Ouriço-do-mar: o caviar português

16 Outubro | 2019 | Goodyear

Saiba o que é e onde comer o ouriço-do-mar, considerado como o caviar português, pela mão da Goodyear.

Há quem lhe chame o “caviar português”. O ouriço-do-mar é um petisco de fama recente na gastronomia nacional mas que não tem segredos para quem vive na Ericeira, onde o pitéu era, até há pouco tempo, um segredo bem guardado.

Um pouco de ciência, para começar, no caso a biologia: o ouriço-do-mar é um invertebrado marinho que, tal como as estrelas-do-mar, não tem olhos mas sim células sensíveis à luz, que estão espalhadas por todo o corpo. Quando há alterações na luz, escondem-se sobre rochas, algas ou conchas. Vive em grupos e, com a ajuda dos seus cinco dentes, raspa algas e outros invertebrados dos quais se alimenta.

Como iguaria, é bem conhecida aqui ao lado na Galiza, onde é bastante procurada, e tem também grande tradição por terras do Japão. Por cá, essa tradição limitava-se até há relativamente pouco tempo à Ericeira, onde o ouriço-do-mar – ou melhor, as suas ovas – era consumido em família, já que este equinoderme não era apanhado para comercialização. Tudo começou a mudar nos primeiros anos desta década, quando o sabor único deste petisco marítimo começou a conquistar cada vez mais paladares, cativando ainda muitos e bons chefs para o tornar numa iguaria gourmet. Mas foi a partir de 2015 que começou a expansão, por assim dizer. Foi nesse ano que teve lugar a primeira edição do Festival do Ouriço-do-Mar, na Ericeira, normalmente em abril, o último mês do período pré-reprodutor – que começa em outubro -, quando o ouriço é mais saboroso. Todos os anos, vários restaurantes da Ericeira apresentam as várias formas de confecionar a iguaria e, na edição  deste ano, foram 27 as casas que exibiram a versatilidade do ouriço-do-mar, da sopa ao risotto.

A ciência também dá invariavelmente a sua contribuição para o festival em celebração do ouriço-do-mar. O MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente já ofereceu a sua colaboração em várias edições e desenvolve atualmente o projeto OtimO – Otimização dos processos de produção de Ouriço-do-mar. O objetivo do OtimO, que se prolongará até 2020, é o desenvolvimento e validação de um modelo inovador de produção de ouriço-do-mar (Paracentrotus lividus), visando a economia azul com base na transferência de conhecimento I&D para o setor económico através de inovação, promovendo a diversificação e aumento de competitividade da economia das zonas costeiras, e potenciando o desenvolvimento local assente no empreendedorismo, criação de emprego sustentável e inovação social.

Onde comer

Certinho, certinho é, obviamente, durante o Festival do Ouriço-do-Mar, que se realiza entre o final de março e os primeiros dias de abril. De resto, se passar pela Ericeira a partir de outubro, vale a pena tentar a sua sorte nos restaurantes locais.

Um deles é o Sul, no Largo de Santa Marta, onde o ouriço-do-mar é uma das especialidades da casa. Não muito longe, experimente também o restaurante Tik-Tak e prove uns ouriços-do-mar ao natural, sempre bem frescos. Outra hipótese é o Uni Sushi, onde por vezes a iguaria aparece na ementa.

 

 

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