Conforto ao volante: como funciona a direção assistida

7 Junho | 2016 | Goodyear

Conheça com a Goodyear a história e funcionamento de um sistema essencial para o conforto na condução

A direção assistida é uma tecnologia que já há bastantes anos está presente em todos os carros novos e só damos pela sua ausência quando acontece a rara ocasião nos sentarmos ao volante um clássico. Ainda se recorda do seu primeiro carro, aquele que escolheu porque parecia capaz de levar com toda a pancada que um novato lhe poderia dar? Lembra-se como, depois de uma longa viagem, sentia nos músculos dos braços o esforço que lhe exigia aquela direção? Se o leitor pertencer à “geração do milénio”, nem sabe do que estamos a falar porque já cresceu num mundo 100% elétrico. Mas, afinal como é que funciona a direção assistida?

Direção assistida, uma história com mais de 100 anos

Quanto maior o peso e a dimensão das rodas de um veículo, maior o esforço mecânico necessário para mudar a sua direção de marcha. Se é possível usar os ensinamentos de Arquimedes (o histórico inventor das rodas dentadas) para multiplicar e desmultiplicar forças e diminuir o esforço para movimentar o volante, há limites práticos que obrigaram os construtores a apostar no desenvolvimento de formas alternativas de condução, de maneira a reduzir o esforço do condutor sobre o volante.

A direção assistida terá sido inventada há mais de 100 anos, no fim do séc XIX, mas só apareceu pela primeira vez no mercado em 1951, com o nome de Hydraguide, no Chrysler Imperial daquele ano. Era um carro magnífico, de luxo, que chegou a custar meio milhão de dólares em algumas das suas versões e que pesava quase três toneladas. Se havia carro que, definitivamente, necessitava de apoio na direção, era este. A Cadillac rapidamente respondeu com uma opção semelhante para os seus carros, mas o “comum mortal” teria que esperar mais algumas décadas.

Depois das décadas de 60 e 70, anos em que se apostou em construções leves, é já durante os anos 80 que os carros voltam a aumentar de peso, a tração à frente ganha mercado e os pneus tornam-se mais largos. Todos este handicaps teriam que ser solucionados de alguma forma e os vários construtores começaram a apresentar tecnologias de direção assistida, primeiro em carros de luxo e pesados, até se tornarem perfeitamente comuns hoje em dia.

Direção assistida

Diferentes tipos de direção assistida

Seja qual for a sua forma de implementação, a direção assistida permite-lhe reduzir o esforço ao volante introduzindo um auxiliar externo na transmissão do movimento do volante para as rodas. Na forma mais simples, o sistema hidráulico, a direção assistida consiste numa bomba de válvula rotativa e correia que transmitem a pressão gerada pelo motor a um conjunto de cilindro e êmbolo. Assim, com o aumento da velocidade do motor aumenta também a pressão, efeito contrariado através de uma válvula de escape. Quando roda o volante, abre-se uma válvula que liberta o óleo sob pressão e aplica uma determinada força sobre a coluna de direção. O nível de óleo destes sistemas deve ser observado e alvo de inspeção regular.

Os sistemas híbridos eletrohidráulicos, usados em carros da Volkswagen, Audi, Peugeot, Citroën, SEAT, Skoda, Suzuki, MINI e alguns Mazda, usam uma bomba elétrica para criar a pressão hidráulica mas continuam a recorrer a óleo que necessita de atenção regular. Neste caso, o motor a combustão não sofre redução de potência, recaindo o esforço sobre o sistema elétrico do veículo.

A direção assistida elétrica, presente em diversos VW e Audis e na maioria dos FIAT e Lancias, tem sensores que detetam o movimento e o binário da coluna de direção e um módulo computorizado aplica a potência necessária à assistência através de um motor elétrico. Se falhar algum elemento, o conjunto cremalheira/pinhão entra em ação e, mesmo sem assistência, a direção continua a funcionar. Sem recorrerem à pressão hidráulica gerada pelo motor, estes sistemas apresentam uma ligeira redução de consumo e aumento de potência e menos componentes, logo menos possibilidades de falha. Sem óleo e respetiva bomba, reduz-se também a necessidade de inspeção.

No caso dos carros do grupo FIAT, a direção elétrica tem o nome de Dual Drive, pois apresenta ao condutor a hipótese de escolher dois tipos de condução, Normal e City, com diferentes curvas de resposta da direção e, de acordo com o construtor, uma redução real do consumo. A Servotronic consiste numa direção assistida consoante a velocidade do automóvel: força maior a baixas velocidades, enquanto um sistema eletrónico sensível reduz gradualmente o nível da força a velocidades superiores. Este sistema aparece em carros da Audi, BMW e da Porsche.

O futuro

Muito em breve, o volante do seu carro terá mais em comum com um controlador de uma consola de jogos do que estaria à espera. O futuro passa pelo drive-by-wire, um conjunto de tecnologias que irão colocar sensores no seu volante e este deixará de fazer parte de qualquer sistema mecanicamente ligado às rodas.

Este tipo de solução, que recorre apenas a motores elétricos, já se torna habitual em empilhadoras e alguns tratores, apareceu em alguns concept cars da Saab, Mercedes e Mazda, mas só está no mercado ainda debaixo do capot do Nissan Infinity Q50. O mesmo princípio está a ser gradualmente aplicado a todos os sistema do seu veículo e iremos assistir a uma redução progressiva no número de elementos hidráulicos como válvulas e bombas no controlo de aceleração, travagem ou mudança de velocidade. Já sabe, o futuro é realmente elétrico.

Good Year Kilometros que cuentan