Fado na Ribeira: poesia com sotaque

4 Fevereiro | 2016 | Goodyear

Conheça com a Goodyear um pequeno roteiro pelas casas de fado da Ribeira, Matosinhos e Gaia

Também há fado, e do bom, acima do Mondego. Se a afirmação pode “ofender” muitos puristas que vêm Lisboa e Coimbra como os únicos bastiões das tradições fadistas, o norte sempre teve as suas casas de fado e, fruto de uma redescoberta do género pelas novas gerações, passa agora por uma fase de crescimento na “Cidade Invicta”, com clássicos estabelecimentos a ganharem nova clientela. Acompanhe-nos neste pequeno roteiro do fado com sotaque do Porto.

Qual a mais clássica casa de fado do Porto?

Em plena zona histórica ribeirinha, o Mal Cozinhado é um nome já com seicentos anos e com uma história que inclui visitantes tão ilustres como Luís de Camões ou Amália Rodrigues, realeza e presidentes da república. É casa de fado desde 1976, as paredes laterais e as traves de madeira ainda são as originais e emprestam o charme necessário para se ouvirem  guitarras com toda a solenidade, com espectáculo marcado para todas as noites (excepto Domingo). Parte do elenco fixo, Valdemar Vigário é um dos grandes intérpretes do fado menor e um nome muito importante na cena fadista portista. Reserve mesa porque o local é sempre muito procurado.

Porto - Quilometrosquecontam

Ao pé da Sé, e a competir pelo título da “mais tradicional”, e definitivamente mais antiga, a Casa da Mariquinhas é também uma belíssima primeira opção para se ir aos fados no Porto. A escolha de vinhos e pratos disponíveis seriam motivo suficiente para a visita, mas o fado aqui apresentado sela a proposta com  um carimbo de qualidade reconhecida. A decoração vive da própria memória da casa, que é nos contada pelos cartazes, fotografias e recordações de quem já ali passou. Pode conhecer a programação aqui.

No largo de São João Novo, O Fado tem as vozes de Patrícia Costa e António Laranjeira como cartões de visita e um espírito familiar e próximo de servir. A comida é do tipo caseiro que todos podem apreciar, num espaço pequeno e acolhedor mas, mais do que o menú, é a música que nos traz aqui.

Fado com faca na liga

Todos os sábados, o Flor de Paranhos tem uma noite de fados aberta a amadores, onde se ouve fado vadio e à desgarrada. Só precisa de se inscrever quando chegar para jantar, mas a “competição” é séria e, pelo menos aquando da nossa visita, a clientela era composta por gente que percebe realmente do assunto. Descontraído mas muito respeitoso para com a tradição, ao contrário da fama que precede muitos estabelecimentos de fado, não falha na qualidade do serviço nem da comida.

É mais conhecida pela referência à Dona Piedade, a proprietária, mas a Adega do Douro já leva trinta anos de fado e boa comida. Todas as terças, entre as 16h00 e as 19h00, é altura de rumar à Rua do Ouro e ouvir o melhor fado vadio da cidade. Célebre também pelas iscas de bacalhau, é tasca que prestigia o Porto, o Fado e o Rio que lhe serve de enquadramento. É um local de festa da música, animado e sempre muito concorrido, onde qualquer um, até a cozinheira, pode abrir a garganta e encantar a clientela.

Mas o Porto guarda ainda outras “capelinhas do fado”, como o resturante Fundão, ao pé de Campanhã, o Cantinho da Teresinha, na Cedofeita, a Casa de Santo António, em São bento, ou mesmo o Guarany, nos Aliados. De certeza que deixámos escapar alguns… qual é a sua recomendação para ir aos fados na Invicta?

Good Year Kilometros que cuentan