De Vila Real a Lamego, peregrinação profana

12 Março | 2021 | Goodyear

Peregrinos do vinho, fomos de Vila Real a Lamego, à procura de visões do Douro. Conheça 10 sugestões Goodyear de um circuito no coração do Vinho do Douro.

Fora da azáfama das colheitas, o Douro enfeita-se com as cores da Primavera e apresenta nova roupagem para receber o calor. A terra do vinho veste-se para a ocasião e, entre os dias mais longos e a luz que ganha novos reflexos, monta um cenário magnífico a que sabe sempre bem regressar. A sugestão esta semana é agarrar no carro e palmilhar os quilómetros que nos levam de Vila Real até Lamego, com visita ao Tua e, inevitavelmente, às encostas do Douro. Venha daí com a Goodyear.

Capital do Marão

Cidade com 700 anos de existência, não surpreende a beleza dos seus monumentos nem a opção por este local privilegiado, na união dos rios Corgo e Cabril. Foi aliás a presença destas duas linhas de água que permitiu que a localidade, em 1895, se tornasse a primeira cidade portuguesa com energia eléctrica. Apesar desse vanguardismo, é ainda região onde o folclore e as tradições seguem de boa saúde. Os ranchos e as tunas continuam a animar festas como a Feira de São Pedro, enquanto o barro negro de Bisalhães (localidade a pouca distância de Vila Real) ou os bordados de Agarez continuam a ter artesões a eles dedicados.

Não perder em Vila Real: As provas automobilísticas no circuito urbano de Vila Real, a vibrante vida da Av. Carvalho Araújo, a Igreja dos Clérigos ou as janelas do Palácio dos Marqueses de Vila Real. Se o encontrar, não deixe escapar também o arroz cozido nas panelas de barro preto de Bisalhães.

O Parque do Alvão e Fisgas de Ermelo

A noroeste de Vila Real, com quase 200 metros de altura e 400 de comprimento, as Fisgas do Ermelo são uma das maiores quedas de água na Europa. Ficam na Serra do Alvão e só se comparam às dos Alpes e da escandinávia. O percurso para lá chegar, leva-nos pela zona protegida do Alvão, pelas estradas florestais que ligam Lamas de Olo à localidade de Ermelo ou a partir de Vila Real através da estrada EN304, junto à aldeia de Ermelo e à ponte sobre o rio Olo. Em todo o redor encontramos lagoas naturais, conhecidas localmente como as “picoas”.

Não perder no Parque do Alvão: Fazer o percurso do PR3 que nos leva até ao Miradouro, pelas picoas, o rio Olo e a Ponte da Abelheira, por aldeias onde se pratica a agricultura de lameiro.

Palacio de Mateus - Quilometrosquecontam

A casa do rosé

Conhecido no icónico rótulo do famosos Mateus de Rosé, o Solar de Mateus é criação de Nasoni, do início do século XVIII. É hoje monumento nacional e mantém o espírito criativo, com residências para novos artistas. Em redor tem jardins e pomares fabulosos, um lago de 2.000m2, e um ambiente romântico incomparável. No ar, quando estão em flor, o doce aroma a camélias.

Não perder na Casa de Mateus: O salão de chá com mobiliário do século XVII, o Salão das Quatro Estações, a biblioteca e museu com uma cópia d’Os Lusíadas ilustrada do século XVIII. Nos jardins, o Túnel de Cedros é outra visão imperdível.

No berço de Fernão de Magalhães

Sabrosa tem ainda várias casas do século XV, numa das quais terá nascido em 1480, Fernão de Magalhães, o navegador que iniciou a primeira viagem de circum-navegação. Mas guarda ainda outras recordações centenárias. Houve aqui um castro, conhecido hoje por Cristelo ou Castelo da Sancha. As casas dos Canavarros e dos Marinhos, também merecem atenção, assim como o pelourinho de Gouvães.

Não perder em Sabrosa: a casa da família Barros Lobo, hoje sede da Câmara Municipal, a casa dos Canavarros, a do Navegador e a do Largo com as suas janelas manuelinas.No património religioso salienta-se a Igreja Matriz em estilo barroco, que exibe um valioso espólio de Arte Sacra.

