declínio destas indústrias, existem salinas em funcionamento há mais de 100 anos, utilizando sempre o mesmo processo ancestral. Na margem esquerda, até ao Forte do Rato, entre a Ribeira do Almargem e a Ria Formosa,  encontramos uma série de tanques. Mais acessíveis, os tanques entre o Mercado Municipal e Quatro Águas, são inescapáveis para todos os turistas que se apanham o barco para a Ilha. A Flor de Sal produzida aqui já foi alvo de processo de certificação e é hoje classificada como DOP – Denominação de Origem Protegida.

Com conta e moderação, como diz o povo, o sal tenta recuperar a sua imagem depois de tantos anos a ser chamado de “veneno”. E, no Algarve, transforma-se também em atração turística: há História para se conhecer, bem-estar para se sentir e sabor para nos preencher. Visite um dos pontos fulcrais da Rota do Sal do Algarve e, garantimos que não é a tensão alta que irá encontrar!

Good Year Kilometros que cuentan