Algarve alternativo ou o “nosso” Algarve de sempre?

2 Agosto | 2021 | Goodyear

Segredos do Algarve? Onde estão? O que há para conhecer que ainda não foi tomado pelo turismo de massas? Conheça três possíveis respostas para um roteiro do Algarve Alternativo.

“Verão” e “Algarve” são duas palavras indissociáveis para muitos portugueses. Não surpreende que assim o seja também para os turistas estrangeiros que nos visitam: longos areais, água a uma temperatura quase tropical, dias compridos e fins de tarde inesquecíveis. O que mais se pode pedir? Contudo, este paraíso é inclusivo, abre portas a todos e, ao longo de um verão algarvio típico, recebe cerca de dois milhões de forasteiros. Multidões não são boa companhia em tempos de pandemia e, se rumar para sul, é compreensível que o turista procure um “Algarve Alternativo”, com menos gente e mais original.

Seth Sherwood, residente em Portugal há uns anos, enfrentou o desafio de encontrar esse Algarve menos povoado e publicou o resultado das suas viagens no New York Times. Ao que parece ficou “agradavelmente surpreendido por encontrar aldeias piscatórias e cidades onde ainda existe um Algarve mais tradicional (…) disponível para qualquer pessoa com o desejo de ir contra a corrente”. Vamos espreitar as suas recomendações.

Algarve alternativo mas verdadeiro

Na antiga Balsa, como os Romanos chamaram a Tavira, as fachadas brancas, com edifícios que remontam à Renascença e ao Barroco, relembram como esta localidade teve a sua época de ouro, durante o apogeu da exploração das salinas e da riqueza costeira. Ambas as atividades são ainda importantes na região, fator que ajuda a manter alguma da sua alma original. O artigo do NY Times, em entrevista a um ex-pat inglês, diz mesmo que “a essência do Sotavento é a sua autenticidade. É aqui que a antiga forma de viver portuguesa ainda se conserva”. Não é com certeza o único local, mas é sem dúvida um deles.

Tendo em frente a Ilha de Tavira e a Ria Formosa, de fácil acesso por barco, ficam muitos quilómetros de areal para fugirmos às multidões, seja do lado mar ou na zona interior da Ria.

Na velha capital do Al-Gharb

Depois de ter sido um importante centro cultural e capital da região no tempo dos árabes, é hoje uma cidade que guarda parte dessa herança. A cerâmica, o trabalho em metal e os elementos da arquitetura, recordam a ligação ao Norte de África, fato celebrado também anualmente na Feira Medieval local.

Silves ostenta ainda o maior castelo algarvio, com um miradouro excecional para contemplar uma larga vista da região. O património histórico local é completado pela Sé Velha e Cruz de Portugal, um dos mais afamados cruzeiros portugueses com o tradicional Cristo crucificado complementado pela Mater Dolorosa. A visita não fica completa sem espreitarmos a ponte medieval sobre o rio Arade.

No Sotavento mais selvagem

Ao aproximarmo-nos de Sagres e de Vila do Bispo, o Algarve confortável e acolhedor muda de tom. Muito mais exposta ao Oceano, a região não exerce o mesmo apelo sobre os forasteiros, mas são estes quem fica a perder. Seth Sherwood visitou Pedralva https://www.aldeiadapedralva.com/ e apaixonou-se pelo que viu: uma pequena aldeia em ruínas foi recuperada e apresentada ao público em 2010 como uma estrutura de eco-turismo que, mesmo assim, procura manter-se fiel ao espírito da terra.

Entre as fantásticas praias da Costa Vicentina mesmo ao lado, como Castelejo, Bordeira ou Vale Figueira, o NYT destaca a do Amado. Aqui, ao pé da Carrapateira, há uma zona de surf de reputação internacional, “abraçada” por uma paisagem natural quase intocada.

Claro que a esta lista podemos sempre acrescentar outros pontos na Ria Formosa, Serra do Caldeirão, Monchique ou Costa Vicentina, mas a verdade é que qualquer estrangeiro ou português que conhecesse apenas estes locais, teriam tido a sorte de conhecer o Algarve mais intocado e alternativo que ainda sobrevive. E isso seria fantástico!

Good Year Kilometros que cuentan