À sombra da velha árvore

Um velho plátano plantado em 1856 à porta da Igreja Matriz, é um dos mais memoráveis ícones de Alijó. Mas a presença humana nestas terras é muito anterior e em Carlão foram encontradas pinturas rupestres e dólmens.Em São Mamede de Ribatua podemos observar a imponência do rio, acompanhado pela antiga linha do Tua e o traço das serras em volta.

Não perder em Alijó: Destaque para a gastronomia e vinhos locais, em especial o célebre Moscatel de Favaios, o cabrito assado, o cozido à portuguesa, as tripas à transmontana, as carnes fumadas, a bola de carne, e os milhos (da zona da montanha). É de salientar também o famoso pão de Favaios muito apreciado e procurado por toda a região.

Entre dois rios

Concluída em 2017, a Barragem do Tua acabou com o uso da histórica linha de ferro e deu forma definitiva a uma paisagem a todos os títulos magnífica. Apesar de muito diferente, o cenário continua a justificar a deslocação. Em substituição, existem agora vários miradouros e percursos terrestres que encontramos espalhados entre Mirandela, Carrazeda de Ansiães, São Mamede de Ribatua ou Murça. 

Não perder no Vale do Tua: as margens do rio em Mirandela e a praia fluvial local, as estações ferroviárias da antiga linha do Tua, Vilarinho das Azenhas, o Castelo de Ansiães, as Antas de Zedes e do Vilarinho.

Vista Pinhao

Coração do Porto

O Pinhão é considerado o centro geográfico da Região Demarcada do Douro e, como tal, é sede para várias firmas produtoras e exportadoras de Vinho do Porto. Os nomes mais famosos do vinho têm vinhas nas proximidades da povoação. 

Não perder no Pinhão: a vista do cimo da Quinta das Carvalhas, uma visão que explica a essência da paisagem do Douro. A pitoresca estação ferroviária, decorada com 24 painéis de azulejos de cenas locais e cultura popular.

Debruçados sobre o Douro

Em frente a uma cadeia de montes que, através do trabalho agrícola, são uma das paisagens ex-libris do nosso país, Peso da Régua é, desde 1756, o centro da Região Demarcada do Douro. Por édito do Marquês de Pombal, todo o vinho da região, de uma forma ou outra, passou historicamente por aqui. Os barcos rabelos transportavam as barricas de vinho daqui até ao cais de Gaia, num ritual que continuou bem até ao século XX.

Não perder em Peso da Régua: A vista do Miradouro de São Leonardo de Galafura, a Casa do Douro, e o Museu do Douro. Fica também aqui a Quinta da Pacheca, considerada o Melhor Destino de Enoturismo em 2020.

À Porta do Douro

Conhecida como a “Porta do Douro” – por ter sido aqui que se colocaram os primeiros Marcos Pombalinos – a vila de Mesão Frio tem muito que visitar, entre miradouros e as várias igrejas dispersas pelas freguesias do concelho. A Estrada Nacional 108 mostra a paisagem vinhateira do Douro em todo o seu esplendor, com vários miradouros a sucederem-se pelo caminho para melhor apreciar a beleza da paisagem. 

Não perder em Mesão Frio: Todo o percurso feito pela EN108, desde Peso da Régua. Se a fome apertar, vale a pena almoçar na Tasca do Zequinha, e experimentar a feijoada de tripas.

Onde Afonso Henriques foi reconhecido

Lamego tem no seu passado histórico a realização das primeira Cortes em Portugal. Numa famosa reunião de 1143, Dom Afonso Henriques foi aqui reconhecido como Rei de Portugal. Contudo, por aqui terão passado antes romanos, godos e árabes. Séculos depois tornou-se centro agrícola, com a vinha no topo da lista e, hoje em dia, com o “Raposeira” como produção mais famosa. Apesar de pequena, ostenta antigas mansões barrocas e velhas ruas empedradas que lhe dão um aspeto cinematográfico.

Não perder em Lamego: A romaria da Nossa Senhora dos Remédios, em Setembro. A Porta dos Figos e o Bairro do Castelo. Finalmente, a escadaria do Santuário de Nossa Senhora dos Remédios.

Good Year Kilometros que cuentan