Vídeojogos de carros: a acelerar há quase 50 anos

10 Abril | 2020 | Goodyear

Uma pequena viagem pela história dos vídeojogos dedicados ao mundo do motor

Fechados em casa, é preciso arranjar maneiras de combater a depressão do isolamento, dos dias aprisionados entre quatro paredes. E, para quem não dispensa as viagens de automóvel, longas ou não, a clausura apresenta a sua forma particular de desespero. 

Felizmente, existem os vídeojogos. E os amantes do automóvel e das corridas têm muito por onde escolher para matar saudades da estrada, se bem que apenas em modo virtual. Os jogos com e sobre carros foram sempre um dos segmentos de uma indústria que nasceu na década de 1970, embora fora de casa. Eram os tempos dos salões de jogos, dos “arcade games”, onde as corridas tinham, obrigatoriamente, de constar.

E assim nasceu Space Race, que a história aponta como o primeiro vídeojogo de racing. O ano era 1973 e a corrida ainda não era feita com automóveis, antes com pequenos foguetões que hoje nos parecem tão primitivos que até custa acreditar. A empresa por trás de Space Race era senão a Atari, que no ano anterior tinha lançado o jogo que marcou o início da indústria dos “videogames”: o clássico Pong.

A partir daí fosse sempre a subir. Ou melhor, a acelerar. Três anos depois, em 1976, os salões de jogos recebiam o seu primeiro jogo de corridas de automóveis. Chamava-se Crashing Race e, como o nome deixa adivinhar, o objetivo era fazer chocar o maior número de carros possível. A máquina de jogo, concebida pela Taito, vinha mesmo com dois volantes lado a lado.

O grande salto

O ano de 1976 não apanhou a Atari a dormir. A empresa norte-americana lançou Night Driver, o primeiro jogo a apresentar o ponto de vista de atrás do volante, que se tornaria numa características principais de praticamente todos os vídeojogos de automóveis. Dois anos depois, Night Driver seria também um dos primeiros jogos para a Atari 2600, a grande pioneira das consolas de jogos, lançada em 1977 e que fez de Space Invaders o primeiro grande fenómeno de massas da indústria de jogos de vídeo.

Seria preciso esperar até 1982 para o género dar um novo salto. Pole Position foi o primeiro jogo baseado em corridas a sério e também o primeiro a incluir um clip de voz. Os jogadores tinham que se qualificar tal como no Mundial de Fórmula 1 para poder participar nos Grandes Prémios, todos baseados em provas e circuitos reais. O jogo rapidamente se tornou num sucesso a nível mundial.

Ao longo dos anos 1980, a Nintendo foi-se impondo como uma verdadeira gigante na nova indústria dos vídeojogos. Em 1992, a empresa japonesa juntou a sua grande estrela – Mario – ao mundo das corridas, lançando o hoje histórico Super Mario Kart. Houve depois várias versões da imensamente popular franquia Mario Kart, a mais recente sendo Mario Kart 7 no 3DS. Jogos como Diddy Kong Racing, ModNation Racers e Sonic & SEGA All-Stars Racing devem o seu sucesso à série Mario Kart.

Gran Turismo e Forza

Os anos 1990 marcam também o aparecimento da que tornar-se-á, ao longo das suas várias versões, como a mais popular consola de jogos de sempre: a Sony Playstation. Que, em 1997, será a plataforma que dará vida a um dos melhores e mais realistas jogos de carros da história: Gran Turismo.  Desenvolvido durante cinco anos, Gran Turismo era mais do que apenas um jogo – era um simulador de condução. O realismo da condução, juntamente com uma enorme seleção de carros do mundo real, marcou um enorme avanço nos jogos do género. O PlayStation Gran Turismo original vinha com dois modos: um modo arcade e um modo de simulação.

A grande concorrente da Sony no domínio das consolas, a Microsoft, não deixou os seus créditos por mãos alheias e, em 2005, lançou o seu grande jogo de automóveis para a XBox. O Forza Motorsport seguiu a trajetória cada vez mais comum de corridas e carros realistas, dos modelos à condução, tudo graças a crescente capacidade do hardware e aos avanços no desenvolvimento de software. O Forza Motorsport foi a primeira entrada da série Forza e vendeu mais de 10 milhões de cópias.

Ambas as franchises – Gran Turismo e Forza – continuaram a desenvolver e a lançar novos upgrades (com destaque para o Gran Turismo 6, em 2013, e para o Forza Horizon 2, em 2014), lado a lado com muitos outros como Midnight Club, Ridge Racer, Project CARS ou Need for Speed. Um dos últimos exemplos dá pelo nome de F1 2019, o jogo de corridas de automóveis obrigatório. Com gráficos incomparáveis, um modo de carreira que dura mais do que qualquer outro e um calendário completo e atualizado do Campeonato do Mundo, é o pináculo dos jogos de corrida de carros neste momento. 

Com todos estes exemplos pode, pelo menos, matar saudades da estrada, ao mesmo tempo que se coloca na pele de um piloto de Fórmula 1.

Good Year Kilometros que cuentan