No dia de São Martinho, lume, castanhas e vinho

5 Novembro | 2019 | Goodyear

O dia de São Martinho festeja-se a 11 de novembro. Altura para procurar um magusto, comer castanhas quentinhas e beber bom vinho.

Já reza o ditado popular: no dia de São Martinho, lume, castanhas e vinho! Todos os anos, a 11 de novembro é dia de celebrar São Martinho, em honra de São Martinho de Tours, um soldado romano que, no século IV, renunciou à vida militar e fundou um mosteiro em Ligugé, França, onde se tornou no grande evangelizador do cristianismo. 

São Martinho celebra-se um pouco por toda a Europa mas os festejos e os costumes variam de país para país. Em Portugal, a festa está associada à maturação do vinho do ano, mandando a tradição que o 11 de novembro é o dia em que o vinho novo pode ser provado pela primeira vez. No dia de São Martinho, vai à adega e prova o vinho, reza outro ditado popular.

Não há São Martinho nem sem vinho nem sem castanhas, de preferência consumidos num magusto, a festa popular associada à efeméride e que se realiza um pouco por esse país fora. Segundo o etnógrafo José Leite de Vasconcelos, a tradição dos magustos remete para os festejos ancestrais do Dia de Todos os Santos, quando se acendiam fogueiras e nelas se assavam castanhas. 

Se as castanhas são o prato do São Martinho português, a “ementa” varia de país para país. Aqui ao lado, em Espanha, a tradição manda matar o porco para depois ser assado. Daí o ditado: “A cada cerdo le llega su San Martín”. Na Suécia, come-se sopa negra e ganso assado, animal que também é comido na Bélgica. Já em Itália comem-se as fritelle di San Martino, uma espécie de panquecas. 

O bom magusto

Não basta assar umas castanhas e dizer que fez um magusto! Um magusto feito como deve ser não se limita a comer as “quentes e boas” que, por esta altura, já são vendidas nas ruas das cidades de Portugal, onde para as encontrar basta seguir o cheiro e o fumo. 

Para fazer um magusto que se preze, tem que começar por fazer uma bela fogueira, cujas brasas vão servir para assar as castanhas. Pode juntar-lhes figos e nozes, que ninguém leva a mal. E para regar, o vinho novo, também chamado de vinho de São Martinho, é apenas uma das escolhas. Pode também experimentar a água-pé, uma bebida (relativamente) fraquinha que é feita juntando-se água ao bagaço da uva. Ou a jeropiga, um licor que resulta da adição de aguardente ao mosto da uva e que interrompe a fermentação, fazendo com que esta bebida doce tenha maior teor alcoólico do que o vinho.

O já referido Leite de Vasconcelos considerava o magusto como o vestígio de um antigo sacrifício em honra dos mortos, contando que em Barqueiros era tradição preparar, à meia-noite, uma mesa com castanhas para os mortos da família irem comer. E ninguém mais tocava nas castanhas porque se dizia que estavam “babadas dos defuntos”.

Para o festejo ficar completo, é bom que esteja bom tempo. Porque é altura do Verão de São Martinho, quando as chuvas de outono dão lugar a dias soalheiros e secos. A tradição meteorológica vem do próprio São Martinho de Tours. Reza a lenda que, num dia frio, São Martinho cortou a sua capa e deu metade a um mendigo que tremia de frio. Mais tarde, encontrou outro mendigo e deu-lhe a outra metade da capa. Sem nada que o cobrisse, foi então que as nuvens desapareceram e o sol apareceu, brilhando durante três dias.

E é assim que esperamos que o tempo esteja a 11 de novembro. Procure um magusto perto de si e festeje São Martinho como deve ser.

Good Year Kilometros que cuentan